Celeste

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Metade de um passado

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AQUELES OLHOS,aqueles malditos olhos que eu jamais me esqueceria.Não quando eu ainda tinha pesadelos com eles.

Na minha caixa de correio junto com as contas veio um envelope,e dentro dele havia uma foto,a foto de Sofia,aquela cujo tento esquecer e apagar da minha memória.

França 1850

Celeste e Sofia era as duas garotas que foram resgatadas e acolhidas pela madre superiora Antonieta.Ambas as garotas eram bruxas e foi ali que aprenderam mais sobre suas espécies.

A primeira sendo uma vampira de duas espécies e bruxa sifão que teria magia apenas se sugasse magia,já a segunda conseguia fazer magia usando a natureza ao seu favor.Sofia treinava de dia e toda noite na floresta ela emprestava um pouco de sua magia para Celeste, ensinando o que havia aprendido e a partir disso um laço de irmandade em forma de uma marca no braço de ambas se formou ao longo do tempo em que passaram juntas.Até que em uma noite Celeste não apareceu na floresta

Acabando de acordar,a garota percebeu que estava trancada em uma espécie de celeiro.Perdeu as contas de quantas vezes ela tentou sair daquele lugar.Já tinha berrado,socado e ainda tentava de algum modo quebrar a porta enquanto sua garganta queimava pela fome.

Não sabia quanto tempo passou naquele lugar,estava sentada no canto da parede com a mão em sua marca quando ouviu a fechadura da porta se abrir e uma bolsa de sangue foi jogada no chão em sua frente.Não pensando duas vezes foi direto perfurar seus dentes no saquinho sugando o líquido para saciar sua sede o que não deu muito certo,sua garganta começou arder de um jeito nunca sentido antes.

-Por que tá fazendo isso? -Sua voz estava por um fio enquanto tossia para passar a ardência

-Estou te preparando garota,deveria me agradecer já que sem mim provavelmente teria destruído uma vila inteira. -Antonieta saiu sem olhar para trás trancando a porta em seguida

Estaria a preparando para que?Essa pergunta rondava a mente de Celeste que não estava entendendo nada,sem contar que não sabia o que era aquela substância que ardia e a deixava fraca sem poder usar suas habilidades recém aprendidas,do que adiantaria ser uma vampira se estava se sentindo como uma simples humana indefesa?

França 1867,Sexta feira 13.

A porta se abria mais uma vez,mas hoje a madre tinha um plano,aquele que finalmente colocaria em prática.

Jogou uma bolsa de sangue para a garota faminta e esperou que ela mordesse a isca,o que não demorou para acontecer.Uma agulha com o conteúdo lotado de verbena foi aplicado no pescoço da jovem vampira que logo em seguida foi no chão impossibilitada de se mexer com tamanha ardência correndo em suas veias

Foi arrastada até uma sala e então viu Sofia amarrada,e sem poder conter as lágrimas olhava tudo aquilo assustada assim como a garota do outro lado.Seu corpo foi jogado brutalmente no chão quando Antonieta começou a falar

-Hoje é o dia em que tanto estive preparando vocês -Com um sorriso sádico no rosto,a madre joga um facão no chão -Uma terá que morrer para que a outra possa viver

Celeste não vendo formas de escapar daquele momento olhava para o braço com seu rosto banhado em lágrimas.Não era justo já que Sofia estava acorrentada e jamais seria capaz de machucar sua irmã de coração,estava disposta a dar sua vida para que a outra sobrevivesse.Decidindo acabar com aquilo de vez,mirou seus olhos na mulher que parecia se divertir com aquela cena que estava criando

-se você não fizer isso eu mesma faço.

Falou a superior alternado seu olhar entre Celeste,o facão no chão e a garota presa a alguns passos de nós.

-Tá tudo bem Celeste,eu confio em você -Sofia diz para a garota olhando com lágrimas nos olhos mas mesmo assim não deixou de sorrir.

Pegando o facão com seu rosto banhado em lágrimas,por Deus,não queria fazer isso,por isso enfiou o facão em si mesma ouvindo o grito das duas mulheres que estavam no mesmo local.

É claro,achava que ia morrer e estava feliz com isso,mas então a felicidade foi embora na hora que abriu seus olhos e viu a cabeça dela no pé da sua cama.A cabeça de Sofia.

Mas não era só isso,a marca no seu braço começou a queimar assustando ainda mais a garota que correu para chegar no banheiro e despejar água fria no braço.Depois daquele acontecimento não tardou em fugir como nunca feito antes,sem olhar para trás,com a imagem pregada em sua mente pelos próximos anos.