LET IT DIE

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O encaro enquanto ele me olha incrédulo, está um silêncio constrangedor e eu só quero saber oque aconteceu " Tom ,que casa é essa? " - Tom parece sair do transe e olha em meu olhos e abre a boca para falar " Tom , tem algo queimando " - Escuto a vou de Bill denovo e me viro vendo ele vim em nossa direção mas assim que me viu parou seus passos " S/N? " - O encaro sem emoção " Não sente dor ? não acredito que você acordou! " - Ele olhou para Tom que de tanto nervosismo estava sem cor nenhuma na boca " Gente ,que casa é essa? " - Bill arregala os olhos olhando para Tom " Eu vou desligar o fogo " - Bill sair praticamente correndo " S/n , rolou algumas coisas depois daquele dia do cassino " - Tom diz sério mas diria que ele tenta esconder a tremedeira " Sim , diz logo oque aconteceu! " - Digo em um tom baixo ainda calma ,Bill chega sentando na poltrona em nosso lado.

Tom me olha mudando sua feição e passando a mão no rosto " Olha , não tinha como..." - Um nervosismo me consome e já me viro olhando ao redor " Não tinha como? oque? onde eu tô? oque fizeram com o meu cassino? " - Me levanto ainda fraca, sentindo minhas pernas ficarem bambas e minha pressão cair , me encosto na base do sofá voltando ao normal "Calma s/n ,escute oque temos para falar " -Bill diz e Tom se levanta para vim me ajudar mas me esquivo dele " Eu preciso ir até minha casa ,agora " - Ele com um semblante preocupado respira fundo " não dá " - Olho em seus olhos  " como assim não dá? " - Ele parece pensar no que falar mas fecha os olhos se entregando " Não estamos em Los Angeles " - Fico confusa e olho para Bill que me olha angustiado " Onde estamos? " - Digo baixo me controlando " Na Alemanha " - Minha expressão rapidamente muda e olho confusa para os dois que mantém a mesma feição " como assim Alemanha? " - Tento não surtar pois já me sinto fraca e sei que qualquer surto posso apagar  " Você ficou desacordada por praticamente 3 meses , enquanto isso ,todo mundo de Los Angeles queriam fazer algo contra você . Você tinha dito que nossa família era daqui e então vinhemos atrás de nossa família, e o Tom não quis te deixar lá, afinal praticamente todos seus seguranças se foram " - Bill diz rápido resumindo ,e olho para Tom que espera alguma resposta " Vocês me trouxeram para um país que eu não sei me comunicar com ninguém, eu nunca pisei aqui " - Faço uma pausa respirando fundo e ponho as mãos no rosto " S/n , podemos conversar sobre isso depois ,você não pode passar por estresse agora " - Tom novamente tenta chega perto de mim mas me afasto " Não, não dá para eu aceitar isso na boa , eu não sou daqui , eu não tenho nada a ver com a família de vocês " - Sinto meu coração começar a bater mais rápido e minha respiração acelerar " Eu vou ligar para a enfermeira " - Bill levanta com seu celular em mãos e Tom continua em minha frente.

Eu não entendo oque aconteceu ,me lembro de flashs. Não posso aceitar que minha vida mude assim, até onde me lembro Tom nem olhava em meus olhos ,agora ele implora para que eu o escute e me acalme , tudo saiu do controle , eu não vou viver aqui na Alemanha como se nada tivesse acontecido.

Me ergo e caminho até as escadas novamente "Eu preciso de um celular " - Sinto Tom vim atrás de mim "S/n porfavor , sente se ,depois..." - Me viro furiosa " DEPOIS O CARALHO ,EU QUERO UM CELULAR " - Tom trava após meu grito e volta seu olhar em meus olhos devagar " Você vai fazer oque com um celular? Ninguém tá vivo ,e estamos na Alemanha " - O encaro fechando meus punho com uma vontade extrema de surtar " Seu filho da puta ,você quer oque ? ah claro Tom vou viver aqui dependendo de vocês e deixar tudo que eu construir em Los Angeles para trás e ser mãe de família e uma pessoa com uma vida renovado " - Digo em ironia mas em tom de raiva " Você vivia oque seu pai deixou para você, eu salvei você, ou você continuaria vivendo daquela forma ou iria virar cinzas naquele cassino " - Nos encaramos em silêncio e a raiva vai se transformando em tristeza " Me deixasse morrer ,não ganhei nada estando viva " - Me virei subindo as escadas e voltando para o quarto o qual eu acordei.

Entrei no quarto revirando tudo que via em minha frente a procura de algo meu ,uma roupa ,um celular , o notebook ,qualquer coisa. Vejo uma porta e a abro sem receio dando de cara com um espelho . Me vejo de corpo inteiro ,me encaro e não me reconheço. Meu cabelo, meu olhar, minha pele ,parece outra pessoa.

Toco em meu cabelo o vendo curto e algumas cicatrizes ficam expostas após a manga do meu moletom abaixar

* oque aconteceu comigo? *

Escuto batidas na porta e logo ela é aberta por uma mulher pouco maior que eu " Olá? " - Saio do banheiro olhando a mulher que vem em minha direção " Olá tudo bem? Você se recorda de mim? " - Balanço a cabeça a reconhecendo " Você teve uma melhora muito rápido, venha aqui porfavor " - Ela me direciona até a cama e me sento.

Ela abre sua bolsa pegando o estetoscópio para ouvir meus batimentos e com uma lanterna direciona a luz em meus dois olhos "Nada ruim aparente. Okay s/n , vou te fazer umas perguntas e você me responde tabom? " - Respiro fundo " Não,  eu só quero sair daqui ,beleza ? " - Me levanto mas sinto minha pressão cair e meu corpo volta caindo sentada na cama " Por isso quero te fazer algumas perguntas " - A mulher diz abrindo um caderno " vai ser rápido prometo " - Preciono meus olhos esperando minha visão voltar ao normal " Qual sua última lembrança nítida? " - Olho para a mulher que também me encara " Eu levando uma pancada na cabeça , mas tenho alguns flash ,como em um avião, alguns banhos que provavelmente você me deu ,e acho que só " - Respondo rápido e baixo me rendendo " Você sente alguma dor ou náusea? " - Inclino meu pescoço para baixo mas volto a olhar para ela " Não sinto dor mas minha pressão cai com qualquer esforço que faço " - Ela anota umas coisas em seu caderno " Isso é normal ,você passou meses deitada sem fazer movimentos sem que alguém os impulsionasse " - Olho confusa para ela " Quanto tempo eu tô nessa ? " - Ela ajeita seus óculos e me olha " bem, estou cuidando de você a dois meses mas você já estava desacordada a um mês em Los Angeles " - Passo a mão no rosto tampando meus olhos " Mas fico feliz que você acordou , está se comunicando normalmente e ainda tem todos os movimentos " - Ela fecha seu caderno e se levanta " Amém ? " -  Ela ri e estica sua mão a mim " E um prazer te conhecer de verdade,  pode contar comigo para oque for e se acostume comigo ,me verá mais algumas vezes " - Aperto sua mão e ajeito a barra do meu moletom , ela vira as costas indo até a porta " Ah... Você não estaria viva se não fosse os meninos ,eles fizeram até o impossível para que você ficasse bem , milhões de reais... " - Reviro os olhos virando minha cabeça " Você não sabe o meu lado da história " - Ela dá de ombros e se vira indo embora me deixando sozinha no quarto.

Me sento novamente na cama e começo a pensar no que eu posso fazer , mas diante dessa situação, de estar onde não faço ideia e minha aparência mexe muito comigo . Já havia alguns anos que não me via nessa situação , essa sensação de estar perdida.


•••

Escuto algumas batidas na portas após algumas horas desde que a enfermeira saiu do quarto, limpo minhas lágrimas que acabaram saindo na intensão de me acalmar mentalmente.  A porta abre lentamente me dando a visão do Tom que está com uma bandeja na mão " Oi...desculpa por mais cedo " - Ele levanta a bandeja " Eu trouxe para você comer " - O encaro sem falar nada " S/n , eu não quero seu mal ,você não sabe o quanto estou feliz só de entrar aqui e te ver me olhar " - Ri irônica abaixando a cabeça " Vou deixar aqui " - Ele caminha sem jeito até a cama e deixa a bandeja no meu lado, ele para por alguns minutos e sinto seu olhar sobre mim ,levanto meu rosto olhando em seus olhos " Valeu " - Respondo seca e ele não emite qualquer tipo de reação, e sai arrastando seus pés.

Olho a bandeja com frutas ,pão,  suco e oque parece barra de cereal , minha barriga ronca vendo toda a comida e então pego a colher delicadamente e pego as frutas picadas que estava dentro de uma vasilha , direciono-as a minha boca e sinto o gosto forte da manga ,banana e a crocacia de alguns pedaços de maçãs. Fecho os olhos sentindo a sensação surreal que antes era algo simples. Dou mais três colheradas naquela deliciosa salada de fruta ,engulo e pego suco para que me ajude ,assim que o suco bate em meu estômago sinto querer voltar , corro para o banheiro soltando a colher no chão, abro a porta rapidamente me ajoelhado deixando todo o vômito sair.

Finalmente me sinto aliviada e encosto minhas costas na parede do banheiro limpando minha boca com um pedaço de papel. Olho para cima fechando os olhos respirando pelo nariz.

Até quando terei que passar por momentos assim na minha vida ?

porque não consigo ter uma vida calma ?

porque é tão difícil viver ?

* Porque não me deixaste morrer ? *




















(perdão qlq erro ortográfico)

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CALIFÓRNIA LOVEOnde histórias criam vida. Descubra agora