Convocados

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A história começa no dia vinte e sete de março de 700. É dia na Floresta dos Carvalhos, um lugar onde as criaturas místicas convivem entre si, sendo visível sob a terra úmida casas de fadas. E lá, encontra-se Atena, com uma espada na bainha e próxima ao riacho com seu dragãozinho Billy.

Atena está distraída e não percebe que algo rasteja perto de seus pés. Antes de poder reagir, é picada por uma cobra furiosa, ela se vira e vê uma naja com o pescoço dilatado com pele esverdeada e escamas acobreadas. A jovem sente um aperto no peito, suas pernas pesam e sua visão fica turva. Agora, o veneno gélido percorre aceleradamente por suas veias e seguido disso cai, inconsciente.

Seus olhos abrem vagarosamente, não consegue identificar onde está, só pode discernir que o lugar é branco como a neve com duas portas de madeira a frente. Ela se ergue em pé com dificuldade, recuperando a consciência, ela não estava aqui antes, como foi parar neste lugar vazio? Não há saída, o que irá fazer? Ela olha através da fechadura da porta à esquerda e observa uma cena: um dedo com uma unha grande e negra passando por uma mecha de um cabelo ruivo de alguém. Pensativa, decide olhar a da direita e se vê pelo buraco com sua mãe ainda viva, andando juntas e felizes no vilarejo Montepulciano.

Atena opta por abrir a primeira porta, e a cena dá continuidade: uma menina se vira e transmite um olhar de quem quer ajuda e a visão escurece. Neste instante, ela realmente acorda, olha para suas mãos brancas, em seguida, toca seu cabelo longo e loiro para ver se está realmente acordada. Seus olhos passam em volta do cômodo enfeitado por ervas penduradas por cordas no teto e com diversas prateleiras com manuscritos e potes com ingredientes estranhos, o cheiro de todas aquelas hortaliças juntas é forte, mas não a incomoda.

Ainda tonta, vê uma silhueta que dirige-se a ela:

- Você está bem? Eu tirei o veneno de você.

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Em Montepulciano, Morfeus com sua coruja e Henry com seu alaúde encontram-se no vilarejo. Um lugar com muitos casebres feitas de madeira com musgo os cobrindo, chaminés contorcidas e portas altas. Pontes, poços, feiras e cercados com animais.

Uma garotinha de cabelos castanhos aproxima-se de Morfeus: 

- Você é novo por aqui? - A criança indaga curiosa.

Nenhuma resposta.

- Posso tocar na sua barba? - Ela olha para a barba longa e branca do senhor, os pelos faciais eram os únicos fios que lhe restam, já que todo o seu cabelo tinha ido embora com a sua juventude.

- Não. - Morfeus responde

- Quer tocar na minha? - O homem do lado de Morfeus se direciona a menininha, tocando em sua barba rala. 

- Não... mas seu alaúde é legal - ela aponta para o instrumento.

- Obrigado. - Ele diz em um tom animado.

- Minha mãe disse que pessoas que vêm de fora são do mal. - Ela dá uma pausa. - Ah, uma velha pediu para eu entregar esse bilhete para vocês. - E deposita o papel na mão de Morfeus:

O que é escuro feito a noite

Tem asas e não pode voar

Carrega consigo algo que brilha

E faria qualquer um ficar em chamas?


A menina se afasta saltitando sem perceber o que está ao redor. Uma carroça vem à toda velocidade em sua direção. Morfeus corre para tentar salvá- lá, mas algo em seu caminho o faz tropeçar. Em questões de segundos, sem pensar, Henry a agarra nos braços e tira ela do caminho. A carroça só segue o seu rumo. As pessoas que ali estão presentes ficam felizes por não ter ocorrido uma tragédia e aplaudem os forasteiros.

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⏰ Última atualização: Dec 10, 2023 ⏰

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