A porta branca amarelada e mofada abriu com força, chocando em um dos muitos azulejos ensebados do banheiro, este que continha uma pia com espelho, um vaso e um poster rasgado da torre Eiffel.
- Anda logo! Vamos acabar com isso de uma vez! - disse uma voz masculina.
- Caralho não tava a fim de fazer isso hoje... - outra voz masculina disse um pouco desconfortável.
- Foda-se o que você pensa, é a sua vez! - a primeira voz retrucou.
Algum deles acendeu a luz do recinto, revelando seus dedos com sujeira embaixo das unhas. Os dois instantaneamente olharam seus reflexos no espelho. Eram gêmeos xifópagos, ligados pelo tronco, eles tinham quatro braços, mas apenas duas pernas. O reflexo demonstrava o senso sádico de algum deus, era como se tivessem pegado dois seres e os trançados. A ligação de ambos se dava pelo tórax disforme, que dos pés até o umbigo era normal e depois, tomava dois rumos diferentes.
Ambos eram pardos, com cabelo de tigela, as faces eram semelhantes, porém um usava óculos e o outro não. Vestiam uma camiseta regata que já tinha sido branca, porém estava amarelada e cheia de manchas.
O que estava sem óculos foi puxando logo uma das mãos de seu irmão e enfiou por dentro das calças.
- Cadê o celular?!
- Já estou pegando... - disse o que estava de óculos, enquanto acariciava sem graça a genitália deles.
- É melhor você começar a melhorar isso. Tá fazendo corpo mole por quê?!
- Ah eu não tava a fim agora! Eu te disse pô! - resmungou o outro que já estava procurando algo no celular.
- Problema é teu! Quando eu não tô a fim, bato com vontade do mesmo jeito! - respondeu o outro ríspido, puxou a mão do outro de dentro das calças e deu uma grande escarrada nela. - Agora sim! Mexe nessa porra direito!
O de óculos então com a mão esquerda melecou o pênis que estava semiereto com a saliva de seu irmão e começou a fazer movimento giratórios. Com a mão direita ele ainda fuçava alguma coisa no celular, até que finalmente disse:
- Aqui. Achei!
- É isso aí, dá play nessa merda! - disse o outro sedento.
Os dois quase encostavam a cabeça para assistir o vídeo no celular. O volume estava bem alto, quem passasse ao lado de fora da casa poderia ouvir facilmente os gemidos que vinham do aparelho. O irmão sem óculos mordiscava os lábios rachados com seus dentes cheios de tártaro, enquanto soltava sublimes gemidos. Já o outro estava com os olhos semicerrados encarando aquela cena, mesmo que no início não estivesse muito empolgado, nessa altura da cena, já estava com friccionando o pênis com força na mão em cima da pia que estava cheia de limo e alguns pelos espalhados, não se sabia se eram da face ou pubianos.
Conforme os dois se embriagavam no êxtase do que assistiam, o ato por se tornava mais forte e mais rápido. Eram fricções violentas, que chegavam a machucar a pele do pênis, porém o que estava de óculos não parava. Os gemidos do vídeo aumentavam, as vezes até pareciam gritos, quem ouvisse de fora, poderia até confundir se eram de prazer ou de dor.
Os gemidos dos dois começaram a aumentar também, o irmão sem óculos fechou completamente os olhos com força e disse:- É isso aí! Continua assim! Não para!
- Eu não vou parar. Eu vou é...
Com os dois gemendo de forma uníssona, ejacularam com força na pia suja.
O que estava masturbando ambos largou o pênis e tirou os óculos, deixou o celular em cima da pia, abriu a torneira que passou a jorrar uma água amarelada e lavou seu rosto, enquanto o outro respirava exaustivamente.
- Definitivamente foi uma ótima punheta! É isso aí irmão! Fez drama à toa!
- Claro... Claro... Temos que voltar pra lanchonete agora. Antes que o Beto comece a reclamar que estamos demorando com os lanches.
O irmão sem óculos guardou o pênis para dentro da calça e fechou o zíper da calça. Eles abriram a porta e saíram satisfeitos com o ato que acabaram de realizar. O banheiro sujo, no entanto, ficou com um intruso indesejado em cima da imunda pia, o celular dos xifópagos que ainda estava com a tela acessa mostrava bem o vídeo pausado. Eram quatro homens barrigudos de meia idade usando máscaras em volta de uma criança.