Chegou A Hora

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Não importa que tudo estivesse lindo e tranquilo agora, Choi Beomgyu ainda precisava voltar ao mundo humano e seus amigos precisavam voltar para suas famílias. Por isso, eles estavam reunidos próximo da casa de Jeongin, se despedindo dos habitantes daquele lugar maravilhoso.

— Eu voltarei logo, eu só preciso resolver o problema com a minha madrasta — Beom disse para as rainhas após receber um abraço forte delas.

— Prometemos que vamos voltar uma vez ou outra — Soobin contou abrindo um pequeno sorriso.

— Iremos esperar por vocês — Rainha Mirana disse.

— Vamos, pessoal! O Mundo Humano espera por vocês — Yang Jeongin anunciou chamando a atenção dos garotos, ele os guiou para uma enorme pedra, essa que começou a ganhar uma nova forma e parecia ser o corredor da casa de Beomgyu.

Passaram juntos por aquele portal, de olhos fechados e sentiram seus corpos serem puxados, quando abriram, já estavam no corredor da casa do Beom, com as roupas que usavam naquele dia e Kai e Yeonjun não possuíam mais uma cauda e orelhas de gato e coelho.

— Garotos, onde estavam? Estão todos atrasados para festa — A "mãe" de Gyu diz chegando no corredor, uma expressão raivosa estava presente no seu rosto, uma que pela primeira vez não causou medo no Choi.

— Não quero festa, mande todos embora — Beomgyu ordenou, deixando seus amigos para trás e começando a caminhar para o seu quarto.

— O quê? Você me diz isso depois de já ter planejado toda a festa e com todos te esperando? Pelo amor de Deus, vamos logo, garoto — Ela tentou segurar a mão do Choi, mas ele não deixou que ela se aproximasse.

— Pelo amor de Deus digo eu, eu por acaso disse que queria uma festa? Ou você planejou tudo isso para que eu parecesse um adolescente normal? Pois deixe eu te contar um segredo, eu não sou normal — Gyu cruzou os braços — Não vou pedir de novo, mande aquelas pessoas embora.

— Choi Beomgyu, como ousa falar assim com a sua mãe? — Beom soltou uma risada sarcástica, seus amigos assistiam aquela cena com olhares surpresos já que Choi dificilmente agia de forma sarcástica, era a primeira vez que ele agia por querer.

— Infelizmente minha mãe não está aqui, conheceu ela? A belíssima Alice Liddell — A expressão raivosa da mulher se suavisou e deu lugar para uma expressão surpresa — Pelo visto conhece, sabia que eu sou tão louco quanto ela? Você não passa de uma mulher que me tratou como um maluco durante todos esses anos de toda minha vida.

— Eu cuidei de você enquanto ela preferiu fazer maluquices ao redor do mundo naquele navio velho dela.

— Eu agradeço por isso, mas agora não preciso mais de você, já tenho o meu verdadeiro lar.

— Deixe-me adivinhar, um mundo maravilhoso e maluco que você viu através do espelho? É o que sua mãe já disse — A mulher soltou uma risada e saiu andando, sumiu pelo corredor e voltou logo depois com um martelo na sua mão — Vamos ver se isso vai te fazer parar de agir como um retardado — Ela acertou o martelo no espelho enorme, fazendo com que os garotos se afastassem pelo susto, mas Beomgyu continuava estático e com a mesma expressão de nada.

— Uau, me deixou sem saída mesmo — Choi riu e acenou para os seus amigos — Voltem para casa, meninos! Nos veremos logo.

— Nada disso, você está de castigo por um longo tempo — A mulher segurou o pulso do Choi e o arrastou até o seu quarto, dessa vez o coreano não resistiu e não disse nada.

Seus amigos saíram da casa após avisar os convidados que não havia mais festa, todos voltaram para suas casas mesmo que o desejo dos garotos fosse ficar ali e cuidar do Beomgyu, mas eles sabiam que o Gyu sabia se virar muito bem sozinho. Até porque, o amigo deles não era apenas um "menino louco que precisava ser defendido", Beom era o oposto disso, um garoto forte e guerreiro que sabia enfrentar problemas grandes como uma rainha maníaca querendo vingança.

Choi teve que aguentar o falatório de sua madrasta por um tempo, ele não abriu a boca para rebater e deixou que ela falasse com as paredes, mesmo que ele pensasse que nem mesmo elas gostariam de ouvir a voz irritante daquela mulher. Quando a noite chegou, Beomgyu começou a arrumar suas coisas.

Algumas ele colocava dentro de uma mochila e outras ele deixava para entregar aos amigos quando tivesse a chance, o resto ele deixaria ali. Enquanto fazia essa organização ele viu um papel amarelado cair de um dos seus livros, um antigo sem título que ele nunca deu verdadeira importância.

"Choi Beomgyu, se for você lendo isso, devo dizer 'olá', sou eu a sua mãe. Alice Liddell

Não faço ideia de quando vai ler essa carta, mas ao julgar pelos anos que se passaram você não vai encontrar isso tão cedo. Eu quero me desculpar por não ter sido uma mãe presente na sua vida, mas eu tentei muito, lembra da sua diretora no fundamental? A que cuidava dos seus machucados quando os alunos o batiam? Era eu! Sempre fui eu ali ao seu lado, cuidando de você.

Caso esteja lendo isso após conhecer o País Das Maravilhas, quero perguntar, não é realmente admirável aquele lugar? Bizarramente lindo.

Enquanto escrevo isso, você ainda só tem 12 anos, para mim ainda é um menino, mas com certeza você só vai ler isso quando for mais velho.

Sempre que precisar de mim, me procure. Eu sei que você irá dar um jeitinho bem "País Das Maravilhas" de me encontrar."

Até algum dia,
Alice Liddell (mamãe) ♡

Beom sorriu e guardou o papel no seu bolso, finalmente saindo pela janela com cuidado e começando a correr pelas ruas, queria chegar na casa de Kang o mais rápido possível.

Ao chegar lá, jogou pedrinhas na janela do seu namorado e ele, por algum motivo, não estranhou em ver Beomgyu ali. Desceu as escadas e abriu a porta para que Choi entrasse.

— Está tudo bem? — Tae perguntou assim que chegaram ao seu quarto.

— Tudo, mas chegou a hora de voltar para o meu reino — Gyu sorriu — Essa mochila fica com você, separei algumas coisinhas que quero que fique com você e os garotos.

— Irei entregar amanhã mesmo — Eles se abraçaram e Kang segurou o queixo do namorado, dando um selinho demorado.

— Posso usar o seu espelho? — Ele disse sem se afastar.

— Claro que pode — Eles caminharam juntos até o espelho grande que havia no quarto do Taehyun — Vou sentir sua falta, muito mesmo.

— Vocês poderão me visitar sempre, lembra que ganharam passe livre no País Das Maravilhas — Eles trocaram mais alguns selinhos demorados. Choi segurou firme a sua mochila e olhou para o espelho, o vendo ganhar uma nova forma — Até logo, amor.

Ele passou pelo espelho sem ver que um papel havia caído de seu bolso, Kang tentou avisar mas já era tarde, o portal se fechou. Taehyun olhou para aquele papel e o leu rapidamente para ter certeza se será algo de extrema importância, e então abriu um sorriso, enquanto um plano se formava na sua cabecinha.

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IN THE MIRROR - Taegyu (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora