𝐈𝐍𝐂𝐄𝐍𝐃𝐄𝐈𝐀-𝐌𝐄

10.

DIANA

- O QUE? - Hanna grita.
- Você está me dizendo que Miles te beijou?

- Shiu, Fale baixo! - digo franzindo o cenho.

- Vocês se pegaram? Tipo, se pegaram mesmo? Rolando até beijão de língua? - pergunta boquiaberta.

- Sim? Hanna, não sei porque está surpresa. - murmuro olhando para o chão da sala de aula.

- Porque eu não deveria estar? - Dar de ombros. - Você está demais hein garota.

Dou um sorrisinho.

Quando acordei, me arrumei as pressas para ir para o trabalho, depois, encontrei com Hanna no caminho para escola e fomos juntas.

Ainda não contei o desentendimento que tive com meu pai depois que Miles foi embora, e nem que Miles me chamou para jantar em sua casa. Mas o que me deixou mais pensativa foi o fato de meu pai se orgulhar de ver eu me envolvendo com Miles, tipo, só porque Miles é filho de seu patrão..ou porque Miles é rico?

Não consigo entender, e se eu me envolvesse com alguém que não tem uma vida financeira boa? Que não tem um carro ou uma moto, mas que mesmo assim me tratasse com muito amor e carinho e fizesse de tudo para me ver feliz? Será que ele teria a mesma reação a que teve quando descobriu que estou me envolvendo com Miles? Ou seria diferente?

É claro que seria diferente, ele só liga pra dinheiro.

-Diana...? Diana!—A professora grita meu nome, me tirando de meus pensamentos, olho para ela.

-Não está prestando atenção na aula!

-Estou sim, você está me vendo conversar com alguém?—digo simples.

-Agora pouco você estava conversando com Hanna, devo mudar vocês duas de lugares?

-Estava, no verbo passado.—Hanna justifica.

-Não será necessário me mudar de lugar professora.—dou de ombros.

-Assim eu espero.—diz e volta a explicação da matéria.

Tenho certeza que Hanna está xingando a professora de Química na mente, eu também estou.

Professora chata, eu não fiz nada demais.

                                          •••

Quando o sinal bate eu e Hanna seguimos para nossos armários conversando sobre algo.

-É hoje que começão os ensaios né?—Hanna pergunta.

-O que? é hoje?—pergunto incrédula.

Ouso uma risada ao longe se aproximando.

-É...é hoje sonsa.—viro-me para ver quem é que está atrás de mim, e encontro Renata, com um sorriso nojento que me dá vontade de arrancar de seu rosto.

-Desculpa, quem te chamou na conversa mocreia?—Hanna responde antes que eu possa falar algo, agora ela está do meu lado.

Renata se vira para encara-lá de cima a baixo.