0.3 | Namoro.

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Melissa Lombardi Moraes

O professor nos pediu um trabalho em grupo e eu quase surtei quando vi a Priscila chamar a Eduarda para fazer com ela.

Ela estava me trocando? De novo?

Fechei a cara assim que vi as duas toda empolgadinhas com a ideia de fazerem o trabalho juntas. A Eduarda estava roubando minha prima de mim e eu não gostei nem um pouco disso.

Eu vou fazer a merda desse trabalho com quem? Eu só falo com a Priscila aqui, não sou próxima de ninguém dessa sala além dela. Estou me sentido excluída.

- Todos montaram as duplas? - perguntou o professor. A sala toda ficou em silêncio, pude perceber que sou a única sem dupla.

- Eu não. - respondi, trazendo a atenção de todos para mim pela milésima vez só hoje. O professor me olhou com um olhar estranho, parece confuso com a minha fala.

- Você não vai fazer com a Priscila? - provavelmente ele deve ter estranhado o fato deu não fazer com ela, já que em todos os trabalhos em grupo a gente faz juntas.

- Não, dessa vez não. - olhei para a Priscila com um olhar bravo, ainda não conseguia acreditar que ela tinha me trocado. Ela mexeu a boca e pude entender um "desculpas" baixo, virei a cara para frente e encarei o professor. - Posso fazer sozinha.

- Não é necessário, eu também não tenho uma dupla. - manifestou algum aluno da sala, e pela voz grossa, era um homem. Olhei para onde a voz tinha vindo e observei um garoto loiro e muito charmoso me encarando com um sorriso no rosto. - Podemos fazer juntos. - ele não desviou o olhar, continuou me encarando até eu virar para a frente e encarar o professor.

- Ótimo, todos mundo com seus pares. - falou o professor, se virando para pegar alguma coisa em sua bolsa.

Eu não fazia a menor ideia de quem era aquele menino, mesmo achando que já tinha visto aquele rosto em algum lugar, eu não conseguia lembrar da onde. Forcei a minha mente a lembrar dele, mas foi em vão, eu não conseguia identificar da onde tinha visto aquele par de olhos azuis.

Ainda não estava satisfeita com a minha dupla, além de não ser minha prima, era uma garoto que eu mal conhecia e conversava. Não sabia nada sobre seu respeito, não sabia nem o nome dele.

Como iria fazer trabalho com ele? O que o Matheus ia falar?

Respirei fundo, tentando me acalmar para não bater na Priscila por ter me colocado em uma situação tão desagradável.

- Eu odeio você. - falei baixo mas suficiente para a Priscila escutar.

- Sinto muito. - comentou. Revirei os olhos e voltei a prestar atenção na aula.

[...]

Sai da faculdade às pressas, não tinha conversado com a Priscila depois daquela aula, estava chateada por ela não ter tido nem a decência de me falar que faria o trabalho com a Eduarda. Entendo que as duas tem sentimentos uma pela a outra, isso está óbvio, mas eu sempre estive do lado da Priscila, acho que merecia um pouquinho mais de consideração.

Corri até o estacionamento e quando estava prestes a entrar ouvi alguém gritando meu nome. Olhei para trás e observei o garoto de olhos azuis que tinha se oferecido para fazer o trabalho comigo correr até onde estava.

- Oi. - cumprimentou com a respiração ofegante.

- Oi. - cumprimentei de volta, meio apreensiva com sua presença. - Algum problema?

- Não, nenhum. Eu só queria saber se está tudo bem para você fazer o trabalho comigo, sei lá, achei que poderia está um pouco desconfortável por nunca termos nos falado. Eu só me ofereci porque não queria ficar sem dupla e estou precisando de pontos, não posso ficar sem entregar trabalhos.

Depois do: Casamento Arranjado Onde histórias criam vida. Descubra agora