29 3 1
                                    

Elizabeth Duarte

- O que fazem na rua a essa hora? - pergunto depois de um bom tempo só escutando Fernanda tagarelar.

- Eu tinha algumas coisas para resolver e Fernanda veio comigo. - Cadu fala simples sem querer continuar o assunto. Fernanda olha para trás me lançando um olhar acolhedor. Cadu não era de conversar mas esse deveria ser o seu jeito mesmo.

- Ai como eu estou animada pra morar com você! Ainda bem que já estamos chegando, irei te ajudar a arrumar as suas coisas. - Fala Fernanda realmente animada. Esse era o nosso sonho desde pequenas, Fernanda afirmava que quando ficaríamos mais velhas, nos iríamos morar juntas. Nem acredito que ta realmente acontecendo!

- Isso se terror deixar. - fala Cadu.

- Mas é claro que vai! Ela está vindo para morar comigo, não é como se ela fosse uma simples pessoas que não conhece ninguém do morro.

- Terror? Porque o chamam assim? - Não sei quem ele é, mas eu tenho certeza que ele não deve ser uma pessoa muito agradável.

- Quando chegarmos em casa, eu te explico, está bem?!

- Ok. - É a última coisa que eu digo antes de finalmente pararmos o carro.

Olho em volta e me deparo com dois bruta montes parados em frente a entrada para o morro. Os dois seguram duas grandes armas em frente aos seus corpos e eles não têm uma cara muito boa.

Cadu abaixa o vidro do motorista enquanto um dos caras vem até o veículo. Ele se abaixa para olhar bem para as pessoas que estavam no veículo, mas os seus olhos não encontraram os meus. Como estou bem atrás do banco do motorista, ele acabou não me vendo.

Cadu voltou a dirigir e eu não soltei mais nenhuma palavra, estou assustada e confusa demais para isso! E cada vez que avançamos mais, mais assustada eu fico. Tem diversos homens carregando aquela grande armas nos ombros, mesmo sendo altas horas da madrugada.

- Chegamos! - Informa Fernanda depois de pararmos o carro em frente uma casa. A casa é uma graça, tem algumas plantinhas no lado de fora deixando o local adorável.

Nanda me ajuda a carregar minhas coisas para dentro de casa e logo em seguida me guia até o quarto onde irei ficar. O quarto é de um tamanho médio, tem as paredes na cor branca assim como o resto da casa, uma cama de solteiro e um pequeno guarda roupa de madeira bruta sendo grande o suficiente para caber minhas coisas.

- Obrigada Nanda, eu não sei o que faria sem você!

- Que isso mulher, eu sei que você faria ainda mais por mim! Mas agora vai se lavar e dormir porque "amanhã" é outro dia e eu quero me divertir muito com você, finalmente matar a saudade. - Ela fala me abraçando e logo saindo do quarto.

- A porta ao lado é o banheiro, e tem toalha limpa e escova de dentes novas! - Grita descendo as escadas. Meu Deus, como eu sentir falta dessa menina!

...

- BOM DIA PROSTI!!! - Grita Nanda enquanto se joga em cima de mim.

- Meu Deus Fernanda! - a empurro, mas sou surpreendida com meu corpo se chocando ao chão. - Ai! - Choramingo colocando minha mão em minhas costas.

- Ops, desculpa!

Fernanda me ajuda a levantar me mandando tomar banho para começarmos o dia bem! Faço a minha higiene matinal, penteio os cabelos e volto ao quarto. Coloco minha mala em cima da cama e a abro a procura de uma roupa confortável e fresquinha para um dia quente, decidi optar por um vestidinho branco que vai até a altura do joelho, ele é rodado com o tecido bem levinho, perfeito para um dia de calor como este!

Desço as escadas a procura de Fernanda, logo vejo ela arrumando a mesa do café da manhã.

- Hum, que cheiro bom! Foi você quem fez? - pergunto me sentando a mesa.

- Não! Eu comprei tudo na padaria, você sabe que cozinhar não é meu forte.

Dou uma pequena gargalhada sincera. Eu realmente sabia que ela não era muito boa na cozinha, mas esperava que ela tivesse melhorado!

Uma vez, Fernanda decidiu fazer um miojo para minha mãe e eu, meu pai não estava em casa então Nanda decidiu conzinha lá em casa mesmo. Ela começou a fazer o bendito miojo, colocou manteiga, o pozinho do miojo, cheiro verde e pimenta. Não tinha como dar errado, o miojo ficaria maravilhoso... A não ser, que Fernanda abrisse todos os pacotes de miojo para pegar o pacotinho de tempero e tacasse em somente dois miojos, e no final ela virou todo o vidro de pimenta no miojo o deixando com uma cor avermelhada. O miojo ficou tão picante e tão salgado que não conseguimos respirar o ar do miojo que ardia as narinas.

Sem contar as outras invenções que deram errado, como: bolo, mouse, torta, arroz, ovo, salada, brócolis e diversos outros tipos de alimentos que deram totalmente errado.

Começo a me servir, pego um misto quente e um copo de leite com nescau. Como com calma aproveitando a comida e a paz que eu estava sentindo, acho que nunca senti isso antes!

Eu estou bem chateada com a morte da minha mãe, estou muito triste de verdade mas, eu não vou me permitir cair em depressão, não agora que estou finalmente livre e eu sei que ela está num lugar muito melhor que ao lado de meu pai!

Depois de terminar de comer, me volto para Nanda que ainda comia. Eu estou seriamente preocupada com aquele homens armados, quero saber onde eu estou me metendo.

- Aonde estou, Nanda?

- Na minha casa, no morro da maré! - ela diz dando mais uma mordida no seu pão.

- Quem são aqueles homens Fernanda? Por que andam armados livremente?

- São vapores! Alguns traficantes do morro. - Ela fala tranquilamente. - Ó, eu vou te ensinar tudo com o tempo, ta bom?! Mas não se preocupe, eles não irão te machucar, você não fez nada á eles para isso!

Não me sinto muito confortável com homens armados andando por aí, mas eu não tenho escolha!

- Pronta? Hoje iremos fazer muitas coisas, te mostrarei o morro aonde irá morar agora. Vamos matar a saudade com bastante tempo de qualidade. -Fala Fernanda se levantando da mesa extremamente animada.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Dec 17, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Sweet Poison (EM BREVE) Onde histórias criam vida. Descubra agora