abre a porta pra mim.

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Para todos que Minho conhece, as férias são supostamente a época mais alegre do ano. Para o próprio Minho, tudo o que isso realmente significa é uma pequena pausa no trabalho e de ser forçado a socializar com outras pessoas.

O mundo ficou quieto fora do seu pequeno apartamento, a habitual poluição sonora do trânsito trocada por uma tranquilidade a que ele não está habituado. Uma tempestade de neve cai do lado de fora de sua janela, cobrindo a cidade de branco e deixando as temperaturas abaixo de zero. Minho liga o aquecedor e reza para que suas contas não lhe custem um rim no próximo mês.

De seu lugar no sofá, Soonie mia para ele, chamando sua atenção pela terceira vez no último minuto.

"O que é?" — indaga Minho, cruzando o espaço entre o aquecedor e o sofá. Soonie pisca para ele, emitindo um miado quase silencioso. "Você também está com frio?"

O toque alto de seu telefone o assusta antes que ele tenha a chance de puxar as cobertas em volta de seu gato, fazendo seu coração disparar no peito. Por que diabos o telefone dele está fora do modo silencioso? Ele o pega de onde está na mesa de centro, franzindo a testa ao ver o nome na tela.

Ele atende a chamada sem pensar muito.

"Olá?" ele tenta manter a confusão fora de sua voz, mas certamente falha.

“Hyung,” a voz de Jisung é fina do outro lado da linha, e o vento forte que sopra no receptor revela que o outro deve estar do lado de fora. "Você está em casa?"

"Você está na rua?" Minho pergunta em vez disso, sua carranca se aprofundando. “O tempo está louco do lado de fora.”

"Você está em casa?" Jisung pergunta novamente, a voz um pouco mais chorosa.

“Claro”, ele responde ainda confuso, depois murmura, “onde mais eu estaria?”

Jisung suspira ao telefone e Minho se pergunta se é alívio o que ele ouve. "Ótimo! Você pode abrir a porta do seu prédio para mim?

"Que?" Minho corre para sua janela e avista Jisung embrulhado parado na entrada, olhando para sua janela. Jisung acena com a mão livre animadamente para ele quando vê Minho na janela, sacos plásticos presos até seu cotovelo batendo em seu rosto enquanto ele faz isso, o farfalhar de plástico alto no telefone. "Você tá doido?"

Ele desliga o telefone antes de receber uma resposta, abrindo a porta da frente e esperando que ele suba as escadas até seu andar. Doongie se apressa para lhe fazer companhia, ronronando alto enquanto se esfrega em suas canelas, a cauda fazendo cócegas em sua pele antes de se deitar, de barriga para cima e implorando por massagens na barriga. Embora confuso sobre o motivo de Jisung estar aqui, Minho é fraco para resistir aos encantos de seus gatos - ele dobra facilmente a cintura e dá a Doongie suas merecidas carícias na barriga, sorrindo para o gato enquanto ele rola sobre seus pés.

Não demora muito até que os tênis de Jisung possam ser ouvidos rangendo nas escadas, os sacos plásticos em suas mãos farfalhando novamente enquanto ele se move.

“Han Jisung, o que você está fazendo aqui?” Minho chama pelo corredor, revirando os olhos quando fica evidente apenas pelo som que Jisung acelera o passo. "Você está louco?"

“Hyunggg, está muito frio” Jisung choraminga novamente, e a primeira coisa que Minho vê é o pelo do capuz de sua jaqueta de inverno quando ele aparece. A neve cai ao seu redor a cada passo que ele dá, e é evidente que ele não fez nenhum esforço para se livrar dela antes de entrar.

Minho estala alto. “É claro que está muito frio, tem praticamente uma nevasca lá fora.”

Jisung corre pelo corredor, assustando Doongie no processo. O beicinho que ele faz nos lábios é quase um elemento permanente em seu rosto sempre que ele está com Minho, e Minho estaria mentindo se dissesse que não cai nessa todas as vezes.

nevasca | minsung.Onde histórias criam vida. Descubra agora