carta 2 | SOLIDÃO

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A solidão,o pior sentimento que uma pessoa pode sentir.Em meio a tantas amizades,nenhuma é de verdade ou talvez só mais algumas que vão e vem com o tempo.

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É o primeiro dia de aula,o pior de todos.

Talvez por eu não ter nenhum amigo,e por sempre ter sido sozinha.É,eu não sou tão sociável,ainda mais depois que descobri que estava doente.

Quem ia querer brincar com uma criança que não pode fazer nada que já passa mal?
Nenhuma delas queria,ou talvez uma pensasse diferente.

Comia em um canto afastada dos meus colegas de classe,acho que nenhum deles me queria por perto.Comia o sanduíche que minha mãe colocou em meu potinho vermelho de joaninhas,meus insetos favoritos.

— Oi! — O garoto com seus cabelos pretos médios e um sorriso banguelo em seu rosto vermelho,parecia ser amigável.

— Oi — Não dei importância,só seria mais um que me zoaria,e nunca mais ia ver na minha vida.

Mais o garoto continuou ali na minha frente,comendo seus cookies de chocolate e tomando seu leite de caixa.

Murmurei,várias vezes tentando o fazer sair mais nada acontecia,ele só ficava sentado em minha frente me deixando cada vez mais constrangida.

Peguei minha lancheira e sai dali,depois que terminei,e voltei para o corredor para esperar o sinal bater.

Estava sentada com minhas pernas cruzadas e distraída com as joaninhas do meu pote,quando sinto uma respiração quente ao meu lado,viro a cabeça,e novamente o menino olhava meus dedos distraído.

— Por que não me deixa em paz? — O garoto com suas bochechas grandes e rosadas,seus cabelos pretos e lisos sobre os olhos,levanta a cabeça me encarando.

— Eu também não tenho amigos — Ele abaixa a cabeça.

— Quem disse que eu não tenho amigos? — Pergunto mesmo sabendo que ninguém naquela escola gostava de mim.

— Se você tem algum amigo,por que estava sozinha então? — O garoto me encarando por ser óbvio,me deu raiva,me levantei e sai andando com minhas pernas de formiga.

O sinal toca e caminho para a sala de aula,sentando no mesmo lugar e vejo a professora entrar e começar sua explicação.

Ninguém nunca quiz ser meu amigo,então por que esse garoto quer de uma hora para outra fazer amizade comigo?

Naquele momento eu me senti triste,por lembrar que passei um ano no hospital e não pude ter nenhuma amizade.

A aula já avia terminado,me levantei peguei meus matérias e sai da sala com minha mochila nas costas.Estav andando a caminho de casa,quando ouso a voz irritante do garoto denovo.

Eu poderia correr,mais lembrei que não posso,então terei que aguenta-lo.

— Por que veio sozinha?

— Como você mesmo disse,não tenho amigos — Falo com um desânimo contagiante.

— Eu sabia! Mais por que não disse quando estávamos no corredor? — Ele caminhava ao meu lado,parecendo me seguir.

— Pensei que só queria zoar com a minha cara,como todos de lá fazem.

— Te entendo — O menino que era uns dois dedos mais baixo que eu,observava as árvores com um olhar inocente.

— Por que está me seguindo? — Pergunto ao ver o baixinho parar de caminhar e paro também.

— Eu moro aqui! — O garoto aponta com seu dedo para algum lugar qualquer,e olho para trás vendo que estava em frente a minha casa e o garoto apontava diretamente para a casa dos vizinhos que se mudaram no ano passado.

Dali em diante eu sabia que aquele baixinho ia me perturbar pelo resto do ano,e isso seria um sacrifício a ser feito.Não podia mandar ele embora com um murro, aliás ele está na mesma situação que eu.

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⏰ Última atualização: Nov 26, 2023 ⏰

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