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Los Angeles, California. March 09; 10h15 PM.
Narrator's Point of View
🎸
A noite estava imersa em uma escuridão profunda, cortada apenas pelas luzes distantes que mal conseguiam perfurar a densa cortina de nuvens que cobria o céu. O som persistente da chuva batendo contra o telhado ecoava pela pequena casa, acompanhado pelo ocasional rugido dos trovões que rasgavam o ar.
Mavie permanecia sentada em sua cozinha, o brilho fraco da lâmpada sobre o balcão pintando sombras nas paredes próximas. Uma taça de vinho repousava em sua mão, a superfície do líquido refletindo as luzes oscilantes da tempestade lá fora. Seus pensamentos, no entanto, estavam em outro lugar.
Ela revivia cada momento compartilhado com Billie, sua amiga próxima. Recordava os sorrisos, os momentos íntimos e as conversas profundas que pareciam conectar suas almas. No entanto, havia algo inexplicável que a atormentava: a ausência da mesma paixão nos olhos de Billie. Uma paixão que, para Mavie, parecia tão intensa e irrefreável.
Enquanto observava a chuva, as gotas formavam um padrão irregular no vidro da janela, ecoando a confusão de seus sentimentos. Mavie se questionava se estava lendo os sinais corretamente ou se simplesmente projetava seus desejos na amizade que nutria por Billie. Será que a cegueira da paixão a fazia ver algo que não existia? Ou seria a incerteza de Billie em revelar seus sentimentos que obscurecia a verdade?
O som do relógio na parede era quase abafado pelos trovões distantes. Cada segundo parecia um eterno embate entre sua mente racional e seu coração inquieto. Ela se perguntava se valia a pena manter essa espera, essa ânsia por algo que talvez nunca se tornasse realidade.
Com um suspiro pesado, Mavie terminou o vinho, sentindo o calor suave espalhar-se por seu corpo, trazendo um pouco de conforto para sua agitada mente. Ela sabia que a resposta para suas indagações estava dentro dela mesma, escondida atrás das cortinas dos seus medos e desejos mais profundos.
Enquanto a chuva lá fora começava a diminuir, Mavie se levantou do banco e caminhou até a janela. Olhando para o horizonte obscurecido pelas nuvens, ela decidiu que era hora de confrontar seus sentimentos. Não mais adiaria essa conversa consigo mesma, não mais deixaria as dúvidas consumirem seu ser.
Com um último olhar para a noite nublada, onde o dilúvio de emoções parecia refletido no mundo exterior, Mavie sentiu uma determinação surgir. Ela sabia que, independentemente do desfecho, precisava encontrar a clareza que buscava, libertando-se das amarras de uma paixão unilateral.
Com passos decididos, ela se afastou da janela, deixando para trás a chuva que lentamente cessava, enquanto mergulhava corajosamente na busca por sua própria verdade, pronta para enfrentar o desconhecido e aceitar o que quer que o futuro reservasse.
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