♡ Crystal Heart ♡

287 20 397
                                    


—Vai ser como o planejado. Vocês dois fiquem aqui comigo de vigia, enquanto Stan vai invadir a loja. Não se preocupe, ajudaremos você a arrombar a porta.

—E o acerto de contas no final? 

—Isso a gente resolve depois, Kenneth. O importante agora é Stan. Ele precisa entrar em segurança, tomando cuidado para não ser pego por nenhuma câmera de segurança. 

—Cartman, isso não é um pouco arriscado? 

—Butters, tudo na vida nos faz correr riscos. Agora foque em seu trabalho. 

—A gente tinha mesmo que usar essas máscaras? Parece que estamos em La Casa de Papel.

—Cala boca Butters, foram as únicas que eu consegui achar na promoção.

—Idiota, não briga com ele, Cartman! E realmente, as máscaras são ridículas, a única legal é a do Stan, que parece a do Brahms Heelshire.

—Daquele filme de terror, do boneco? — Perguntou Butters à Kenny.

—Sim! Esse mesmo!

—Parem de conversa fiada gente, temos um plano para seguir.

  A brisa da madrugada batia nos olhos inchados de Stan. Uma máscara preta o protegia de ser flagrado por câmeras, luvas quentes o protegiam do frio, assim como toda a sua roupa.
  A luz amarela do poste reluzia em seus corpos, todos os quatro, parados em frente à um dos maiores shoppings de grife e luxo de Londres, na Inglaterra.
  Cartman focava em seu relógio, a cada batida que o relógio dava, ele olhava para os lados em busca de alguma resposta.

—Meia noite e quatro. Stan, me acompanhe.

  O garoto de cabelos negros colocou a mão em cima da bolsa, onde estaria guardando o objeto que o ajudaria a entrar, um pé de cabra. (Objeto de ferro empinado na ponta, útil para abrir coisas). Ele retirou o utemsilho de sua bolsa e se posicionou. Colocou debaixo da porta e a arrombou. Os alarmes não eram aplicados na porta de entrada do shopping, e sim nas entradas das lojas. Para resolver o problema, Stan havia trazido consigo um sensor de WI-FI, onde então poderia ver onde estava os alarmes, que geralmente são conectados com a senha do Wi-fi da loja. 

—Vá, e tome cuidado. —Cartman o alertou. —Lembre-se, o alque-toque está em sua bolsa, se caso um de nós percebemos que alguém está vindo, ou que algo lá dentro deu errado, vamos chamar você por ele.

—Um de nós não deveria ir com ele? — Indagou Butters.

—Acontece que apenas você Butters sabe como rastrear o Wi-fi do shopping, dessa forma você poderá abrir as portas digitais das lojas, enquanto apenas Kenny consegue o acesso às câmeras de segurança. 

—E você? 

—Esqueceu que alguém precisa vigiar a rua, Kenny? Pode haver pessoas curiosas por aqui. Sem contar que policiais fazem perícia pela avenida do centro.

—Verdade, eu tinha me esquecido.

—Bem, é isso Stan. Vai dar tudo certo, você sabe o que fazer. Espere as portas serem abertas por Butters, fique atento se Kenny te disser algo e por fim, pegue as joias mais caras.

Vou fazer o possível.

  Ele não podia mentir que sentia um pouco de medo. O frio na boca do estômago subia até a garganta, o fazendo engolir seco. Sua mandíbula fechada, dava um sinal de tensão. O receio de entrar ali e acabar colocando o seu pescoço à venda era alto, ele temia pela própria vida, mas se via obrigado a entrar na loja.
  Anos atrás havia perdido completamente qualquer renda de dinheiro. Sua família em geral morava na periferia de Londres, onde apenas pessoas mais pobres habitavam. Seu pai, desempregado, sua mãe que havia um único emprego, não estava tendo retorno com o trabalho de vender peças de crochê, e sua irmã havia sumido pelo mundo com um cara que se dizia bem de situação.
  Stan se via em uma situação onde era obrigado a sustentar a família, e junto de seus amigos, que passavam pela mesma situação, resolveram que deveriam agir.
  Por mais que aquele não fosse em nenhuma hipótese uma coisa boa de se fazer, eles tinham de realizar o ato, ou era roubar, ou era morrer de fome e sede.

♡ CRYSTAL HEART ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora