[02] Poderíamos ter tido tudo.

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FINAL


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Com todo o meu coração eu te amo como nunca foi com ninguém, mas o seu amor tem me destruído a cada dia, a cada mentira algo quebra dentro de mim. No entanto, amanhã toda a dor será pior. 

Você se casa amanhã, Jungkook. 

Eu já sabia há muito tempo, mas mesmo assim me permiti sofrer somente para lhe ter nos braços um tanto.

Ontem sua urgência em me ter foi palpável, você estava insaciável. Após o momento na sua sala, fomos para minha casa e então a vizinhança foi testemunha, outra vez, da música que nós fazíamos como ninguém. Tão quente, tão avassalador, tão.... Nosso.

No dia seguinte, pela manhã, cuidei do seu corpo enquanto dormia tranquilo sobre o travesseiro felpudo, acarinhando-o com cuidado e esmero. Jungkook, você acordou sorrindo e com as bochechinhas coradas, eu juro que naquele momento poderia morrer de amor outra vez. Amor por você.

As risadinhas logo cessaram, dando lugar para um clima tenso e desconfortável, com nossos olhares presos um no outro e sua expressão denunciando tristeza e clara incerteza. Eu te conheço tão bem.

É incrível como não precisamos conversar verbalmente para nos entender.

Quando uma lágrima pesada rolou por sua bochecha meu coração quebrou mais um pouquinho. É estranho dizer que te amo tanto que chega doer no peito saber que mesmo após tudo, você irá se casar hoje e eu não poderei fazer absolutamente nada?

Você é um covarde, Jungkook. Amassou meu coração como uma bolinha de papel e me destruiu assim como se quebra um copo de vidro numa bancada. Me pôs num pedestal com suas juras de amor em frente minha lareira, enquanto nos amávamos para depois acordar e me dar um beijo de adeus, a porra de um beijo caloroso e sentido.

Você não me disse em palavras, mas eu sabia que aquele seria nosso último beijo quando sua mão deslizou por meu rosto delicadamente, e os dígitos passaram como marcas e lembranças pela tez, deslizando por meus lábios e então, tomando minha boca com a sua numa vontade intrínseca, como se fosse o teu último suspiro, empurrando-me contra a porta e deixando mais lágrimas molharem o seu rosto enquanto me tinha ali por uma última vez nos teus braços.

Segurei sua camisa com força, você não poderia ir embora e me deixar assim, seria muito doloroso. Talvez eu fosse muito emocional, ou então você nunca se importou o bastante para ir contra todos por mim, por nós.

O ar começou a fazer falta, porém não perdemos o contato, eu só queria eternizar aquele singelo toque de lábios. Puxei sua camisa para mim, mordendo e chupando delicadamente seus lábios, sendo agraciado por um gemidinho manhoso.

— Fica... — clamei choroso, praticamente lhe implorando, só não o fiz porque ainda me sobrara um pouco de dignidade — Por favor. — uma lágrima desceu fervendo por meus lumes e seus olhinhos se arregalaram em desespero por me ver pedindo daquela forma, e como se não pudesse piorar, você desabou num choro copioso. — Não vá Jungkook, por favor. — beijei cada canto do seu rostinho. — Eu amo você, amo muito.

Limpou suas lágrimas rapidamente e me beijou ardente, com desejo, com saudade, com culpa.

— Amo você com todo o meu coração... — proferiu entre soluços com o rosto banhado em lágrimas. — de corpo e alma... — alisou meus fios sobre a testa. - Mas eu não te mereço, eu não mereço você, Park Jimin. — limpou as lágrimas. — Você merece alguém melhor do que eu, alguém que não tenha medo do que os outros vão achar.

A última frase doeu mais do que tudo, foi certeira como uma adaga. Realmente, não poderia ter sido pior.

— Me perdoa, meu amor, mas não posso fazer isso com você. — proferiu sem me olhar.

Naquela hora Jungkook, engoli o nó que se formava em minha garganta. Eu queria chorar novamente, apesar disso, agora não seria em sua frente. E foi diante disso que eu tomei uma das decisões mais importante da minha vida, e porventura, a mais angustiante.

— Vai embora. — mirei bem fundo em seus olhos, segurando seu queixo.

Seria definitivo.

— Eu te amo... — engoli em seco com os olhos cheios de sentimentos confusos — Mas não te quero mais. — e pela última vez, observei seus olhinhos redondinhos e curiosos se encherem de lágrimas, porém, orgulhoso como sou, virei para catar seu terno no sofá, entregando-o e dando passagem. 

Uma passagem para sair da minha casa, da minha vida, do meu coração e pensamentos.

E você foi, para nunca mais voltar.

Será que sempre fomos um jogo perdido, afinal? 

MY DARLING - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora