_Lohanna me diz o que mais eu posso fazer por você? Eu não estou mais aguentando esse seu silêncio, me diga, o que mais eu faço para você pelo menos conversar comigo? - eu perguntei atordoado.
Mais uma vez ela se mantinha calada, olhando a janela com as mãos na barriga e se negando a falar qualquer palavra comigo, na verdade ela não falava com mais ninguém desde a perca do nosso filho.
Já fazem mais de 9 meses e ela ainda não me disse nada, nem mesmo uma sílaba. Tudo o que ela faz é ficar deitada, as vezes acordar a noite e se sentar na janela do nosso quarto, chorar baixo enquanto toca sua barriga.
Eu tentei durante todo esse tempo fazer ela reagir, mas nada adianta, a única coisa que consegui foi fazer ela olhar pra mim umas vezes e apenas isso. O seu silêncio tem me causado muita dor, eu a todo momento quis muito que ela voltasse a si, que ela olhasse pra mim e me dissesse pelo menos coisas simples como se queria comer ou comprar algo. Gastei muito com psicólogos e terapeutas mas nada adiantou, ela continuou no mesmo estado de transe de quando saiu do hospital, mais ela não estava assim, algo ocorreu depois que aquele médico entrou no quarto dela mas não consegui saber de nada, o hospital se mantém totalmente em sigilo sobre o diagnóstico da Lohanna, mas talvez eu já saiba o que ocorreu com ela e no fundo do meu coração espero estar errado.
Vendo mais uma vez minha tentativa de interagir com Lohanna falhar. Me sentei ao seu lado e trouxe seu corpo que parecia o de uma boneca para mim.
Desde que aquilo ocorreu, ela nunca mais falou nada. Só houve uma vez que ela falou algo, mas estava bêbada. Foi no dia que ela completou 5 meses que perdeu o nosso filho, ela estava bêbada e implorava pra que nós fizéssemos outro filho, mas eu sabia muito bem que ela me odiaria se eu fizesse isso de novo, eu pedi pra ela não fazer aquilo, que não seria assim que nós iriamos superar aquela perda. Ela ficou tão furiosa que gritou e brigou falando que que eu não a desejava, que eu a estava rejeitando e que se fosse a Jessi eu teria cedido sem nem mesmo pensar. Isso me magoou muito. Mas eu preferi não perder a calma e tentei fazer ela entender que eu estava preocupado com o bem estar dela, nunca tínhamos brigado como naquele dia, lembro muito bem dela gritando e jogando as coisas no chão, chorando, e me xingando para quem quisesse ouvir. Depois disso, eu nunca mais tive nenhuma reação dela.
Eu toquei sua mão com carinho e usei a minha outra para fazer ela olhar pra mim._Lohanna... por favor, diga alguma coisa, qualquer coisa, grite se isso te fizer sentir bem, me bata que quiser, jogue tudo o que sentir vontade sobre mim, mas por favor, reaja, de qualquer forma, só reaja. - eu implorei a ela.
A mesma me olho nos olhos, seus lindos olhos castanhos claros me encaravam sem nenhum brilho. Ela se levantou e se virou pra mim, sua expressão ainda era de alguém que havia perdido a alma.
Eu continuei prestando atenção em cada detalhe do que ela fazia naquele instante. Quando de repente um filete de lágrimas desceu dos seus olhos, deixando eles iluminados pelas lágrimas reprimidas, e para a minha surpresa, ouvi sua voz, em mais de 4 meses que não escutava ela falar nada._Eu não sirvo pra mais nada Enzo... - ela falou com uma voz arrastada - eu não posso ter mais filhos... foi isso o que eu ouvi... naquele dia do hospital... eu não sirvo pra você... eu só não falei antes, porque não queria que você me mandasse pra um prostibulo ou coisa pior... - sua fala se torna tenebrosa.
Ela se afastou de mim e caminhou até a cama, levantou seu travesseiro, e dali tirou uma faca. Eu a olhei e fiquei parado por um momento. - Ela pretende me matar? - se esse era o plano não daria mais errado, ela seria torturada até falar o porquê e se a resposta não fosse boa ela permaneceria nisso enquanto vivesse. Olhei Lohanna esperando pelo o que ela faria a seguir.
_...nós dois nunca fomos realmente felizes né? Eu fui tão inútil... que até uma empregada suja era mais atraente do que eu pra você! - ela se altera - Eu vivi uma vida inteira sendo preparada pra você... uma vida toda só pra você... todos me falavam que eu só seria útil se casa-se com o grande Dom Gomez, o homem que lidera a máfia portuguesa... HaHa! Eu não quero mais viver isso... eu não quero mais viver só porque você existe, eu não quero... - Seu rosto e fala se tornam mais obscuros e então ela volta a dizer - você não me matou Enzo, mas carregará a culpa da minha morte... ha ha... você nunca vai ser realmente feliz Enzo... eu serei o seu fracasso eterno como marido! - ela gritou.
Sem que eu pudesse agir mais rápido para impedi-la, Lohanna se esfaqueou, mas não satisfeita, ela tenta novamente mas é impedida por mim, o corte que ela fez estava sangrando o suficiente, mais um e ela morreria de choque hipovolêmico, pressionei a ferida na intenção de que pelo menos conseguisse chamar um médico a tempo. Toda via, ela esfaqueou meu peito, fazendo com que o choque me afastasse dela e ela rapidamente pegou a faca com a mão direita e com a esquerda precionada o ferimento. Eu tinha dificuldade pra respirar, ela havia acertado meu pulmão eu já sabia como lidar com isso, e mantive o ferimento precionado.
_Lohanna... para. - pedi.
Eu estava ficando fraco, minha blusa estava manchada com o meu sangue.
Ela me olhou um pouco e então com a faca em suas mãos, uma expressão tranquila e genuinamente perdida, ela pois a faca em seu pescoço, eu vi seus lábios se mecherem em um eu te amo, vi que duas empregadas da casa tentaram impedir, mas não conseguiram, e o corpo de Lohanna caiu bem ao meu lado, antes que eu desmaia-se.Nota da autora:
Oi meninas, tudo bem? Eu sei, o começo do livro foi pesado, mas acreditem essa história será o fechamento da trilogia.
Vejo vocês no próximo capítulo, beijos e até mais.
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O Chefe Português - SÉRIE - Coração Mafioso _ LIVRO 3
RomanceApós o aborto não desejado de Lohanna, Enzo fez de tudo para ajuda-la, pagou os melhores psicólogos, tentava levá-la para sair, tudo que pudesse fazê-la reagir, porém nada adiantou, pois em uma noite que não poderá olhá-la, pelo o descuido da empreg...