Park Jimin tem dezoito anos, e, em toda sua existência sequer teve o prazer de viver como alguém de sua idade.
Nunca foi a praia, tampouco à festas.. Nunca foi à parques ou a encontros, seus pais são tão conservadores e controladores que detestam a...
Oi! Capítulo de hoje com o ponto de vista do Ji. <3
Boa Leitura ! 🌼🎸
"Querido, você é um fogo de artifício Vamos, deixe suas cores explodirem"
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Jimin
Fazem algumas horas desde que Yoongi foi embora. Agora estou sentando em frente a grande televisão da sala, esperando pelo momento em que meu programa favorito - enemies of writing - comece.
Inimigos da escrita é um programa de televisão do meu autor favorito, Kim Namjoon.
Nele, Namjoon lê e analisa várias estórias fictícias que rondam a Internet, fornecendo dicas e auxiliando os escritores amadores.
Confesso que no começo eu não gostava. Mas, depois de assistir alguns episódios por insistência de meus pais, eu comecei a achar divertido e me senti totalmente viciado nos livros dele.
No momento em que a abertura do programa começa ouço a porta sendo aberta e percebo Ryujin vindo em minha direção.
- Oi, Minnie. Nossos pais ainda não chegaram? - diz, com o cenho franzido jogando as chaves na mesinha de centro -
- Oi, Ryun. - acenei para ela - Papai vai ficar de plantão hoje e a mamãe já deve estar chegando. Como foi o ensaio? - perguntei -
- Ah, esqueci que o papai sempre fica de plantão às terças. - resmungou - Sobre o ensaio, foi como sempre, Ji. - suspira enquanto retira a jaqueta de couro preta á pendurando no cabideiro próximo à porta. -
- Huh, Yoongi veio aqui. - comentei - Ele me disse que vai ter um encontro na sexta, naquele bar onde você e os garotos costumam tocar.
- Wow! Min Yoongi presenciando um show meu? - diz com os olhos minimamente arregalados e com um enorme sorriso no rosto. - Mal posso esperar por isso!
No momento em que vou respondê-la mamãe entra de maneira brusca na sala segurando algumas sacolas que logo foram deixadas no chão, perto do sofá.
- Ryujin, o que eu falei sobre as suas idas à esse tipo de lugar ?! - embravejou, olhando diretamente nos olhos de minha irmã.-
Uh-oh..
Eu odeio quando elas começam a brigar. É sempre a mesma coisa, as mesmas reclamações sobre como a minha irmã se veste, se porta e, principalmente, com quem ela anda.
Mamãe sempre diz que os amigos de Ryujin são malandros, que fumam coisas ilícitas, que picham os muros das escolas na madrugada e várias outras coisas.
Eu já vi os amigos de minha irmã no aniversário dela, á algum tempo atrás e, posso confirmar com toda certeza, que eles não são o que a mamãe diz.
Eles são animados, educados e muito zoeiros como Ryujin costuma dizer. Eu posso não conhecê-los direito, mas pelo que vi, eles jamais fariam algo tão grotesco.
- Mamãe, quantas vezes vou ter que dizer que "esse lugar" é meu local de trabalho? Estou cansada disso, das suas reclamações e dos seus insultos direcionados aos meus amigos! - respirou fundo, bagunçando o cabelo - Também estou cansada de ver a forma como você trata o Ji. Quem no ano em que vivemos vive trancado dentro de casa dia e noite, vinte e quatro horas por dia?! - indaga olhando diretamente para mamãe.-
- Mais respeito comigo, Park Ryujin. Sou sua mãe e exijo respeito! Vou repetir quantas vezes forem necessárias para que você perceba a grande besteira que está fazendo. - mamãe diz, aumentando o tom de voz - Você está dando um ótimo exemplo ao seu irmão, se portando de jeito tão desleixado. - completou
Eu não acho que Ryujin seja desleixada, ela é incrível do jeitinho que é.
Odeio essas brigas entre elas porque mamãe sempre me coloca no meio, como se eu fosse o ponto fraco de Ryun.
Talvez eu seja.
Odeio também o fato de que eu não consigo me defender, não consigo medir forças com a mamãe e nem rebater o que ela diz, tudo que faço é chorar e chorar até não sobrar uma única lágrima.
Um covarde, de fato.
- Ah, agora você vem falar de respeito, mamãe?! - Perguntou - Depois de insultar meus amigos, meu local de trabalho e me chamar de péssimo exemplo? -
Me aproximei de Ryujin e a cutuquei querendo que ela parasse com a briga, mas tudo que ela fez foi sussurrar baixinho para que eu fosse para o meu quarto.
Mamãe continuava nos olhando com fogo nos olhos enquanto eu me mantia encolhido atrás de minha irmã.
- Você sabe que é isso que você está se tornando, Ryujin! - Gritou de novo, fazendo com que eu me encolhece mais ainda - Desde que começou a andar com esses marginais não para mais em casa, não conversa mais conosco, sequer aparece para jantar! Você se tornou tudo o que eu menos queria.
Percebo o olhar de Ryujin vacilar, como se ela quisesse chorar.
Ryujin é alguém muito forte, do tipo que não se abala facilmente, mas vê-la dessa forma, prestes a desabar, me fez ver um lado que nunca vi dela.
Um lado frágil, como uma folha de papel molhada, que facilmente pode ser rasgada.
Ela logo se recompõe, passando as mãos no rosto e me puxa para o quarto, deixando mamãe lá, gritando por ela.
Em momentos como esse eu me sinto muito inútil por não conseguir me defender e defender minha própria irmã. Queria muito ser como ela e rebater as acusações sem sentido de mamãe.
- Ryun.. Eu sinto muito por não poder te defender, eu queria muito fazer isso, você sabe! Mas é tão difícil.. - eu disse, formando um bico involuntário enquanto mantia o olhar baixo. -
- Tudo bem, Ji. - diz, começando a acariciar meu cabelo, baixando a cabeça para poder ver meu rosto. - Não se culpe por isso, você é incrível, Ji. Você vai conseguir, não tenha pressa. - sorriu -
Apenas assenti, ainda com o olhar caído.
Ryujin muda de assunto rapidamente, comentando sobre sua festa de aniversário.
Sei que ela faz isso para que eu não fique me martirizando, mesmo que seja meio impossível.
- Ah, Ji, são tantas coisas para se resolver - riu - Acreditaria se eu dissesse que um dos meus amigos está mais ansioso que eu?! - indagou, sua voz soando como se fosse um absurdo.
- Uh, acho que ele deve gostar mesmo de você né? - eu disse, com a voz mais sonolenta, me deitando na cama, prestes a dormir. -
- Humh, talvez. Mas, acho que ele está mais ansioso para ver um certo alguém... - diz baixinho. -
- O que você disse, Ryu? Não entendi nada. - resmunguei, quase dormindo. -
- Não é nada, Minnie. - sorriu - Durma bem, huh?
Ryu deposita um beijo em minha testa e em seguida sai do quarto.
Não sei porque, mas também me encontro ansioso para a festa de aniversário dela.
Algo me diz que essa festa me trará grandes surpresas.
