capítulo único.

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Tweek estava com seus amigos comendo no refeitório da escola.

Eles estavam conversando sobre seus programas de TV favoritos, falavam mal do grupinho de amigos de Stan Marsh e saboreavam a comida. Todos estavam bem, todos menos Tweek, que estava atormentando por paranóias e inseguranças.

Ele estava certo que de que estava vendo pessoas, mas não pessoas comuns, pessoas diferentes... Não humanas.

"Como uma pessoa pode parecer não humana!?" Seus amigos exclamavam quando Tweek compartilhava seus relatos. Seu namorado Craig, dizia sempre que era apenas a ansiedade de Tweek dando conta de seus pensamentos mas... Tudo era tão, mais tão real, como poderiam ser só alucinações?

Ele come seu sanduíche devagar como se alguma coisa estivesse prestes a atacar a qualquer momento. Pensando se realmente tudo era fruto de sua imaginação perturbada ou era uma ameaça real.

O loiro olha rápido para o canto e vê mais uma vez um daqueles seres estranhos. Dessa vez uma menina, cabelos lisos curtos normais, roupas normais, rosto completamente anormal. Os olhos eram inteiramente pretos e seu sorriso era capaz de dar medo em qualquer um.

O coração de Tweek começa a acelerar e o menino começa a tremer, que ser era aquele? Como veio parar aqui do nada?!

- Gente! Ali! - ele aponta para o canto do refeitório, que seria aonde a menina deveria estar, mas ela sumiu.

- De novo com isso, Tweek? - Tolkien reclama.

- Cê tá vendo muito "The Mandela Catalogue", hein - Clyde diz e dá uma risada. - Só se lembra de que se você ver alguém igual a você, corre e se esconde, hahaha!

Tweek faz uma expressão irritada. Ninguém nunca acreditava nele, como se só o garoto conseguisse ver aquelas criaturas.

- Tweek, você tem que relaxar! Isso é só sua imaginação. Você não pode achar que essas alucinações são reais. - Craig diz com calma. Ele já havia se acostumado com o jeito ansioso do namorado, então ele já sabia como lidar em uma situação dessas.

- Mas... Eu vi...

- V-você não vai c-conseguir trollar ninguém, T-Tweek, eu f-faço esse papel. - Jimmy diz.

- Eu não quero trollar ninguém.

- Verdade, o Tweek não quer, ele não controla a mente dele, ele não sabe quando essas alucinações vão aparecer. - Craig defende Tweek, que só sorri tristemente.

Na aula, todos estão (fingindo) prestar atenção. Tweek continua perplexo por tudo que viu. Ele olha para a janela, um dia nevoso muito bonito, como em qualquer outro dia em South Park. Neve no chão, nos telhados, nas árvores... Espera, oque é aquilo atrás daquela árvore...?

Um rosto macabro está escondido atrás de um pinheiro. Um rosto sorridente demais com os olhos vidrados em Tweek. Ele sente de novo todo o medo, angústia e horror que sentia quando via esses rostos. Quando isso pararia? Um dia pararia? Porque eles não deixavam o pobre garoto em paz?!

Ele volta a olhar para o professor mas, cadê o professor? A sala de aula... Os alunos... Tudo está apenas vazio. Completamente vazio, a não ser pelos olhos brancos no fundo da escuridão. Oque era aquilo? A coisa se aproximava cada vez mais de Tweek, que aos poucos conseguia ver sua face mais claramente. Um ser com um sorriso bizarro, olhos muito arregalados, pupilas extremamente dilatadas e uma aparência tão... Humana mas tão anormal...

- Tweek! Tweek! Você tá bem?! - ele ouve Craig chamar.

- Oque? - Tweek diz levantando a cabeça. Ele vê Craig, Jimmy, Clyde e Tolkien com expressões preocupadas no rosto.

- Cara, você dormiu a aula toda! - Tolkien diz. Então, tudo aqui foi um pesadelo... Ufa.

- Desculpa, eu tava muito cansando. A aula já acabou né?

- Já. Inclusive, já vou, tchau galera! - Clyde se despede do grupo.

Quando Tweek chega em casa, ele fica sozinho. Sua mãe e seu pai estavam trabalhando. Tweek não gostava da presença dos pais, mas neste momento, queria ter alguém. Se fosse para se sentir observado, seria melhor se ele soubesse quem estava o observando - ele mau sabia que iria descobrir logo logo...

O menino decidiu que iria tomar um banho para relaxar, mas quando chegou ao banheiro, percebeu que esqueceu sua toalha. Quando saiu do banheiro para buscá-la... Oque é aquilo no fundo do corredor?

Tweek vê... Tweek! Tweek está vendo uma versão de si mesmo porém muito mais pálida, com sobrancelhas quase inexistentes, pupilas muito dilatadas, orifícios escuros, afeições acentuadas e um sorriso muito largo e sombrio, o mais estranho é que a criatura parecia deformada... suas pernas e braços eram muito grandes para uma criança. Aquele não era de forma alguma Tweek Tweak.

O garoto grita de dessespero e tenta correr, mas na mesma hora a criatura correu como um animal faminto em direção a ele. O ser conseguiu morder a perna de Tweek, seus dentes afiados perfuraram a carne de sua perna, que foi arrancada brutalmente. O loiro cai no chão e a última coisa que o pobre menino viu na vida foi o ensanguentado sorriso medonho da criatura, que em seguida arrancou seu rosto por meio de uma mordida.

No enterro de Tweek, conhecidos, amigos, familiares e seu namorado choravam. A polícia não havia identificado como o garoto havia morrido, os pais de Tweek apenas viram uma cena horrível, seu filho jogado no chão sem vida, com o rosto desfigurado e sua perna arrancada de seu corpo com uma poça muito grande de sangue.

Craig foi o último a sair do enterro. Ele havia perdido seu amado, o garoto que mais amava nesse mundo. O amor deles era verdadeiro, puro... O moreno iria sentir saudades.

Quando Craig levanta a cabeça, ele sente algo estranho... Como se tivesse alguma coisa atrás dele. Ele se vira e então vê, uma versão pálida, sorridente, e nada humana de si mesmo.

Paranóia. | Tweek TweakOnde histórias criam vida. Descubra agora