(1/2) - Garoto dos sonhos

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Marinette's pov:

-

- Não! Não! - exclamo, fazendo Alya revirar os olhos.

Recuo o corpo para trás, encostando em Luka.

- Eu já disse que não vou nessa montanha russa! - reitero.

Alya bate as mãos nas pernas e inclina a cabeça para mim.

Ela vestia apenas uma jardineira jeans, com sangue falso espalhado por suas bochechas.

Estava fantasiada de Maxine, de "X", e, por um momento, invejei sua capacidade em obter uma fantasia icônica e sexy ao mesmo tempo.

- Qual é, amiga... - reclama - É a melhor!

Já estávamos na fila há meia hora. Sei que seria frustrante desistir no meio do caminho, mas...

A cada pessoa que saia de lá gritando e dizendo coisas tipo: "Uou eu pensava que iria morrer!" minha vontade de ir diminuia.

Ao passo que o arrependimento de ter cedido a vontade dos dois surgia.

- Olha o tamanho disso! - aponto para o início da fila. Daria pelo menos mais de meia hora ainda. - E meu Deus, parece que colam os carrinhos com cuspe.

Luka ri por trás de mim e Alya também.

No fundo, aposto que concordavam, só estavam sendo levados pela adrenalina.

- Para! - a ruiva esconde o sorriso, dando-me um tapinha no ombro - Estamos nessa fila para nada, então?

- Foda-se a fila, se esses cintos soltarem eu morro!

As risadas de ambos aumentam.

Dessa vez não era piada. Era um medo real e possível...

Luka passa o braço por cima dos meus ombros, trazendo-me para perto de si.

- Eu não deixaria você cair... - ele diz perto do meu ouvido.

Sinto meu corpo arrepiar.

Minha amiga me lança um olhar malicioso e surpreso do tipo que fazia em festas, quando eu estava perto de gatinhos.

Aposto que quando saíssemos daqui, comentaríamos tudo a respeito dele.

- Quase convincente... - eu respondo, alisando seu ombro.

O garoto de cabelo tingido se descola de mim, acariciando meus fios.

- Boa! - exclama, com a mão acima da minha cabeça.

Alya sorri, crente que eu havia cedido.

Obviamente não.

Uma vez livre, saio por debaixo das correntes que dividiam a fila, a deixando.

- Marinette! - ela grita, inconformada.

Aceno para ambos, deixando claro a minha fuga.

O garoto tinha um sorriso contido nos lábios e minha amiga parecia incrédula, mas conformada.

- Eu disse quase! - digo, antes de sair em direção ao centro do parque de diversões.

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Quando vejo que os despistei e que estariam ocupados demais na fila para me procurar, recupero o fôlego. Feliz e calma, por não ter que subir em um daqueles carrinhos malditos.

A noite estava meio fria, mas nada que atormentasse minha pele descoberta.

Minha saia rodada preta subia de vez em quando pelo vento, o que fez eu me arrepender de não ter posto um shorts por baixo.

Eu te dou medo? - One shot (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora