Prólogo

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No início do universo, onde só existia a divindade misteriosa e egocêntrica, detentora de todo o poder em suas mãos, inadvertidamente trouxe consigo a vida. Essa manifestação deu origem aos primeiros seres do universo: os anjos.

Ao perceber que sua criação era mais intrigante do que imaginava, decidiu, por mero capricho, formar um universo à sua maneira. Seu poder era tão insondável que, como contraponto à sua primeira criação, deu vida aos demônios. Estes seriam opostos aos seres angelicais, apresentando filosofias, funções e poderes distintos.

Os Domínios Celestial e Infernal foram forjados, dando lugar às primeiras gerações de anjos e demônios, ainda sem um propósito final, mas meros servos leais.

Até o momento em que decidiu investir em sua criação suprema: os seres humanos. Diferentemente dos anjos e demônios, agraciou os humanos com a dádiva da ignorância, permitindo-lhes pensar, agir e decidir sem medo de punições. Era a sua criação perfeita: o homem, vulnerável, sem conhecimento das verdades do universo, mas ciente apenas de sua própria arrogância.

Mesmo satisfeita com suas criações e um universo perfeito, a divindade não estava preparada para os futuros acontecimentos que mudariam o equilíbrio de sua bela criação, afastando-se profundamente de todos os seres em uma rejeição profunda. Isso criou um limiar de caos, no qual os seres agora teriam que lidar para manter o equilíbrio, como uma punição divina.

Adão, o primeiro humano criado a imagem e semelhança de Deus, outrora agraciado com a dádiva da ignorância, viu-se investido com o verdadeiro conhecimento, imortalidade e poderes, tornando-se o guardião dos humanos após o afastamento da divindade. Agora, assim como anjos e demônios, ele também seria encarregado de preservar o equilíbrio em meio ao caos.

Ao condenar os seres ao sofrimento, a divindade inaugurou um novo Domínio: o Domínio das Almas. Nesse reino, sejam humanos, infernais ou angelicais, todos poderiam ser julgados por seus pecados, introduzindo ao universo sua última e mais temida criação: a morte.

Embora o universo tenha sido concluído à sua maneira, ele permanecia mais imperfeito do que nunca. A divindade, agora silenciosa, amaldiçoou sua própria criação, ocupando seu trono enquanto aguardava o dia em que seria desafiada pela ordem natural das coisas. Afinal, a arrogância presente em sua criação era evidente e superava em muito a do Deus implacável sentado em seu trono.

Anjos e demônios uniram-se para proteger e manter a ordem no caos, enquanto os humanos, alheios a tudo, viviam suas vidas conforme desejavam. Adão sugeriu aos outros seres que ocultassem o motivo do afastamento da divindade das próximas gerações, tornando a ignorância uma forma de proteção.

Lucifer e Miguel concordaram, decidindo omitir muitas informações das futuras gerações, estabelecendo apenas as regras necessárias para manter a estabilidade no caos, protegendo assim o futuro do universo. Nem todos concordaram, mas dada a decisão dos líderes, restou apenas respeitar.

Embora nem tudo tenha transcorrido como esperado, a paz reinou por séculos devido à decisão cuidadosa dos líderes. Contudo, com as novas gerações e novos talentos, profecias começaram a emergir, perturbando os líderes e provocando preocupações sobre a durabilidade dessa paz. Os líderes dos domínios infernal e celestial já não eram os mesmos, mas aqueles que permaneciam de geração em geração carregavam os desejos dos primeiros líderes. Até que ponto esses desejos persistiam?

Uma profecia controversa surgiu, chegando aos ouvidos dos líderes: a profecia da estrela caída, a criança destinada a iniciar o caos e uma nova era aterradora. Mais uma vez, os líderes se reuniram para tomar uma decisão definitiva, e eliminar essa ameaça tornou-se a única solução aceitável.

Domínio Infernal - A AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora