[Romance LGBT] [Mistério]
No Instituto Newton, um prestigiado internato, o brilhante pintor Eros tem planos de se destacar por suas notas e ficar em primeiro lugar no ranking de alunos do Instituto. Para isso, ele precisa ultrapassar Zero, um futur...
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Eros
Algo me interrompeu enquanto eu desenhava um sol sorridente no meu braço com uma caneta colorida. Levantei o olhar, subitamente consciente dos olhares das pessoas em mim, num silêncio repentino.
—O quê? — perguntei.
Estávamos todos na sala 7, numa reunião sobre o projeto, que Zero havia convocado. Éramos onze pessoas ocupando as cadeiras, contando com Zero e Diana, que estavam em pé na nossa frente explicando alguma coisa.
—Eu perguntei se você tá prestando atenção — Zero disse, o tom levemente irritado.
Dei de ombros.
—Hã... sim?
Ele não pareceu satisfeito com a resposta.
—Eros, você está literalmente desenhando.
Abaixei a caneta e o braço, com vergonha, mas tentando manter a expressão firme.
—É assim que eu presto atenção nas coisas — reafirmei.
Zero estreitou os olhos, como se estivesse se arrependendo do momento que me chamou para participar.
— Eu não vou responder suas perguntas se você depois não entender o que está acontecendo.
— Como quiser, gatinho — rebati, piscando para Zero, tentando o desestabilizar como uma forma pessoal de vingança por ter chamado minha atenção na frente de todos.
Zero tossiu de nervoso, o rosto ficando vermelho.
— Enfim... — ele continuou.
Resolvi prestar atenção dessa vez, mas sempre acabava desviando minha atenção entre Zero falando e o que estava acontecendo ao redor da sala. Zero havia chamado todos os participantes do projeto, incluindo os novos, que eu havia feito o favor de conseguir. Diana, que parecia coordenar junto com ele, havia comentado algo comigo sobre não estarem conseguindo pessoas o suficiente, e eu resolvi ajudar.
Comecei chamando Alice, que normalmente já ia comigo para todos os lugares, e depois fui usando as amizades que tinha para conversar sobre com mais pessoas que eu sabia que apreciariam fazer parte, ou apenas que estavam desesperadas por créditos extras. Eu era bom em ser persuasivo, e quase todos na faculdade me conheciam, então não foi difícil. —Então, Eros e Alice... — ouvi Diana falar, e voltei a prestar atenção — Vocês são os dois únicos alunos da área de artes que temos aqui, por enquanto. Acham que conseguem lidar com as perguntas hoje?
—Que perguntas?
Zero revirou os olhos.
—A gente acabou de explicar, Eros.
Diana pareceu mais paciente, e me fez o favor de explicar novamente.
—Vamos fazer uma sessão de perguntas e respostas com os alunos hoje depois das palestras. Sobre nossas carreiras e nossos cursos.
