Amarelo

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O Sol poente me lembrava o seu cabelo, um amarelo lindo.

A posição do astro rei mostrava que em uma hora ele logo se poria, chegaria a noite, pouco depois disso chegaríamos em nosso lar, ou o que devia ser.

Lhe juro que tentei amar Konoha como minha própria pátria mãe, tentei a ver como minha casa, como meu lar, meus vizinhos e amigos, mas não consegui, as pessoas não gostavam muito de mim por ser nascida de fora, era a habitação que me pertencia, um prédio que era meu e tinha coisas minhas, estranhos que moravam perto e lugar que alguns poucos dos meus amigos moravam.

Você parecia amar esse lugar, parecia querer cuidar e melhorar ele, você era bondoso mesmo.

Eu não diria jamais que amava esse lugar, jamais poderia amar um lugar que me desprezava e me odiava, nunca daria minha vida por pessoas que me detestam tanto quanto as detesto.

Mas você parecia ser empático por ver o que elas erravam sem ver, como se os erros que cometessem fossem de ser tão ignorantes que não fossem culpados por sua burrice, os perdoava por isso.

Eu não era boa assim para ser piedosa e benevolente como você, até cheguei a ter raiva de você uma época por não te entender, hoje vejo que você é apenas bom demais para as pessoas.

- Nós chegaremos logo, quer descansar um pouco? Estamos correndo a umas quatro horas sem parar. - Você parecia olhar para mim, seu olhar não para o lado, mas para baixo por eu correr de quatro, somente assim para lhe acompanhar, não sabe o quanto sou grata por não me estranhar por isso.

- Quero, isso atrasa eu ter de estar lá de novo. - Falei de forma dramática, mas você sabia que era verdade, eu sempre estava saindo da aldeia, não gostava de ficar muito por lá, conversamos sobre isso várias vezes e a última não faz nem dois dias.

Para minha surpresa ao parar você começou a preparar uma fogueira, em seu meio sorriso gentil eu percebi que queria que passassemos a noite ali, mesmo que o portão de seu lar estivesse a menos de três horas de uma corrida confortável de onde estávamos.

Eu peguei um coelho para nós, você preparou um canto para descansarmos, sem o sinal de chuva não precisávamos de barracas e dormiriamos sob o céu estrelado, você devia gostar disso tanto quanto eu gostava. Limpei o coelho e você o cozinhou, estava muito bom como te elogiei.

Nossa missão tinha sido um sucesso, estávamos três dias a frente do previsto pela nossa excelência. Éramos dois bons guerreiros e trabalhávamos bem juntos.

- O céu está lindo. - Talvez tenha sido um pensamento seu que acabou vindo em voz alta, você era meio quieto, mas era um ótimo ouvinte para minhas tagarelices.

- Ele está vermelho quase que sangrento. - Digo olhando para perto do Sol.

- É o tom do seu cabelo. - Eu corei quando vi seu olhar, eu costumava só ter uma boa percepção para batalhas, mas consegui ver seu elogio, a dica foi suas bochechas coradas pela vergonha.

- Gosto de saber que gosta dele. - Peguei uma mexa e rodei o dedo fazendo um cacho.

O silêncio veio, era confortável, ficamos vendo o amarelo vibrante do Sol e o vermelho do céu começarem a se juntar em um futuro laranja. - Gosto de muitas coisas em você. - Você focou seu rosto no horizonte, achei difícil identificar até onde você estava vermelho.

- Eu também gosto de muitas coisas em você. - Ri ao te ver vacilar, seu olhar para mim parecia acovardado e envergonhado, sempre que me olhava assim estávamos um com o outro em momentos espontâneos.

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⏰ Última atualização: Jun 22 ⏰

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