Hi princess

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Sophie Young P.O.V

21 de dezembro de 2014

Meu sono foi interrompido por gritos vindo pelo andar de baixo. Era a minha mãe, saltei da cama e corri tropeçando nos meus próprios pés pelas escadas. Vi a pior cena que já podia ter visto. Um homem de preto talvez alguns anos mais velho que eu suas mãos prendiam minha mãe no chão enquanto ele tentava beijá-la a força. Tentei me mover mas foi em vão, minha cabeça dizia ''Vai ajuda-la, ela precisa de você'' Mas o meu corpo dizia ''Não vá, você vai morrer'' era um guerra onde eu não tinha escolha e meu corpo acabou ficando grudado no chão como ele queria. Meus olhos lacrimejavam e eu não conseguia dizer nenhuma palavra. Minha mãe o estapeou e ele a acertou um tapa no rosto a fazendo cuspir sangue.

-Pare, por favor -Tentei dizer mas saiu quase inaudível e o rapaz não parou. Me assustei ao ver minha mãe se soltar dele e correr até mim.

-Foge daqui, Sophia -Ela disse.

Era como se tudo acontecesse em câmera lenta. Ela vinha até mim devagar e seus lábios se moviam devagar, encarei o seu rosto pensando que talvez aquela fosse a ultima vez que eu pudesse a ver com vida. A câmera lenta da minha mente acabou e seu corpo foi puxado para trás pelos braços do rapaz.

-Eu te amo, princesa -Ela movimentou a boca dizendo essas palavras. Meus olhos se embaçaram completamente com as lágrimas e eu cai de joelhos no chão. Tudo que eu escultava eram meus soluços e a última lembrança que eu tenho é seu corpo sendo lançado contra a parede e depois caiu no chão ao meu lado e a minha mãe, minha rainha, meu mundo estava ao meu lado já sem vida.

-Não! -Gritei em um salto eu já estava sentada na cama. Minhas mãos estavam totalmente soadas assim como meu rosto, meu queixo tremia rapidamente e eu estava mergulhada nas minhas lágrimas que ainda escorriam. Levantei devagar e meu corpo quente tremeu ao encostar meus pés no chão gelado. Fui até o banheiro e lavei meu rosto inchado.
Era sempre assim, todos os dias, o mesmo pesadelo, o pior dia da minha vida, o que me faz ser o que eu sou. Ou melhor, como eu sou. Desde então, ouvir seu nome me causa arrepios e a minha vontade é de destroça-lo com as minhas próprias mãos, fazê-lo sentir o que ele causou a mim e a minha mãe, acabou com a vida dela, porém destruindo a minha.
E agora ele voltou, Atlanta é novamente o seu ponto, isso facilita mais para mim, ou talvez dificulte, sei do que ele é capaz e ele não vai parar, assim como eu.

-Soph? -Ouvi uma voz feminina atrás de mim e e virei rápido e encontrei a Karen, provavelmente arrumada para ir ao colégio onde eu acabei de ser expulsa -Aconteceu alguma coisa? -Ela perguntou com sua voz meiga e calma. Não respondi continuei a olhando em silêncio -Pesadelos...

-Sim... -Disse baixo e caminhei em direção a minha cama -Não sei como fazer isso parar Karen, já não basta ter vivido aquele dia eu tenho que ser relembrada dele todos os dias.

-Sinto muito. -Ela se sentou ao meu lado e me abraçou -Vim ver como você estava, fiquei sabendo que... Ele voltou.

-Sim, voltou. -Respondi olhando para o nada.

-Não faça nenhuma besteira Soph, eu tô falando sério, você sabe que... -Ela ia continuar mas eu a interrompi.

-Eu sei, não se preocupe comigo. Pode ir -Disse e forcei um sorriso, ela sorriu de volta e me deu um beijo na bochecha saindo do quarto.

Fui até meu armário e peguei uma das minhas roupas favoritas. Uma blusa preta do nirvana com um short rasgado e meus coturnos já velhos porém eu não os troco por nada. Passei muita maquiagem para disfarçar meu rosto. Desci as escadas e o Jack estava como sempre, jogado de qualquer jeito no sofá com várias garrafas de bebida ao lado e cigarros espalhados por todo o chão. Peguei meu skate ao lado da porta e fui até o lugar onde eu gostava de estar, era desejada e bem vinda. O beco do Jacob.

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