Carta

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Meu Querido Draco.

Mesmo sendo um grifano, eu precisei de muito tempo para criar coragem de te enviar essa carta.

Soube que seu aniversário não foi muito legal, sinto muito por isso e talvez, se você quiser, podemos refaze-lo, juntos. Ou esperar até o ano que vem e fazer um bem mais memorável.

Aproposito, feliz aniversário atrasado.

Bom, o ano está acabando, nós dois temos dezessete anos agora, e eu sei que depois de Hogwarts, eu não vou poder te admirar nas aulas, não vou poder sorrir que nem um bobo quando você me olha, não vou poder nem te ver todo dia.

Então eu preciso te dizer, eu gosto de você. Meu coração achou realmente que você é o que ele precisa. O que eu preciso, e sendo sincero, não fico incomodado com essa opinião do meu coração. Gostaria até que ele estivesse certo.

Mas... eu sei que você me odeia. Eu te odeio também.

Mesmo que eu sonhe com você. Mesmo que eu deseje beijar seus lábios. Mesmo que eu fique excitado toda vez que você me encara demais. Mesmo que eu queira te empurrar em uma parede e tirar sua roupa. Mesmo com tudo isso.

Eu te odeio.

Mas eu preciso que você saiba que eu gosto de você. De um jeito romântico.

Mas eu ainda te odeio tá?

Posso pensar em um futuro com você? Posso, mas eu ainda te odeio.

Eu gosto de você, mas te odeio ainda sim.

Te odeio por ser tão inteligente e me fazer salivar quando você fala que nem um nerd. Te odeio por ser extremamente chamativo, e me deixar incapaz de não te olhar quando você passa. Te odeio por me fazer suar mesmo na sala mais fria da escola. Te odeio por todas as vezes que você me machucou e me olhou com aquele olhar de culpa depois. Te odeio por todas as vezes que eu desejei poder te ajudar. Te odeio por não me deixar te ajudar. Te odeio por não poder te amar. Te odeio por tudo isso.

Mas principalmente. Eu te odeio por gostar de você.

Todas as vezes que você me olhou como se pedisse desculpa com os olhos, para fazer a mesma merda no dia seguinte e me olhar com esses olhos de novo. Você quer me pedir desculpa Draco?

Eu queria conhecer você. Não só porquê eu quero te ver nu e embaixo de mim. Mas porquê eu quero te ver sorrir pra mim em uma tarde na varanda da nossa casa.

Eu queria poder te ajudar, você quer ajuda? Você aceita minha ajuda?

Eu te ajudaria com tudo que você precisar. Até com aquela etiqueta chata que incomoda em um momento aleatório do dia justo onde você não tem uma tesoura ou sua varinha pra tirar.

Eu queria poder realizar meus sonhos emocionados com você. Como ter filhos, se casar, passear por algum parque e fazer um piquenique romântico.

Eu sou emocionado, e não faço ideia do que eu vi em você.

Além dos seus olhos azuis que brilham como diamante. Além da sua pele branca que parece tão macia quanto um ursinho. Além do seu cabelo claro que pede por puxões fracos e carinhos. Além da sua voz hipnotizante e seu sutaque britânico. Além do seu sorrisinho irritante. Além dos seus lábios rosados que pedem para ser beijados. Além do jeito que você fala quando fica empolgado e contente nas aulas de poções. Ou do jeito que você nunca deixa seus amigos sozinhos. Ou da forma como você precisar levantar a cabeça pra me olhar, pela nossa diferença de altura. Ou de todas as vezes que eu te peguei encarando o céu com os olhos brilhando. Ou do jeito que você admira as estrelas como se elas fossem seu ponto seguro. Ou da forma como meu nome fica tão bem quando você fala ele.

Tirando isso, eu não sei o que eu vi em você.

Na verdade, nem sei o que você me faz sentir direito.

Além das borboletas no estômago toda vez que minha visão periférica me mostra que você está me olhando. Além da tensão que eu sinto quando você fica mais perto, que vem seguida da tesão que me bate e eu preciso fingir que não sinto nada. Ou do meu coração que se acelera quando a gente se encara. Ou como meu lábios se curvam em um sorriso quando alguém diz seu nome. Além das vezes em que eu comecei a tremer quando éramos dupla e eu encostava em você sem querer. Ou dos choques elétricos que eu sentia quando você esbarrava em mim de propósito.

Enfim, como eu disse, não faço ideia do que eu sinto em relação a você.

Sendo sincero Malfoy, tirando minha vontade de deixar seu pescoço branquinho todo pintado de chupões e beijos, e apertar suas coxas que ficam tão bem nessa calça justa, desabotoar todos os botões da sua roupa, te colocar deitado na minha cama, e terminar fazendo atos libidinosos com você, pra no dia seguinte te levar até meu restaurante preferido e te mostrar o melhor bolo de morango que existe, esperar para te pedir em namoro algumas semanas depois, para poder assim te pedir em casamento alguns anos depois, quando já estivesemos morando junto, com três filhos, um cachorro e um gato, e assim poder te fuder todos os dias. Eu não sinto nada por você.

Termino essa carta dizendo que eu tenho sonhos, e que você está neles. Porquê Draco, você é adorável. Meu coração quer você, assim como todo o resto do meu corpo.

Eu perdoo você se você me perdoar. E mesmo que essa carta faça você pensar que eu sou um maluco pervertido e te afaste, eu queria que soubesse que eu gosto de você, e queria ao menos um aperto de mão antes do ano acabar, só para poder me despedir de você antes de nunca mais te ver.

Porquê eu queria muito poder te ver todos os dias, nem que a gente quase mate todas as vezes e termine abraçados vendo Bob esponja.

Mas, repito outra vez, eu te odeio Malfoy, lembre-se disso.

Eu te odeio.

Ass: H.Pottah

Meu Querido DracoOnde histórias criam vida. Descubra agora