Quando entro na biblioteca, o ar é umido e silencioso, caminho até as estantes procurando qualquer livro que possa me distrair, meu coração afundava quando me lembrava do cheiro da minha mãe, os conselhos, o sorriso, a risada..
Escolho qualquer livro que estava ali e sento em um dos sofás verde-água confortáveis e começo a ler a primeira página, não queria voltar aos pensamentos de quando minha mãe estava morta, minha ficha ainda não caiu, eu queria estar no lugar dela se eu pudesse ter a oportunidade de estar em seu lugar e deixá-la viver pelo menos mais alguns anos, Eu não hesitaria.
Mesmo que eu esteja me segurando para não chorar, as lágrimas quentes e grossas descem dos meus olhos, meu peito treme e minha mão também, tento me esconder ao máximo das pessoas que passavam para que não vessem eu chorando, porra que dia difícil.
Enxugo as lágrimas e fecho o livro olhando para um ponto fixo, de repente sinto algo apertar em meu braço, Como se fosse um toque me apertando com força suficiente para criar uma marca, franzo o cenho e olho em volta, não tinha porra nenhuma ali, não tinha ninguém.
Sinto-me medrosa, o ar já não estava o mesmo, estava pesado e tinha um cheiro horrível de cigarro ou algo assim, eu levanto do sofá rapidamente e guardo o livro entediante numa estante aleatória saindo dali imediatamente.
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Entro na aula de matemática onde eu odiava o professor e a matéria, sento-me nas cadeiras do fundo para que ninguém conversasse comigo, olho para as pessoas da sala de aula e faço careta para um casal nojento quase se engolindo, eu desvio o olhar com nojo, por que essas coisas acontecem logo comigo?
O professor chega a sala de aula, ele é alto e bem musculoso, tatuado do pescoço até os braços sem mostrar um resquício de pele,ele entrou sem olhar para ninguém e já começou a escrever os cálculos na lousa, eu o observo com curiosidade, já que nunca vi ele na escola, Mas fico feliz que não é mais o mesmo professor de antes.
Ele olha para todo mundo lentamente como se estivesse conhecendo os pecados de todos ali, até que ele para em mim, ele tem um olhar penetrante e sedutor, os olhos são tão azuis que são quase transparentes, ele é surreal.
Continuo olhando e observando-o, eu percebi um sorriso diabólico bem pequeno se formar em seus lábios mas logo disfarçou, quem é esse cara? Por que ele é tão atraente?
Desvio o olhar rapidamente me sentindo nervosa pelo seu olhar, ele voltou a escrever os cálculos novamente em silêncio.
No final da aula, peguei meu material e saí o mais rápido possível dali, até que sinto um aperto em meu braço, uma mão muito forte para ser de uma garota ou até mesmo um humano.
Virei-me lentamente olhando o nos olhos,o professor,ele me encara como se eu fosse uma presa muito valiosa.
- me solta!- digo num tom assustado, Ele me deu uma risadinha e se aproximou.
-a princesa está com medo? Devo tirar esse medo de você?- ele diz maliciosamente que cara ridículo
Eu o empurro no peitoral e aponto o dedo na cara dele.
- Eu não te conheço pra você ficar se aproximando de mim assim, se afasta ou irei chamar os seguranças.
Ele fez um sinal de rendição fazendo beicinho.
- awww..tem alguém aqui que quer bancar a durona..vamos princesa, admite que está loucamente assustada.- ele diz sorrindo de lado.
Antes que eu possa dar uma resposta inteligente a ele, ele se inclina para perto de mim sentindo o hálito frio que vinha dele, seu ar era diferente,me fez ter uma onda de arrepios por todo meu corpo
Se concentre.
- primeiro, você é meu professor e é novo aqui, você acha mesmo que algumas das garotas daqui vai cair nesse seu papinho de pedofilio? Você é nojento.- digo fazendo careta olhando na direção dele.
- Eu não sou pedofilio.- ele diz frio.
Reviro os olhos, porra que tédio desse cara.
- acredite no que quiser, mas ninguém te quer, muito menos eu.
Dou as costas para ele mas ele não faz nada, apenas me observa com fogo nos olhos, eu podia sentir isso.
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Chegando em casa,