O começo da nossa aventura.

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Eu estava a caminhar pela floresta enquanto trançava meu cabelo longo o rosado, conversando com meu colega Iguro, que estava ao meu lado enquanto brincava com Kaburamaru que se enrolava em seu pescoço.

Estávamos indo atrás de onis, já que essa é a nossa função como hashiras, proteger as pessoas dos demônios! Porém de uns tempos para cá, eu vi o senhor Iguro numa luz diferente...

Tão doce e gentil, corajoso e cavalheiro, bonito e forte, tão... ele. O charme dele me encanta! Mas e se ele não sentir o mesmo por mim? E se ele não me achar bonita o suficiente? E se ele não me amar..?

Então apenas guardo meus pensamentos e emoções para mim, pois eu não queria estragar a perfeita amizade que eu tinha com o senhor Iguro.
Nós somos amigos a tanto tempo, mas ainda sim não sei se ele me ama ou não. Admito, negligência da minha parte já que sei pouco sobre ele. O senhor Iguro mudou meu ver, tanto que parei de tentar flertar com outros hashiras. Eu não queria outro homem, queria O IGURO! Ele como meu homem é um sonho realizado! Casar e ter uma família feliz foi tudo o que eu sempre quis, mas nunca pude por causa da minha aparência que era diferente...

Cabelos rosados de pontas verdes? Pros outros isso era anormal e estranho, já que todos tinham cabelo preto ou de cores naturais como castanho ou loiro. Minha força, que sempre foi muita! Eu sou absurdamente forte, carrego rochas maiores que eu, quebro árvores no soco, ganho na queda de braço contra todo mundo! Então esses motivos bobos fizeram eu me odiar. O medo da rejeição também se instala no ar, e se eu me declarasse para ele, e ele me recusasse? Não posso forçar ninguém a me amar. Eu, como hashira do amor, é minha função ser dócil porém forte e capaz de proteger os que precisam, ou talvez... usar isso para realizar meu sonho de ter uma família.
Mas logo saio de meu transe ao sentir uma mão fria, porém amada e familiar tocar meu ombro.

-Está tudo bem, Kanroji? Você me parece meio pra baixo.- diz o moreno ao meu lado, com um ar de preocupação genuína.

-Estou bem, senhor Iguro. Não se incomode, estou apenas um pouco distraída ultimamente.- falo calma e dócil. Então tentando acalmá-lo eu ponho minha mão por cima da dele e acaricio de leve, porém ele vira um pouco e acaba corando suavemente, mas por causa da posição eu não percebo tal rubor na pele pálida de suas bochechas.

Voltamos a caminhar, fazendo a patrulha pelo local designado para nós. Mas nós dois matamos vários onis por aqui recentemente, então provável que a área vai ficar vazia por algum tempo.
Então toda a nossa patrulha se resumiu em conversas, sorrisos bobos, bochechas coradas e até um carinhozinho de vez em quando. Logo resolvemos fazer uma pausa. Eu estava brincando com o Kaburamaru enquanto Iguro nos observava da árvore em que estava deitado calmamente.

Kaburamaru estava enrolado no meu pescoço, escondido no meu cabelo enquanto lambia minha bochecha e eu ria de felicidade.
Iguro me olhava de cima da árvore, mas assim que Kaburamaru sai do meu pescoço, já que eu estava dando frutinhas para ele comer e ele já estava cheio.

Iguro sai da árvore e se aproxima de mim, meio tímido e acanhado, mas criando coragem! Ele toca meu cabelo e diz...

-Posso tocar, Kanroji? Quero fazer um penteado.- ele fala, tímido como sempre! Mas é fofo, de fato. Então eu coro de leve, e aceno que sim com a cabeça.

-Claro, Iguro! Fique à vontade.- eu já falo mais calma e serena, logo entrego a ele uma escova de cabelo que estava na minha bolsa para que ele possa me pentear.

Sem muita demora ele agradece e pega a escova, começando a desfazer minhas tranças para fazer o suposto penteado.
Suas mãos são delicadas e frias. Foram suaves e cuidadosas ao desfazer minhas tranças. E firmes e gentis ao me pentear, com cuidado para não machucar.

Estávamos ao lado de vários arbustos com flores variadas, uma mais bela que a outra! Iguro me fez um delicado e belo coque que era envolto por uma de minhas tranças, com direito a franjinha e tudo! Logo ele pega algumas flores e começa a enfeitar meu cabelo.
Está lindo! Agora só falta dizer pra ele! Tão talentoso...
Se tivéssemos uma filha menina, não seria problema os penteados que a mocinha talvez fosse querer!

-Senhor Iguro, está lindo! Muito obrigada!!- falo toda feliz e alegre ao ver o belíssimo penteado pelo espelho de mão que tenho em minha bolsa.

Logo me levanto e dou um beijinho na testa dele como forma de agradecimento, deixando uma suave marca rosa de gloss sabor morango. Ele corou por inteiro, ficando vermelho igual um tomate! E logo percebo o que fiz. Corada também, eu clareio a garganta e respiro fundo, fazendo a sonsa.

-D-De n-nada!!- Iguro fala meio gago, mas totalmente animado. Quem não estaria após ganhar um beijinho de sua amada?

Tal garoto, tímido e introvertido, de pele pálida e cabelos morenos, que usa uma máscara e tem olhos com héterocromia. Esse mesmo garoto, é apaixonado pela Kanroji a anos! Mas ele é muito tímido para mostrar ou expressar corretamente.
E assim ele demonstra por serviços, como ajudar, cozinhar, ou até mesmo fazer os penteados que Kanroji tanto gosta!

Obanai Iguro, foi a criança mais odiada. Por sua aparência e genética diferente, ele não pediu para nascer, não pediu para ser assim, mas todos o julgavam por ter um sangue diferente, nunca completamente humano. Foi mal tratado, julgado, desprezado, judiado e machucado gravemente. Nunca foi uma vida fácil, tanto que ele usa a máscara para esconder uma cicatriz de seu passado. Essa cicatriz é sua maior insegurança. Odeia essa cicatriz com todas as suas forças ainda restantes!
Mas a Kanroji mudou a visão dele, fez ele enxergar que uma esfera nunca tem fim, e que o mundo é infinito, do mesmo jeito que o tempo é relativo, o destino é imprevisível. Pois ou você cria sua história, ou o destino cria uma pra você.
Iguro é agressivo com muita gente, debochado e grosseiro, mas com a Kanroji... sua amada Kanroji. Ele é um amor de pessoa! Carinhoso, prestativo, amoroso e muito mais!

-Kanroji, que tal voltarmos? Nosso horário de patrulha já acabou.- apontou para fora da floresta, aonde o sol estava nascendo calmamente, com sua doce luz acariciando nossa pele.

-Claro! Que tal irmos comer alguma coisa depois, senhor Iguro?- falo serena enquanto me levantava cuidadosamente, pegando Kaburamaru e devolvendo a ele o réptil.

E depois dessa pacífica patrulha juntos, nós retornamos até a área inicial, encerrando oficialmente nossa primeira noite de procura.

 ᭄𝐒𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚. (Obanai×Mitsuri)Onde histórias criam vida. Descubra agora