Estrada Para O Inferno - SOPE

Prólogo

Rota 99 - 10h da manhã

_  I'm on the highway to hell, On the highway to hell, Highway to hell, I'm on the highway to hel. (Estou na estrada para o inferno, Na estrada para o inferno, estrada para o inferno, estou na estrada para o inferno) - a jovem Anne canta descontroladamente a sua música favorita enquanto dirige o carro em alta velocidade. As férias estavam apenas começando, tudo que a jovem queria era encontrar a sua paz durante a viagem de férias. Mas parece que o destino não compartilha do mesmo interesse.

Enquanto canta loucamente e com as mãos para fora da janela do carro, a jovem não percebe que havia um objeto perfurante no meio da estrada.

Wooooow, mas que caralho. - o carro da jovem emite um som alto, então ela puxa o freio e começa a parar o veículo. Com o veículo parado, a jovem sai do carro e vai verificar o que aconteceu, quando se depara com o pneu do automóvel furado e seco.

Era só o que me faltava. - chutando o pneu, a jovem vai andando até a parte traseira do carro para procurar o estepe, mas esse tinha sido retirado para acomodar as suas malas de viagem, que segundo a jovem, eram mais importantes.

A jovem volta para o carro e tenta ligar para o seu namorado para pedir que venha buscá-la na estrada, mas o celular estava sem sinal de torre.

O que mais me falta acontecer, hein? - a jovem olha para o teto do carro suspirando de raiva e frustração. Decidida a não perder tempo parada sem fazer nada, a jovem sai do carro e se escora no capô do carro para esperar algum carro passar pela estrada.

Meia hora depois, um carro finalmente parou quando a jovem fez sinal. Ela pegou uma camisa de frio e o seu celular e seguiu até o carro que tinha parado alguns metros a frente. 

Olá, o senhor poderia me ajudar com o pneu do meu carro? Ele furou e não tenho como trocar. - A jovem não estava confortável em pedir ajuda a um homem desconhecido no meio da estrada, mas ela não tinha muitas opções no momento.

 O senhor deu um sorriso e acenou com a cabeça. Desligando o carro e saindo, ele segue até o carro da jovem e começa a analisar a situação do pneu.

O estrago foi feio hein, por onde foi que você andou para acontecer isso? - o senhor levanta a cabeça e olha para a jovem que estava parada observando.

Ah, eu não sei como aconteceu isso, eu estava apenas dirigindo e do nada, pow, simplesmente furou.

O senhor observa a jovem e solta um suspiro. - Certo, eu tenho um telefone na minha casa, é aqui perto, caso você queira ligar para alguém vir lhe buscar. Posso te dar uma carona.

A jovem exita por um momento e alterna o olhar entre o pneu e o senhor parado ao seu lado. Ela solta um suspiro e acena com a cabeça em confirmação.

Certo, eu vou com o senhor e de lá eu ligo para o meu namorado vir me buscar com um guincho.  

Ótimo, então vamos lá, é aqui perto.

A jovem vai até seu carro para pegar alguns itens e trancar o veículo para que ninguém roubasse, o que não faria diferença, pois os ladrões andam muito preparados para roubar.

Ela segue o senhor até o carro e senta no banco do carona, ela começa a observar discretamente o interior do veículo, ela acaba achando um sutiã vermelho jogado na parte de trás do banco do motorista, mas apenas ignora com o pensamento de que deve ser da esposa do senhor. O homem então liga o carro e começa a dirigir.

Você está de férias da escola, minha jovem? - o homem decide puxar assunto.

Sim, na verdade, é faculdade. - a jovem solta um riso pelo nariz e olha para a paisagem que passava rápido pela janela.

Oh, você parece muito nova para estar na faculdade, quantos anos você tem? - o homem pergunta olhando para a jovem que continua observando o lado de fora da janela.

Tenho 20 anos, senhor. - ela decide dar apenas essa informação para o homem desconhecido.

Muito nova e muito bonita. - o homem comentou baixinho, mas Anne ouviu e sentiu o nervosismo tomando de conta.

Ao chegar na casa do homem, Anne nota que a casa é afastada da estrada principal e que tem muitas árvores em volta. Assustador.

Então, o telefone fica lá dentro, vamos entrar? - o homem aponta para a casa e dá um sorriso para a jovem.

Ela segue o homem até a sala da casa e nota o telefone no canto da sala, notando que o telefone é antigo e que duvidava que ainda funcionasse. Mas não querendo ser ingrata, ela decide tentar ligar par o namorado.

A senhorita aceita um pouco de água? Você deve ter ficado muito tempo naquele sol esperando alguém aparecer. - o senhor surge do que devia ser a cozinha e vai até a jovem lhe entregando um copo com água.

A jovem aceita o copo e toma o líquido rapidamente, não notando o sorriso nada amigável que o home lhe lança. Após tomar a água, a jovem decide continuar tentando ligar para o namorado, mas a chamada nunca é completada. Anne se vira rapidamente para perguntar algo para o homem, mas acaba sentindo uma tontura e ficando com a visão turva.

Colocando a mão na cabeça e se apoiando no armário próximo, ela tenta se situar nas coisas em sua volta, ela nota que o homem está apoiado no batente do que seria a cozinha a observando com um sorriso de lado.

Sabe, você não deveria sair por aí pedindo e aceitando carona de uma pessoa desconhecida, principalmente se você tiver sozinha. - o homem observa a jovem cambalear para chegar até a porta de saída, como um animal selvagem observando a sua presa antes de atacar.

A jovem abre a porta e anda até a escadinha que havia na entrada da casa, ela cai no chão enquanto ouve uma risada atrás de si. Ela realmente deveria ter acreditado na sua intuição e não ter aceitado a carona. A jovem se levanta do chão, mas acaba esbarrando em algo, ou pior, em alguém. Ao olhar para cima, a jovem nota o rosto deformado que a observa, um rosto que aparentava ter sido queimado em mil sóis. O homem era alto, muito alto, usava uma camisa xadrez vermelha e uma calça surrada com manchas, mas ela não queria saber o que eram aquelas manchas.

Ela então desvia do tal homem e começa a correr para chegar no carro que estava parado a alguns metros, mas é puxada pelo cabelo antes mesmo de tocar na porta do carro.

Bem-vinda ao inferno, baby. - o homem sussurra rente ao seu ouvido e solta uma risada nada amigável.

Então ela grita em plenos pulmões, mas não pode ser ouvida por ninguém.