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- Tome cuidado, querida. - A mais velha diz enquanto dá vários beijos na testa da mais nova.
Minha mãe estava pronta para embarcar em uma viagem de trabalho, mas como toda mãe ela vai sentir falta da única filha, mesmo sendo uma adulta minha mãe contratou um cuidador para passar esse mês comigo, e ela fez questão de procurar até o fim do mundo por alguém que saiba lutar para me defender de qualquer coisa.
- Mãe! Eu já sou uma adulta! - Você reclama.
- Mas para mim continua sendo uma bebê! Escuta, o cuidador já deve estar em casa quando chegar lá ofereça algo para ele beber e apresente a casa!
- Tudo bem, boa viagem, mãe! - Me despeço com um abraço e aguardo pacientemente até a mais velha embarcar no avião e logo caminho em direção ao carro onde um motorista me aguardava.
A viagem não foi muito longa pelos atalhos que o motorista costumava pegar, eu não tenho muito costume em conseguir manter uma conversa com qualquer ser talvez pela minha deficiência mas como todos os funcionários de minha mãe já sabem sobre isso eles também evitam começar um diálogo.
- Uma boa tarde senhorita Park. - O homem dentro do carro se despede e eu apenas aceno logo caminhando pelo bagunçado caminho de pedras até a porta de minha casa.
Como todo os dias ao entrar em casa eu retiro meus sapatos e os deixo ao lado da porta principal, mas hoje foi diferente e de uma forma engraçado, ao lado de meus saltos desconfortáveis havia um par de All Star sujos e esfarrapados.
- Ah! Oi! Quis dizer... Bom dia, senhorita! - Um garoto mais alto de moletom e calça rasgada fala com uma voz falha, o possível dono do par de sapatos intrusos.
Eu nunca tinha chegado perto demais de um gato em minha vida para saber mesmo como um se parece mas aquele garoto tinhas definitivamente olhos de gato.
- Oi. Você é o cuidador?
- Sim! Prazer, Yang Jungwon! - Ele se curva de forma exagerada.
Yang Jungwon, um nome muito diferente, eu pensei nesse nome o resto daquela tarde, não só no nome desse garoto mas sim, ele. Seu jeito de andar era engraçado, mas fofo, sua voz também, rezei em minha mente para que ele não tenha me achado estranha mesmo sabendo sobre meu autismo.
Analisando cada detalhe dele me chegou a vontade de desenhar, algo que me lembrasse dele, é o que faço quando conheço alguém novo, dei início ao meu projeto me acomodando em meu quarto e procurando por materiais em minha mesa enquanto cada movimento meu era observado por esse garoto e quando o mesmo percebeu o que eu iria fazer duas palavras saíram de sua boca.
