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O que acontece quando, por um acaso, descuido ou imprudência, meu peito se esquece de separar amizade de desejo? E cá estamos nós, usando termos matemáticos no título dessa poesia inacabada.

'Cê chegou de manso.
Teu riso era uma raridade extrema, quase tão épico quanto a descoberta de um novo fóssil.
Queria te cantar aquela de Os Cabides:
"Você passou olhando para mim, com cheiro de morango..."
Mas para falar a verdade, você tem cheiro de flores, não daquelas que se misturam com o aroma do mato. Flores. Fortes e intensas.
Tu se porta feito um camaleão. Não sei se para se proteger, se para se esconder, ou um cadinho dos dois.
Tu se traja de coragem quase todas as manhãs.
Nunca te contaram o quão transparente 'cê é, né?
Deixa eu falar do teu toque bonançoso e atrapalhado que me desmonta involuntariamente. Repito: involuntariamente.
Você corre de olhos fechados quando ninguém está vendo.
Você dança de um jeito tão teu, que na falta de um neologismo e no receio de cair no uso banal de "esquisito", teu corpo em movimento é estrambótico.
Adoro e me irrito com o fato de tu ser uma enciclopédia ambulante.
Da tua personalidade se misturar com a de grandes gênios e grandes idiotas.
Sei que odeio o fato de tu não saber o que eu sei.

Para você que vê o Sol na Lua: qualquer imensidão te parece pouco ou quase nada.

O Primeiro Amor Sempre Tem A Intensidade De Um Filme ÉpicoOnde histórias criam vida. Descubra agora