-Vamos matar as saudades?
Havia perguntado isso a Agatha quando paguei a conta do restaurante. Com a mão entrelaçada a dela sobre a mesa, acariciei, ela sorriu de lado, mas não chegou aos olhos. Hesitou. Franzi o rosto confuso pelo silêncio dela, pegando na sua outra mão dei um aperto carinhoso. Estou com tantas saudades, mais do que conseguiria descrever, mais do que é saudável. Quando ia perguntar o que estava havendo ela acariciou a palma da minha mão com o polegar.
-Claro! -respondeu baixinho sorrindo pra mim.
Sentindo a mente entorpecida ao mesmo tempo que os cenários na minha mente estivesse disparados em imagens dela comigo na cama, meu corpo não estava nada entorpecido. O desejo instantâneo e uma pontada ardente me atingiu. Meu peito inflou quando as lembranças dos momentos íntimos que tivemos chegaram na mesma hora.
Havia me levantado e avançado exatamente três passos que me separavam dela, estendi minha mão direita com a palma voltada para cima. Era um pedido mudo que ela pegasse e viesse logo comigo matar quem estava me matando. Agatha afastou as pernas para o lado e pousou a mão sobre a minha, que logo levei aos lábios depositando um beijo como promessa.
O caminho até o melhor hotel da região foi em um silêncio coberto de tesão. Trocamos olhares, sorrisos e toques com as mãos que eram uma maneira de aplacar aquele frio na barriga que antecede o momento.
Quando chegamos ao quarto, Agatha parou no meio dele analisando o ambiente. Havia uma janela que dava para um lago. As paredes eram de pedra lisa, havia um castiçal de velas que estavam acesas dando um ar íntimo ao local. No lado esquerdo havia uma lareira com a madeira aos pés. A cama era grande e estava coberta com uma colcha branca, havia criados mudos simples e uma poltrona grande de couro grande preta. É um refúgio delicado, que parecia de certa forma mágico graças à luz que entrava.
Girei o corpo para encarar Antônio. Ele estava parado perto da porta, com o chapéu na mão, os olhos vidrados em mim. Foi assustador. Era o momento que quis tanto evitar. O momento que com absoluta certeza, soube que estou profundamente envolvida com Antônio La Selva, o homem que jurei me vingar! Um momento que não tenho como escapar pois, é tarde demais para fingir, esconder ou negar meus sentimentos.
Quando Agatha se virou ela me observava, embora tenha deixado a bolsa em cima da poltrona. Ela está usando um vestido de linho preto, que tem um laço que circunda sua cintura bem marcada, é um vestido de mangas curtas, simples, com o colo todo coberto. Molda seu corpo bem delineado dispensando qualquer adorno.
Fui até a lareira e ao me abaixar coloquei a lenha e peguei o atiçador de fogo para acendê-la. Quando o fogo ganhou vida me levantei e fui até ela que continuava me encarando em silêncio.
-Venha para perto do fogo. -falei pousando a mão em sua cintura e levando-a para perto da lareira.
Não quero que esse momento seja apenas para alívio do meu desejo. Não, não, quero fazer amor com a minha Agatha! Não a beijei imediatamente, como se estivesse pegando em uma folha de soja tomei seu rosto entre as mãos e com os polegares acariciei sua face. A luz do sol que entra pela janela a faz cintilar! Agatha é dona de um sorriso adorável. Com a mão corri os dedos por aqueles cachos que tanto acho bonito, tão macios, tão revoltos, assim como ela! Seu estilo combina com ela como poucas.
Desci as mãos pelos seus ombros, então virou-se de costas para mim. Com uma mão procurei a ponta do laço e o puxei até senti-lo afrouxar na sua cintura. Afastando o tecido dos ombros o desci pelos braços, até a cintura, caindo sozinho até o chão. Agatha está com uma lingerie de renda preta, e fui incapaz de conter o assobio baixo ao vê o belo corpo a minha frente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vamos matar a saudade?
FanfictionAntônio quer matar as saudades que está sentindo da Agatha, mas ela hesita.