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Naquela festa tão vermelha e colorida eu te observo bem longe, alguns bons metros de distância, sem ser visto por ti. É impossível não reconhecer o olhar que você dá para seus amigos que eu sei que você passa tanto tempo junto, já que esse olhar foi tantas vezes direcionados a mim. Mas agora você está lá dançando sem perceber meu olhar em ti, mas era bem melhor assim. Você sem olhar pra mim.

Eu te observo de longe enquanto você dançava de maneira lenta, sem medo de ser julgado, eu sabia que você estava solto e alheio ao resto do mundo, olhando para alguém com aquela sua carinha de pilantra.

Eu pude ver que você não estava bêbado, pois desde o início daquela festa tão entediante não tirei meus olhos de você por um segundo, você bebeu muito pouco. Nós nos odiamos, mas isso não me impede de te observar de longe e lembrar o quão lindo tu és solto desse jeito.

Eu percebi que aquela cena era quase como em um de meus sonhos contigo, um grande medo de te encontrar, beber muito e me esquecer do motivo de nosso término tão repentino. Na verdade, porque tivemos um fim mesmo?

Diferente dos meus sonhos, você não chorava assim que me olhasse nos olhos, muito menos vira de costas e se agacha no chão, bem pelo contrário. Quando você percebeu o meu olhar sobre ti, você estava descendo ao chão no ritmo da música que tocava no momento, essa que eu não tinha a mínima ideia qual era, pois a única coisa que prestava atenção era em como você levantava com um belo sorriso em minha direção.

Não sabia o que aconteceria se eu chegasse perto de você nesse momento, não iria me conter, iria fazer com você muito melhor do que você fez comigo na época de namoro.

Mas afinal, se eu te odeio não quer dizer que não posso mais beijar tua boca.

Se você vier até mim, estava claro que eu iria ficar com você, mas não esqueço mesmo com a bebida que se eu ficar com você, me lembrar do sabor dos teus lábios, de sentir o teu toque, aquilo iria terminar em briga.

Quando você chegou até mim minha mente parou de funcionar por segundos, até você me chamar por aquele apelido de merda.

—Olá, mascarado.

Aquela porra daquele apelido que você me deu no dia em que nos conhecemos. Na festa de halloween que algum de nossos amigos em comum organizou e eu havia ido com uma máscara de samurai preta e vermelha.

—Não me chama de mascarado.

Você insistiu em me chamar assim por todo o nosso relacionamento, e aparentemente até após o final dele, mas a parte ruim é como você sabe o nível que esse apelido mexe comigo e meu corpo, eu já havia revelado a ti que a cada vez que era chamado assim, eu sentia uma vontade de te dominar tão grande, e você passou a me chamar de "mascarado" cada vez mais.

—Então, Joe—O nome sai de forma provocativa de sua boca, demonstrando cada vez mais quando senti suas mãos geladas em volta do meu pescoço.—Ainda estou decidindo um pequeno conflito interno.

E foi aí que compreendi. Nosso pequeno jogo em algumas noites.

—Sei bem que conflito, Cesar-kun, também me encontro nesse estado.—Agora minha vez de colocar as mãos em volta do seu pescoço.—Você está decidindo de me beija ou se me mata.

—Se eu te mato.

Não pude deixar de notar que mesmo me cortando em meio a frase, falamos juntos às últimas palavras, agora nos encaramos profundamente, sem conseguir desviar a atenção do olhar um do outro.

Você tem os olhos lindos, escuros mas ao mesmo tempo brilhantes, e nesse momento eles brilham em vermelho vibrante, graças as luzes do local da festa.

Repito, mas agora sabendo a resposta, você já sabe o que aconteceu quando eu te encontrei nessa festa, e nós dois sabemos que foi bem melhor do que deixamos um ao outro quando estávamos sozinhos.

Trancando a porta da minha casa, vou indo me sentar no espaçoso sofá da sala, encarando você de costas pra mim enquanto guarda as chaves no mesmo local que você já sabia a anos.

—Vem, senta em mim.

Pedido realizado. Segundos se passam e você aperta meus ombros enquanto estamos num beijo lotado de desejo e luxúria, guardamos tudo isso por tanto tempo assim?

Me deito no sofá esperando você fazer o mesmo, até me lembrar do nosso jogo.

—Deita em mim.

E você obedeceu de bom grado.

Ao terminar, nossos corpos suados e grudados, e mesmo com o calor, nós não nos importamos.

—E se perguntarem porque você e eu fomos embora da festa juntos?—Pude te ver perguntando com uma pequena preocupação no tom de voz.

—Você finge que estava louco. Mente pra mim se pedirem pra eu falar com você, foge de mim se meus amigos me empurrarem até você. Só me jura que você não conta.

—Eu juro.

—Nós vamos continuar com esse nosso jeito de que nos odiamos, mas você sabe, não é porque visivelmente eu te odeio que não posso mais beijar tua boca, né?

—Claro.—Você lança um sorriso de lado e começa mais um beijo em cima de mim.—Amor, mascarado, você sabe que nada nesse mundo, vale mais do que a minha sentada, não é? Então quero deixar claro que ela só pertence a você, e mais ninguém.

—Eu sei e sempre soube, então Cesar-kun, meu amor, você sabe que eu sempre tive o meu jeito de te amar, mas deixa de ser tão chato amor, eu literalmente grito na sua frente todos os dias, 'pra você voltar pra mim.

pilantra. joesarOnde histórias criam vida. Descubra agora