Ramiro estava junto dos outros capangas de antonio, eles estavam indo em direção às terras de Aline, seu patrão havia mandado que não deixassem a viúva adentrar a propriedade, que segundo ele pertencia a si.
Assim que eles chegam no local o cacheado pode ver a mulher em frente a casa, junto de sua mãe, Caio, o tal rodrigo e o menino João. O capanga imediatamente fica apreensivo, não queria ter que usar da violência na frente da criança, mas ele tinha de cumprir ordens.
Os homens saem do carro segurando suas armas, ramiro fica a frente deles.— Podem ficar aí, daqui ninguém passa não! – Ramiro exclamou, repetindo as ordens do patrão.
— Ramiro, nós temos uma ordem judicial que diz que a aline pode voltar pras terras dela. — rodrigo diz.
— O patrão disse que ninguém entra aqui não.
Caio vai ate rodrigo e pega uma folha de sua mão, trazendo a mesma ate pertinho da cara do cacheado, como se ele fosse cego.
— Lê isso aqui vai! Não consegue ler né? então eu vou ler pra você. Aqui diz que o juiz liberou a entrada da Aline nas terras dela! – O filho de la selva disse com deboche, deixando o outro desconfortável.
— Caio, inda' bem que cê sabe que eu num sei lê não, que o patrão falou que daqui ninguém passa, e se ocês insisti cês vão levar é chumbo!
Ramiro sentia seu coração acelerado e os olhos ardendo, suas mãos tremiam de ódio. Mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, o carro da policia estacionou ali, o delegado marino saindo do automóvel.
— Ramiro, vocês tem que respeitar a lei! Ou vocês vão se embora daqui ou vão tudo pra delegacia.
O peão rapidamente se lembrou das palavras de kelvin "cê ja pensou que pode ser preso?" ele definitivamente não queria aquilo.
— Nois vai, mas nois volta!
Os peões adentraram o carro e foram embora, ramiro ainda remoendo as palavras de Caio.
[...]
Após uma tarde de trabalho pesado, finalmente havia anoitecido e o capanga chegava ao bar para ver seu kelvin, esse que assim que vê o outro vai correndo em sua direção.
— Rams! eu já tava com saudade. — o ruivo se aproxima do amado dando pulinhos, mas para ao perceber a expressão desanimada do outro.
– ei, tá tudo bem?!
Ele é surpreendido ao ver os olhos castanhos cheios de água, ramiro raramente chorava – apesar de que ultimamente ele tem estado mais sensível graças às sessões de terapia.
— Vem ramiro, vamos lá no meu quarto conversar.
Os dois adentraram o bar indo em direção aos aposentos do ruivo, ele sabia que se o peão estava assim era por um bom motivo e era melhor conversarem a sós. Assim que entram o cômodo o mais alto se senta na cama enquanto o outro tranca a porta, logo se aproximando e se sentando ao lado dele.
— Ei, me fala o que houve. — kelvin disse com uma voz suave, tentando fazer com que o seu amado falasse o que lhe incomodava.
— Hoje mai' cedo eu fui mais os peão nas terras da aline, o patrão mando nois ir lá e não deixa ela bota os pés lá.
— Ramiro! eu ja não disse pra você parar de obedecer esse teu patrao?! Eu ja falei que vai sobrar pra você, ele não suja as mãos. – kelvin disse de forma exasperada, se desesperava só de pensar que Ramiro poderia ser preso, ou acabar se machucando. — Mas o que que te deixou tão mal assim?
— O caio tava lá e ele disse umas coisa que eu num gostei nao, umas coisa que doeu aqui no peito.
— O que ele disse, rams?!
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grito de liberdade
Fanfiction"era um grito singular e plural ao mesmo tempo, era um grito de socorro, um grito de alívio, um grito de desespero, de raiva, era um grito de uma criança ferida, de um adulto machucado, de uma alma em reconciliação consigo mesma."