Prólogo.

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O vento começava agora a soprar mais frio, não era de fato um frio enorme, mas aquilo era o bastante para deixar Aliyra satisfeita por o calor finalmente estar indo embora.
Mas não estava satisfeita por completo, mal dormira pois passara a noite toda sendo incomodada por a maldita música do vizinho, não achava tão ruim de começo, mas depois de muito tempo escutando a mesma coisa, se tornou para ela, um pesadelo insuportável.
Seus ouvidos estavam doloridos.
Ele ouviu música alta a noite inteira!
E ela também, mas não por querer.
E agora estava parada em seu fusca vermelho, que na humilde opinião do narrador(Eu), estava caindo aos pedaços. Em frente a floricultura, esperava um sopro de vida visitar seu rosto cansado.

Apertou bem as mãos no volante.
— Vou só escutar o que ele tem a dizer de tão genial e ir embora. — ela tinha um encontro importante hoje, e por isso, estava com presa.
E como magia, um estranho apareceu do nada, batendo na janela, estava muito afoito e respirava pesadamente. O jeito como batia na janela, de certa, a incomodava um pouco afinal, além de ser um completo estranho, estava ainda, ferindo seu precioso carrinho.

Aliyra tomou a decisão mais sabia de sua vida, baixar o pino da porta do carro, para poder tranca-lo. Mas quando estava a caminho, o estranho abriu a porta falando:
— Preciso de ajuda, não vou ficar tanto tempo! Só uns 5 minutinhos, eu prometo, é só até elas irem embora. — quando se acomodou, abaixou o pino da porta.
— Quem é você? — disse nervosa.

O estranho torceu a cara, como quem ouvia um absurdo, até estava meio abobado com a situação.
— Não me conhece? Sério? Eu sou o Efraim Odell, O Efraim. — deu um sorrisinho meio sem graça.
— Efraim? — agora quem torcera a cara era a própria Aliyra — Que nome hein, enfim, eu o quero fora do meu carro ou vou chamar a policia, seu tarado. — Aliyra pegou uma garrafa de vinho. Se movimentou um pouco e puxou o pino da porta e a abriu.
— Ei não! não! não! Vamos conversar ok? — pegou as mãos de Aliyra mas a soltou rendido quando a mesma o ameaçou com a garrafa. — Eu não posso ter um escândalo e muito menos fama de tarado... — pensou um pouco — rádio! o rádio! liga o rádio! — falou apontando para o rádio, depois fechou a porta do carro e abaixou novamente o pino.
— que rádio o que! Eu vou chamar é a polícia! — Aliyra puxou o pino — saí!

Efraim olhou pelo espelho do carro e viu a multidão de pessoas correndo, arregalou os olhos e disse:
— Pelo amor moça, são só cindo minutinhos, olha para trás, está vendo! O tanto de gente que conhece minha incrível e polida fama! Liga o rádio em qualquer canal e vai achar meu nome! Caramba em que mundo você vive para não me conhecer? Eu estou com meus documentos aqui, olha! — apalpou o bolso de sua calça, pegou sua carteira, e a entregou para Aliyra, que agora a mesma se sentia castigando alguém.
Olhava com muito afinco a foto do documento e a cara do estranho.
— Não acha seu tom de agora a pouco estava muito áspero para quem quer ajuda? — olhou para trás, pensou um pouco — que saco! — Aliyra ligou o rádio por cortesia e o estranho escolheu o canal.
— Está vendo! Eu não canto bem? — perguntou convencido e animado.
— Que horror! A música do vizinho.
— Como assim que hor-- — Efraim foi interrompido com a visão da multidão vasculhando os lugares, ele rapidamente tentou se esconder dentro de seu casaco.
Aliyra olhou para a situação, ligou o carro e disse:
— Coloca o cinto, aliás, onde fica sua casa?

Do outro lado da rua, alguém os observava.
— Para onde será que ela está indo? E quem é aquele?

...

Aliyra achava todo aquele caminho muito estranho, era igual ao seu caminho para casa.
— Não devia ter seguranças ou algo do tipo? — Aliyra olhou para Efraim — Aliás, meu nome é Aliyra.
— Eu sou Efraim, é um prazer! eu moro naquele prédio cinza ali — apontou Efraim desviando da pergunta.

— Eu também. — concluiu pensativa.
— Sério? Qual apartamento?
— 311 e você?
— Você é a maluca que fica batendo na minha parede?
— O babaca da música alta?
Aliyra abre a porta do lado de Efraim.
— Saia enquanto estou pedindo.
— Eu não iria ficar mais nem um minuto perto de uma mesquinha como você! — falou saindo do carro e fechando a porta.
— Tenha mais consciência e pare com essa merda de música!
— Merd- — suspirou — Que mulher amargurada!

Aliyra estacionou o seu carro e foi na direção dos elevadores, Efraim também estava lá.
— Existem pessoas que trabalham sabe? — soltou em tom ácido.
— Aquilo é o meu trabalho. — olhou com desdém para Aliyra.
— Trabalhe de dia. — Aliyra disse entre os dentes.
— Eu trabalho 24 horas por dia. — olhou no fundo dos olhos de Aliyra.
— Quer saber? Vou pelas escadas.
— Por que? — soltou um risinho satisfeito.
— Assim minha saúde física fica melhor, e não gasto a mental com um pedaço de merda como você. — falou saindo.
— pedaço de-- a sua!

E com isso, o nosso prólogo termina aqui.

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