Capítulo 4

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Caminhei até o escritório do meu pai e abri a porta de madeira, fiquei quieta e o observei com aqueles pequenos óculos de leitura enquanto mexia e lia alguns papéis.

- Eu sei que está ai, filha.

- Como o senhor sempre sabe quando estou te olhando?. - Eu perguntei indo até ele.

- Você faz isso desde criança minha filha. - ele falou sorrindo enquanto guardava seus óculos de grau.

- Posso entrar?.

- Claro, querida. Venha aqui.

- Tem certeza que não vou atrapalhar? Posso voltar outra hora, pai.

- Você nunca atrapalha, minha filha. Eu quero conversar com você também. - Isso é novidade, talvez seja sério o lance da "mudança" mesmo. - Como está sendo seus dias de aula na nova  escola?.

Difícil essa, pai...

- Bom. - Eu falei depois de alguns segundos. - Foi legal, o de sempre, sabe?.

- Eu realmente sinto muito por colocar meu trabalho em cima da sua vida, de novo, meu bem. Eu sei o quanto è importante ter amigos na sua idade e...

- Pai, não precisa se preocupar com isso. Eu entendo. - Eu o interrompi, sei que ele ficava verdadeiramente mal por ter que viajar, talvez não tanto quanto eu, mas, eu sei que não era proposital. - Eu entendo mesmo, não precisa se desculpar, eu estou feliz por estarmos aqui juntos, ok?. - Eu dei um sorriso que logo foi retribuído pelo meu pai.

- Você é a melhor filha do mundo, sabia disso? - Falou tocando a ponta do meu nariz. - promete, por favor, ser sempre essa garotinha linda e maravilhosa?

- Pai... - Eu disse rindo e balançando a cabeça. - eu já tenho 18 anos.

- Continua sendo minha garotinha. Eu amo você, Verô. - Meu pai disse e eu até travei por um tempo. - Eu sei que tenho ficado distante desde o que aconteceu com sua mãe, mais ainda... Sei também que quase nunca demonstro isso ou digo essas coisas, mas... Eu amo você.

- Eu amo muito você também, pai. - Respondi com uma vontade imensa de chorar.

[...]

Eu seguia para a sala de aula, olhando para baixo ainda. Não era por vergonha ou algo assim, eu apenas peguei a mania de andar com a cabeça baixa desde cedo e não consigo parar de fazer isso.

- Até que a novata é gostosinha. - escuto uma voz masculina falar, levanto minha cabeça e olho para frente vendo Anita e um grupo de garotas e garotos encostados na entrada da sala.

- Não sei se ela é mais gostosa ou idiota. Qual nome dela mesmo?. - Outro comenta fazendo todo mundo rir e Anita como de costume riu mais alto.

Sinto meu sangue fever e caminho em direção a eles.

- Falei que não queria problemas mas acho que vocês insistem em trazê-los. - Falo alto chamando a atenção do grupinho a minha frente. - Sabe Anita você é uma mulher, e isso me deixa triste. Não acredito que uma mulher concorde com um comentário babaca desses. - Indago e ela ri.

- Concordo com a verdade. - Rebate.

- Então adoraria que uns babacas ficassem te chamando de gostosa pelos corredores?. - Retruco.

- Sim, até porque é a verdade. - Debocha e umas meninas ficam rindo da minha cara.

- Você são ridículos e você Anita... - Aponto para ela. - É mais ainda por aceitar ouvir algo como isso. Tenho uma buceta e você também, não pense que esses idiotas não ligam pra isso só porque é "você". - Cuspo as palavras e saio andando.

- Você não vai apontar o dedo e falar com meus amigos desse jeito! - Diz enfurecida e me segue pegando em meu braço.

- Não são seus amigos, querem te comer. Mas quem se importa né? Você é gostosa mesmo até eu gostaria de te comer. Porque não me encontra no banheiro e me deixa sentar na sua cara?. - Falo baixo em tom de ironia perto do seu rosto e puxo meu braço do seu aperto entrando de vez na sala.

Seu eu poderia ser motivo de piadas entre seu grupinho porque ela não poderia ouvir coisas como essas? Estava me sentindo horrivel por ter dito isso. Nunca pensei que falaria isso pra alguém. Anita tinha uma aparência tão doce, me decepcionava saber que fazia e pensava coisas mesquinhas como essa.

Além do mais, eu nunca me envolvi sexualmente com alguém, mal tinha beijado pra falar a verdade, as vezes penso que vou morrer virgem.

                  ⇠Aᥒιtᥲ Bᥱrᥣιᥒgᥱr ⇢

Depois da discussão ( ou quase) com a Verônica, novata na escola, decidi entrar na sala de aula. Estava tão cansada que não falei com mais ninguém. Não tinha dormido a madrugada inteira, sentei na cadeira e deitei minha cabeça na bolsa. O sono bateu e lá mesmo eu dormi...

- Parece que o sono está ótimo, Berlinger. - Uma voz próxima ao meu ouvido me fez despertar.

- Se você não tivesse atrapalhado estaria mesmo.

- Pra diretoria agora!. - Olhei para a professora, peguei minha bolsa e sai da sala.

- Bom dia, Clara, vim te fazer companhia novamente. - falei cumprimentando a diretora.

- E o que você fez novamente?. - Perguntou levantando da cadeira.

- Dormi na aula. - Bocejei.

- Anita, eu realmente queria entender porque você é assim, o que fizeram com você pra ser assim tão revoltada e rebelde?

- Você nunca entenderia então nem tenta. Já colocou a observação?.- Rebati.

- Anita, tenta se abrir comigo. Eu não sou só sua diretora, posso ser sua amiga também. - Indagou calmamente.

- Não me leve a mal mas eu não te vejo como minha amiga. - Lhe olhei de cima a baixo. - Imagino você de outros jeitos... Mordi o lábio inferior.

- De quais jeitos. - peguntou franzindo as sobrancelhas.

- Depende, em cima dessa mesa por exemplo, de preferência nua. - Ela arregalou os olhos.

- Anita, você ta falando sério?. - a encarei com um sorriso de canto.

Me aproximei dela e sussurrei bem próximo ao seu ouvido.

- O que você acha?. Consegui sentir sua respiração pesada.

A diretora logo me puxou para um beijo, e suas mãos deslizaram por meu corpo.
Deitei clara na mesa e ela mesma começou a tirar a própria roupa.

- Tranca a porta. - Disse ela com a voz rouca...

- A gente não deveria ter feito isso, Anita, eu sou sua diretora. - Clara se levantou começando a se vestir.

- Eu sei que você gostou. - Me aproximei dela e beijei seu pescoço.

- E-u gostei, Anita. - Sorri sobre sua pele.

- Eu sei que você gostou, seus gemidos não negavam isso. - Sorri maliciosa.
O sinal tocou quebrando o clima.

- Te vejo depois?. - perguntou.

- Talvez. - Peguei minha bolsa antes de deixar a sala.
Eu só faço merda mesmo! Pensei.

------------------------------------------------------------ Capítulo de hoje, espero que gostem Bjs..



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⏰ Última atualização: Nov 30, 2023 ⏰

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𝕭𝖚𝖑𝖑𝖞 ( Veronita )Onde histórias criam vida. Descubra agora