||Quem somos nós para julgar

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Sn

Sentir um roçado na minha mão, logo em seguida um peso, fui obrigada a abrir meus olhos e ver meu gato Cleitinho em cima dela querendo carinho

Não entendo esse gato, a cara dele é aquela típica cara de gatos que te olha como se quisesse que seu dono vá a merda

Mas ao mesmo tempo, quando ele quer ele sobe pra minha cama dormir comigo e fica pedindo carinho, eu em gato mais bipolar que eu

"Minhaw"

-Minhaw pra você também, creitinho -fiz um carinho pro bichano, e tratei-me em me levantar,e ir me arrumar, quando terminei fui até a cozinha que é conjugada com a sala, percebi que meu irmão estava deitado no sofá brincando com a minha sobrinha que tava em cima da barriga dele
-Bom dia amor da minha vida-dei um beijo na bochecha dela
-Olá você, cara de boi -Meu irmão  deu um tapa no meu braço
-Ai, que mau humor em -sai em direção aos armários, tinha Sucrilhos, peguei a caixa e uma tigela, coloquei no balcão a tigela e o Sucrilhos dentro dela e fui em busca do leite, desanimei quando vi que não tinha o bendito do leite

-O leite acabou

-Serio dan? Não sabia -respondi irônica, ele voltou a brincar com a filha
-Vou descer lá em baixo, atrás de leite -avisei e sai pra rua

Passei por alguns vizinhos, fazia anos que eu tinha ido embora, mas tudo continuava do mesmo jeito, bom quase tudo, eles asfaltaram a rua lá de casa, isso era bom, já que meu pé é um ímã de terra

Eu me preparei psicologicamente pra minha volta, mas preciso, me preparei pro desafio de passar na casa murada com um banco de seramica na frente, aquela casa ou melhor quem morava naquela casa era uma história complicada da minha vida, e eu tinha certeza de que não queria o encarar, não ainda

Esse é o mal de se envolver com alguém que é da sua roda de amigos, no começo é bom, mas depois... Depois não é a mesma coisa de antes

Quando eu já tinha passado daquela casa pude respirar, parei no cruzamento, mas por pouco tempo, era uma rua calma, então já atravessei logo , passei em frente ao postinho de saúde, e logo em seguida a uma lanchonete, tenho várias histórias com essa lanchonete também

Continuei andando, e logo na esquina, era a casa dos meus avós, pensei em parar mas lembrei-me de que eles estavam em São Paulo, voltei a andar reto e virei a grande curva que tinha descendo, passei em frente a escola e virei novamente descendo, até parar na esquina

Lá estava o local de trabalho da minha mãe, uma lanchonete, uma das primeiras lanchonetes que foi aberta naquela cidadezinha pacata, acho que foi o meu primeiro emprego, cheguei e tava sem movimento, por ser de manhã

Entrei e ela não estava, com certeza ela foi no mercado que tinha lá embaixo em frente a praça da igreja, a praça era tipo o centro da cidade, em volta dela tinha algumas casas e pontos de comércios, o da minha mãe era um deles, de um lado tinha uma serraria, na rua do bar dela tinha outros dois bares e na rua descendo do lado direito tinha uma sorveteria e mais embaixo outro mercado, e atravessando a rua desse mercado uma farmácia

Fui a procura de leite na geladeira, desanimei quando abri ela e não tinha nada ali, o jeito foi ir no mercado

-Oie Antônio -cumprimentei o dono do mercadinho

-Snzinha, como vai prima?

-Bem e você?

-Estou bem -fui até a prateleira que tinha leite e peguei um, voltei e paguei
-Obrigada, dá um oi pra Aline por mim

Saí e subi novamente, mas fui parada por um grito familiar, minha tia de consideração me gritando Pra ir na casa dela

Se eu não fosse ela brigaria comigo com certeza, então foi o jeito eu ir até ela

Encontros -Inaki Godoy x S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora