128= Em um universo nem tão pararelo assim

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Colossenses‬ ‭1:21‭-‬23‬ ‭NTLH‬‬
[21] Antes, vocês estavam longe de Deus e eram inimigos dele por causa das coisas más que vocês faziam e pensavam. [22] Mas agora, por meio da morte do seu Filho na cruz, Deus fez com que vocês ficassem seus amigos a fim de trazê-los à sua presença para serem somente dele, não tendo mancha nem culpa. [23] Mas é preciso que vocês continuem fiéis, firmados sobre um alicerce seguro, sem se afastar da esperança que receberam quando ouviram a boa notícia do evangelho. Foi desse evangelho que eu, Paulo, me tornei servo, e é esse evangelho que tem sido anunciado no mundo inteiro.

Ainda sem acreditar junto com os cavalos e mais prisioneiros, vamos indo mais para dentro da mata, parecia lindo no começo, mas algo me dizia que não ficaria assim, a pulseira de fio rompida em minha mão me da um aperto no peito, e me lembra dos tempos antigos, tudo está perdido agora, estou longe da minha pátria, estou longe dEle, longe do meu rei.

O caminho vai se alargando e as paredes mais escuras ficando, é um lugar enorme, mas mesmo assim sufocante, me vejo descendo ao fundo do poço e vejo outras pessoas ao redor indo junto, as correntes em meus pés e as algemas em minhas mãos estão apertadas, ouço o barulho delas enquanto sou empurrada para mais fundo, a dor da culpa me consume e não tenho forças para lutar, meu rei estaria envergonhado de mim, mas com a dor da traição que não tenho dimensão que ele sente, eu imagino que nunca mais o verei, Ele tão doce e majestoso, não sou digna de ter seus olhos sobre mim novamente, nem seu amor queimando em meu peito, muito menos voltar a tudo aquilo que já tivemos um dia e com esses pensamentos sou empurrada ao fundo, o baque do meu corpo contra o chão não faz a dor ser maior do que a dor do vazio da minha alma sem a presença do meu amado, aperto forte a pulseira que Ele me deu, nunca entendi o que significava a promessa que Ele me fez, mas contrariando a desesperança que paira sobre esse lugar, as lagrimas começa a rolar dos meus olhos, eu me lembro da primeira vez que o vi, me lembro da sensação que é estar abraçada a Ele, me lembro de como meus olhos brilhavam e como a meu coração não aguentava de paixão, Ele com todo seu esplendor brilhava por todo lugar onde estava e por amor, me tornava parte desse amor, mas agora olhando em volta em um piscar de olhos eu estou aqui, arrancada do meu amado, por escolha inconsequente minha.

Ele parecia conhecer todas as intenções de Lucas desde o começo, todos os avisos e pedidos para que eu não ficasse perto dele por mim foram ignorados, mesmo com toda paixão e esplendor que vinham dEle eu nao entendia o que demais tinha em olhar e ser amiga de Lucas, até que induzida, eu abri os portões da cidade protegida e permiti que o exército inimigo invadisse a cidade, Lucas não cumpriu o que prometeu, mas devastou a cidade toda e sequestrou as vítimas de suas mentiras, agora estamos aqui e a última coisa que me lembro foi de ver que o exército inimigo não teve poder para alcançar o Palácio, e vi os soldados do rei lutando contra os inimigos, até vi meu amado de relance, antes de ser atingida pela escuridão, seus olhos demonstravam a adrenalina, mas não suportei olhá-lo, pois os meus demonstravam vergonha.

Já estou a dias aqui, sem comer ou beber nada, ouço gemidos vindo das outras celas ao lado, a 3 dias atrás uma de minhas colegas me disse que ouviu um rumor, que pela alegria dos soldados que nos sequestraram, ela acreditava que nosso rei havia morrido, tudo aquilo que me preenchia era estar junto a Ele, mas sinto uma fraqueza rondando meu coração, este ligar está cheio de teias de aranhas, sujeira e pó,  não tenho coragem de levantar minha cabeça, mas já me acostumei, eu mereço esse lugar, e ficarei aqui, até minha morte chegar, não que eu tivesse como escapar, mas com a morte do rei, ninguém lutaria por nós

Até que ouço algo estrondoso sobre o teto, minha mente volta de meus devaneios e uma passagem sobre o teto abre, vejo tumulto e correria pelo lado de fora das grades que me separam, muitos soldados armados desesperados correm, eles estão prontos para lutar, e sem pestanejar eu me levanto e olho para cima, e sem esperar uma corda desce sobre a passagem e eu escuto uma voz familiar gritando:
— Sobe! — Não é possível! Você está vivo! Eu me agarro a corda e tento subir, mas nao consigo, estou fraca demais para aguentar subir
— Eu não consigo! — digo de volta, até que o vejo descendo até a metade do caminho, todo machucado, rasgado, mas mesmo assim magnífico, assim que o vi meu coração acelerou, parecia que tudo estava em slowmotion e só existia eu e Ele naquele lugar, ele segurava com a mao esquerda a corda e com a outra estendida me deu a sua mão, receosa, mas com todo amor e desespero, eu toquei novamente em sua mão, senti seu sangue escorrer no mesmo momento e o fio que havia se rompido, foi restaurado com apenas um toque, eu fui puxada para fora da prisão, assim que me levantei, o olhei por um breve momento, eu imaginei que Ele jamais me aceitaria de volta, porque Ele está aqui? A mesma luz e graça que o acompanham antes, estão sobre Ele agora, e esse dia nublado e cinzento se encheu de uma alegria sobrenatural! Vejo outros soldados vindo ao nosso encontro, eles com outros prisioneiros em seus braços, agora estamos em um lugar seguro, Ele esta aqui!
— O rei morreu? — perguntei o olhando, Ele me olhava de volta, respirou fundo
— Eu me entreguei por amor a você, ressucitei por amor a você — e aquelas palavras foram como um baque para mim, sem reação, pude perceber o quão machucado fisicamente Ele estava, mas como aquilo não tirava majestade de sua identidade,  meus olhos se encheram-se de lágrimas e meu coração de um amor que eu nunca senti antes, eu não o mereço de volta, me abaixei e cobri meu rosto que está em prantos, mas senti seus braços em volta de mim —Me perdoa! Eu não..... eu não tinha ideia de tudo isso, eu só queria, eu...... deveria ter confiado em você!— digo soluçando
—Lucas não tem mais poder sobre você, nem sobre nenhum sudido, eu estou aqui agora! Eu te perdoo— Ele diz calmamente enquanto me abraça mais forte e todo aquele vazio de dias se esvai num piscar olhos e nesse lugar, nesse abraço eu nao quero sair nunca mais, no seu verter eu me tornei noiva novamente e liberta pelo seu sangue, que costurou toda a ruptura que eu causei!

*E aquele fio que se rompeu
Da minha alma até a Deus
O sangue santo costurou
Cristo em suas linhas de amor

E agora um homem feito eu
Pode no homem ver a Deus
Ter paz, viver, andar e ser
Me fez amigo em seu verter*

Olá, meu querido Jesus ❤️Onde histórias criam vida. Descubra agora