A superfície não era gentil
Então decidi me mudar
Achei um buraco de ilusões
E passei a chamá-lo de lar
Levei algum tempo até perceber
Que as ilusões mais coloridas
Roubavam as cores do meu ser
E a solidão, então, me fez esquecer
Qual era, afinal, a razão de viver
Cansada de não sentir nada
Degrau por degrau comecei a subir
Os espinhos não mais me assustavam
Decidi que eu voltaria a existir
O sol tocou minha pele
Meus olhos tocaram o céu
Dei meus primeiros passos
Tomando minhas cicatrizes como troféu
E fui pra além, além daquele ilhéu
Foi quando, então, o conheci
Raro cometa passando por mim
Névoa misteriosa e deslumbrante
Força magnética em forma de homem
Sendo eu preta e branca, temi
Medo de seu coração quebrar
Mas ele, então, me coloriu
De um belo verde esperança
Me encorajando a arriscar
Então me coloriu de laranja
Fazendo eu me sentir em casa
E também de amarelo
Me fazendo rir com sua graça
Mas indo pra longe
Me coloriu de anil tristeza
E voltando de repente
O azul tornou-se violeta
Porque ele era vermelho
Entre lágrimas e sorrisos
As cores da vida voltei a ter
Porque ela nada mais é do que isso
Amar, sofrer e aprender
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Paleta Elixir
PoetryO poema narra a jornada de uma pessoa que busca significado na vida após escapar de ilusões prejudiciais. Vivenciando emoções da alegria ao sofrimento, ela redescobre as cores da existência. Publicado na coletânea "Metafísica do Eu" pela Editora Per...