{03} cortado em mil e um pedacinhos

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e o voto, da nunca?

🥪

ㅡ Oi, pequeno jovem adulto.ㅡ O enfermeiro Kang comprimentou, sorrindo sem mostrar os dentes e me olhando por cima de suas lentes grossas.

Ele organiza alguns frascos de remédios dentro do armário ao lado de sua mesa perfeitamente alinhada.

ㅡ Oi, senhor Kang.ㅡ E eu comprimento de volta, seguindo para a maca, local o qual ele indicou ao acenar com o queixo.

ㅡ O que houve desta vez, querido? Bateu o rosto num dos postes do campo de novo? Ou tropeçou em mais uma casca de banana no refeitório? ㅡ Questionou, me examinando de perto.

Eu sorri ligeiramente envergonhado. Ele me acompanhou no processo.

ㅡ Não. Dessa vez tive muito cuidado ao andar pelo refeitório e ao correr no campo.

ㅡ Muito bem, querido. Não quero ver você chegando aqui sem um de seus dentes. Eles são perfeitos! ㅡ Disse ele passando uma gaze molhada em antiséptico em meu machucado no queixo. Eu murmurei de dor.

Ele repetiu o mesmo processo na boca, com uma nova gaze. Depois o nariz.

Eu mantive um short curto, para que ele pudesse cuidar das feridas dos joelhos também.

ㅡ Então, me conte. O que causou isso nesse lindo rostinho?

Baixei o olhar por alguns segundos, respirando fundo antes de tomar impulso para contar.

Não quero contar isso a mais ninguém. Quero esquecer esse acontecimento para sempre da minha vida. No entanto, como se trata de senhor Kang, um de meus únicos amigos pelos campos, eu me forço a dizer:

ㅡ Eu escorreguei em um sabonete no vestiário. Na hora de me levantar, escorreguei de novo, daí acabei arrastando meus joelhos no piso áspero.ㅡ Apontei para os ralados, ele seguiu com o olhar.

ㅡ Oh, ainda não tinha os vistos.ㅡ Ele molhou mais gases no antiséptico depois de passar pomada nos ferimentos do meu rosto. E limpou cuidadosamente meus joelhos.ㅡ Esses jovens de hoje em dia não tem a decência nem mesmo de recolher seu próprio material!

Ele bufou, frustrado. Me senti bem com sua indignação.

ㅡ Se o dono do sabonete tivesse pegado a porcaria do sabonete, isso não teria acontecido.ㅡ E continuou resmungando. Eu ri.

ㅡ Está tudo bem, senhor Kang. Já passou. Isso foi culpa minha por ter sido tão desatento.ㅡ Seus olhos azuis gelo alcançaram os meus numa velocidade impressionante, transmitindo uma revolta sem igual. Então eu conti uma risada.

ㅡ Eu sei que às vezes você é tão desatento quanto uma mula sem cabeça, querido. Não é a toa que vem a enfermeira pelo menos três vezes a cada semana. Mas isso definitivamente não foi culpa sua! ㅡ Pontuou muito seriamente, pondo gases presas por esparadrapos nos meus joelhos.ㅡ Como diabos ia ver um sabonete no chão estando naquele vapor todo, em meio a um monte de adolescente nu, sendo você a timidez em pessoa?!

Novamente eu soltei uma risadinha descontraída. De fato. Ele tinha razão.

ㅡ Pois bem, meu jovenzinho, eu não acredito que tenha sido culpa sua. Por isso, não se encabule muito com o assunto.ㅡ Disse por fim, cortando a fita grudenta e finalizando os curativos.ㅡ Às vezes nós sofremos com as consequências das ações dos outros. É bem comum em nossa sociedade.

ㅡ É… você tem razão.ㅡ Mordi o interior de minhas bochechas, concordando.

Ele pegou algumas coisas de dentro do armário e enfiou numa sacolinha. E enfiou alguns gases também.

Amor Vestido de Ódio || JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora