ᅠᅠᅠᅠO PRIMEIRO instinto singelo de Andrew Howard foi subir as escadas para seu quarto em um abalo notório. Os braços cruzados e a cabeça pendida para baixo entregava o estado pensativo que nublava sua mente, e a culpa lhe pesava os ombros. O mundo parecia cinza diante de seu olhar, achatando-se e perdendo forma quando a preocupação e a ansiedade tomavam um espaço indevido consigo. A porta da frente da residência foi fechada e trancada, e os passos da matriarca ecoavam no andar abaixo junto com a voz dela em tom de preocupação, falando com si mesma sobre as decisões que precisava tomar naquele momento.
A culpa pesou mais ainda antes dele entrar no quarto simples, se sentando e então se deitando na cama macia em uma posição fetal, cobrindo a cabeça com o travesseiro e abafando o mundo ao redor em um mergulho no silêncio rigoroso.
Janice se sentou na mesa com o rosto unido aos palmos das mãos, inspirando e expirando como a primeira vez em anos. Pensou na taça e na garrafa de vinho na despensa dos fundos, mas afastou o pensamento na mesma velocidade que ele veio a se formar. Ela precisava de um plano, talvez precisassem se mudar dali, era como se o mundo estivesse se desmoronando por alguns segundos ao redor dela. Janice cogitou por longos momentos que pareciam ser horas se deslocando ao redor dela, com a face se afundando cada vez mais aos palmos.
Foi quando três batidas soaram na porta da frente, nem muito rápidas ou demoradas. Ela ergueu o rosto das mãos e ele se desabrochou primeiramente em desconfiança, a casa ficou imersa em um silêncio incômodo. O primeiro pensamento foi em seu filho e um pânico súbito a tomou, mas ainda conseguia escutar a brisa e os pássaros ao lado de fora de sua residência, o que não ocorria com os poderes de Andrew. As habilidades dele envolviam tudo no absoluto silêncio antes de uma catástrofe iminente ocorrer.
Ela inconscientemente chutou uma almofada no caminho de seu pé, talvez caiu do sofá em algum momento do dia corrido. Janice logo se questionaria pelo motivo de nem sequer se precaver antes de abrir a porta de entrada da sua própria casa para quem quer que estivesse ali. Nem olhar pelo olho-mágico ela pensou em fazer, apenas sentiu a mão ao redor da maçaneta e abriu a porta de uma vez só.
