Princesa

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Acabei dormindo a tarde toda, já que eu não tinha nada para fazer e também não ousei sair do quarto.

Acordei quando já estava escuro, olhei para o lado e não tinha ninguém. Arrumei meu cabelo com as mãos, cocei os olhos e me levantei sentindo meu corpo fraco. A porta ainda estava encostada e a casa parecia silenciosa.

Sai pela porta do quarto e percebi que estava num corredor grande, eu não fazia ideia de pra onde ir, andei pra onde meu instinto mandou. Parei em frente a uma escada, meu instinto não falha.

Desci as escadas e agora eu estava numa sala escura, não parecia que tinha alguém em casa, até as luzes se acenderem e eu tomar um susto com uma assombração de cabelo rosa apoiado na bancada da cozinha no outro lado.

- Cansou de dormir? - Ele me encarava com um sorriso provocativo.

Eu não falei nada, olhei em volta e fui até ele, não cheguei muito perto.

- Fome... Eu tô com fome. - Falei baixo, ele assentiu e se virou abrindo o forno elétrico que tinha.

- Você é bem arisca né, não precisa ser tão delicadinha aqui. - Ele me entregou um prato com um pedaço de pizza.

Eu apenas olhei para ele com um olhar de "cala a boca" e voltei o olhar para o prato com a pizza.

Ele se curvou em cima do balcão e me observou comer, tentei desviar o olhar várias vezes, mas acabamos trocando olhares por muito tempo. Mais do que eu imaginava.

- Como era sua vida na Rússia? - Olhei para ele novamente, ele tinha um olhar curioso sobre mim.

- Era normal. - Falei simples após terminar de mastigar a pizza.

- Não diga que a vida de uma milionária era normal, sua vida era no mínimo boa. - Dei de ombros.

- Eu tinha a vida que todos queriam ter, mas nunca me gabei por isso. Eu só tive mais condição que os outros pra viver uma vida saudável, isso foi o mais importante na minha infância. - Sem olhar para ele tateei a borda do prato após terminar de comer a pizza.

- Além de ter mais condição pra ser uma criança saudável, também teve mais condição pra viver uma vida feliz e longe do desgosto de ouvir seus coleguinhas da escola falando merda pra você porque seus pais tem trabalhos medíocres. - Ele se virou e eu encarei as costas largas dele, parecia estressado. Estranho.

- Eu não fui a escola - Empurrei o prato e me levantei.

- Seu pai é burro.

- Foi escolha minha.

- Você é burra.

- Você é mais - Me virei para andar na direção da escada, antes que eu segurasse no corrimão eu senti ele puxar minha cintura, me fazendo bater contra seu corpo. Senti algo duro na minha bunda, algo duro e grande. Muito grande.

- O que disse, princesa? - Ele segurou meu maxilar apontando meu rosto pra cima e sussurrando com a boca praticamente colada no meu pescoço.

- Me solta! - Tentei o empurrar, mas ele era mais forte. Muito mais forte.

- Eu sou burro por querer o que é meu de volta? - Ele pressiona mais ainda seu corpo contra o meu. Me sinto quente, mas é estranho. Ao mesmo tempo é bom.

- É burro por ter me escolhido pra ameaçar meu pai ao invés de resolver seus problemas diretamente com ele - Ele me soltou e eu finalmente fiquei cara-a-cara com ele.

- Era a forma mais fácil de conseguir meu dinheiro já que ele gasta milhões com a própria segurança e deixa os filhos por conta própria. Eu até escolheria seu irmão pra sequestrar, mas aí não ia poder olhar pra sua carinha bonita todos os dias. - Ele segurou minhas bochechas com força, apertando e provavelmente me deixando vermelha.

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