...eu nunca fui desejada.
Em todos os termos possíveis...
Toda a minha família era constituída por alfas e ômegas, até o dia do meu nascimento...
Quando meus pais descobriram que eu era uma beta eles tentaram me colocar em um lar adotivo, meus avós foram os únicos contra essa ação, mas não adiantou muita coisa...eles conseguiram e eu fiquei lá até meus doze anos de idade até eles decidirem que o melhor para mim era conviver com ômegas e tentar ser como eles, e essa nem era a parte mais difícil...
Eu realmente não sei se é assim para todo mundo, mas por ser uma beta eu não sinto atração ou desejo sexual por ninguém, seja alfa ou ômega, eu simplesmente não tenho o mínimo de interesse em me relacionar com pessoas de uma forma mais íntima, eu recusei alguns homens que tentaram me usar como porta de entrada para um mundo de riquezas e luxo, eu sou uma Senju, o que não me falta é dinheiro e abundância desnecessária.
Eu trocaria tudo isso, dinheiro, nome e poder, tudo para ser uma ômega comum com uma vida comum.
Com um destino comum...
— ... você tinha uma carinha de santa, agora está aí, jogada no meio da rua enchendo o rabo de maconha— Ouvi minha melhor amiga dizer, ela é uma ômega, é bonita e recatada, sinceramente não sei porque quis ser próxima de alguém como eu— Sua mãe vai te matar — Se sentou ao meu lado, estávamos observando um posto de gasolina sendo roubado, as pessoas nem se preocupam se betas estão olhando ou não, nunca fomos levados a sério mesmo...
— Minha mãe está muito ocupada cuidando da loja de jóias dela— Limpei minhas mãos — Irei para casa quando a polícia chegar.
— Para eles?— Apontou para os ladrões — Vamos ficar vendo eles se ferrarem?
— Talvez...— Encarei a cena, tinha um homem em cima do telhado, ele estava com uma arma nas mãos e mirava em qualquer coisa que se mexia ao redor dele, me parecia alguém cauteloso...— Ele não tem jeito de ser bonitinho?— Apontei.
— Ele está literalmente com o rosto todo coberto...
— Mesmo assim, o jeito que ele anda...o corpo, os músculos, também parece ser forte.
— Meu Deus...a droga já deve ter entrado no seu cérebro a muito tempo, não é? — Ela se levantou — Enfim, eu já vou indo, tenho que aparecer para fazer uma cena bonitinha pela minha irmã.
— Izumi?
— É, pelo jeito ela vai se casar com um cara rico, minha mãe quer passar a imagem de família perfeita e normal, aí vou lá fazer meu teatro de sempre.
Dei um sorriso, é esse tipo de problema que a família dela tem? Quem me dera...
— Bom, boa sorte com seu jantar em família — Relaxei meu corpo na parede atrás de mim — Te ligo se eu sobreviver, ou te ligo também se me prenderem achando que faço parte do grupo de meliantes — Falei fazendo ela rir — Até amanhã Rin...
— Até, se cuida hein— Ela foi embora me deixando sozinha.
Me cuidar? Para que?...
[...]
— Aqueles idiotas não vão embora nunca? — Estão assaltando a quase meia hora, a polícia não vai chegar?
A cena continuava se desenrolando diante dos meus olhos, enquanto eu observava os ladrões no posto de gasolina. Parecia que eles não tinham pressa em fugir e a polícia demorava a chegar. Eu me perguntava se aquela situação nunca teria fim. Suspirei e olhei ao redor, buscando alguma distração.
Foi quando meus olhos se fixaram em um homem no meio da multidão. Ele estava parado ali, observando a mesma cena que eu. Apesar de estar com o rosto coberto, algo nele me chamou atenção. Talvez fosse a postura confiante, ou os músculos que se destacavam sob a roupa. Mesmo com o rosto escondido, era evidente que ele tinha uma beleza intrigante.
Eu não sabia o que me levou a ter interesse nele. Talvez fosse o contraste com a minha vida monótona e sem emoções. Talvez fosse a curiosidade de conhecer alguém diferente, alguém que parecia ter uma história para contar. Ou talvez fosse apenas a droga da maconha fazendo efeito no meu cérebro.
Enquanto eu pensava nisso, minha amiga Rin me mandou alguma mensagem, mas ignorei. Fiquei ali, sozinha, ainda observando o homem misterioso. Será que ele tinha alguma conexão com os ladrões? Será que ele estava ali apenas para assistir a cena? Não sabia, mas algo me dizia que eu precisava conhecê-lo.
Enquanto os minutos passavam e a situação continuava sem solução, decidi que era hora de agir. Eu me aproximei do homem, mesmo sabendo que poderia ser perigoso. Talvez não fosse a melhor decisão, mas alguma coisa dentro de mim insistia em seguir em frente.
— Desculpe incomodar, mas você parece estar interessado na situação. Você sabe o que está acontecendo?"— Perguntei, tentando parecer confiante.
O homem se virou para mim, seus olhos encontraram os meus por um breve momento antes dele responder.
— Não sei exatamente o que está acontecendo, mas estou aqui para resolver o problema.
Fiquei surpresa com a resposta. Ele parecia determinado e corajoso, alguém que não tinha medo de enfrentar desafios. Talvez fosse isso que me atraía nele.
Enquanto conversávamos, a polícia finalmente chegou ao local. Os ladrões foram detidos e a situação começou a se acalmar.
Menos o homem do telhado...
Aquele lá conseguiu fugir...
Dois homens misteriosos.
Não consigo conter minha curiosidade...

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𝐁𝐄𝐓𝐀 • 𝖀𝖈𝖍𝖎𝖍𝖆 𝕴𝖙𝖆𝖈𝖍𝖎 •
FanfictionAssim como Éris... Você é a minha desgraça, minha ruína...meu amor.