PRÓLOGO

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North

Ondas negras de fumaça se contorcem ao redor do corpo deBassinger enquanto ele luta contra meus pesadelos, osmembros desencarnados arranhando sua pele enquanto eu osimpeço de consumi-lo inteiramente. 

Ele é um pé no saco e não tenho tempo para acalmá-loagora, porque nem mesmo o sobrinho de Athena Bassingerpode me distrair da fodida incompetência e má administraçãoque aconteceu no campus da faculdade esta manhã.

Depois de limparmos os prédios da frente, estávamostrabalhando no pátio quando Gryphon recebeu um telefonemade Black para dizer que Oleander tinha sido levada. Foi sóquando alcançamos Gabe e Bassinger que descobrimos que elaos havia deixado para trás no momento em que eles viraram ascostas para ela. 

Uma vez correndo, sempre correndo.

"Ela é a porra do meu Bond, você não pode me impedir deir até ela," Bassinger rosna, e eu tenho que forçar meus olhos anão rolarem para ele. É a mesma besteira que ele cuspiu emmim desde o momento em que tive que desabilitá-lo quando osoutros partiram.

Eu cheguei muito tarde para parar Gabe e se o merdinhase machucar, eu o terei gritando de terror pelo resto de suavida natural por correr atrás dela. Se ela fosse um Bondnormal, alguém que realmente se importasse com qualquer umde nós, então eu seria mais indulgente, mas ela provou o quãopouco pensa em nós há muito tempo. Há muitos nomes pelosquais fui chamado em minha vida, mas um idiota cego não éum deles. 

Eu puxo minha gravata do meu pescoço e deixo a seda sedesfazer lentamente. "Você nunca foi ensinado a compartilhar,foi? Sua 'síndrome do filho único' está aparecendo. Ela é nossoBond e fugiu aos primeiros sinais de caos, exatamente comotodos nós sabíamos que ela faria. Você já viu através de suapequena farsa? Ou você ainda está tão apaixonado pelasensação de seu vínculo que não consegue pensar além do seupau?"

As tatuagens em seu pescoço se destacam enquanto ele seesforça contra a fumaça novamente em uma tentativa inútil dese libertar e, muito provavelmente, arrancar meus dentes dafrente. Estamos trancados em meu escritório, esperando o sinalde Gryphon e Nox para uma evacuação, e sem testemunhaspor perto, estou confortável o suficiente para sorrir para ele emuma exibição animalesca de dentes. Nenhuma parte de mimagora é o Conselheiro sofisticado. Não, eu não sou nada alémdo monstro.

O próximo homem Draven em uma longa linha de homensamaldiçoados, sem nunca conhecer paz ou conforto.

Observo enquanto os lábios de Bassinger se curvam paramim, sem medo nele, o que significa que ele não tem ideia doque sou capaz ou que pensa que pode me enfrentar. Dequalquer forma, ele é estúpido e imprudente, outradesvantagem em nosso grupo de Bonds. 

Oleander já é ruim o suficiente.

Somos interrompidos por uma batida na porta, um somhesitante que é fácil distinguir como minha assistente em umestado de pânico total com tudo o que aconteceu nas últimasquatro horas. Eu deixo a máscara calma e segura seestabelecer de volta em minhas feições, as medidas que souforçado a tomar para habitar este mundo sem ser caçadodurante a noite.

Mal sabem todos que fico mais confortável no escuro.

"Entre." 

Penelope parece apavorada ao entrar, respirando fundo aose aproximar de mim. Cada centímetro de seu corpo estátremendo enquanto ela limpa a garganta duas vezes antes depoder falar. "O Time Tático Delta passou por todos os alunosque estavam no campus durante o ataque. Temos quarenta edois feridos, mas felizmente nenhuma morte a relatar ainda." 

Seus olhos voam para onde Atlas está sendo contido e apouca cor que seu rosto estava desesperadamente segurandodesaparece até que ela tenha a sombra de um pó fresco deneve. Dou meio passo na frente dele e lanço-lhe um sorrisotranquilizador. "Sr. Bassinger não está pensandoracionalmente. Fui forçado a tomar medidas extremas paramantê-lo aqui, mas fique tranquila, ele está seguro e ileso."

Ela engole novamente e seus olhos voltam para os meusenquanto seu queixo balança um pouco. Ela é nova por aqui,filha de uma das famílias mais ricas, e está farejando atrás demim como se achasse que dormir com o chefe fosse a melhormaneira de conseguir uma viagem confortável e um saláriofácil.

Já passei por dezenas de assistentes com a mesma atitude,mas nenhuma delas consegue superar esse momento, omomento em que a cortina é puxada e não há como se enganarexatamente com o que sou.

Ela limpa a garganta novamente e estende uma folha depapel para mim, com a mão um pouco trêmula. "Também hárelatos de que a Srta. Fallows foi atrás de sua amiga, SageBenson. Ela não tentou correr, apesar da... especulaçãoanterior. Falamos com Gracie Davenport e ela foi inflexível quea Srta. Fallows foi atrás de sua amiga. Achei que você gostariade saber esta informação."

Acho isso muito difícil de acreditar.

Meu peito ainda está apertado, minha mandíbula doendocom a força que estou rangendo os dentes, e quando elavisivelmente engole olhando para mim, não consigo reunirenergia para acalmá-la. Ela se desculpa e praticamente saicorrendo da sala, tropeçando na porta.

Bassinger espera até que ela feche atrás dela antes deexplodir: "Está vendo? A odeie o quanto quiser, mas você estáerrado. Ela não está fugindo de seus Bonds. Ela não estáfugindo de mim."

Meu telefone começa a zumbir no bolso e, quando o pego,encontro o nome de Gryphon piscando para mim, ascoordenadas do GPS e uma única linha para me dizer que eleestá com Oleander e Gabe seguros.

"Continue pensando isso, Bassinger, e ela o levará diretopara o inferno." 

Savage Bonds - J. BREEOnde histórias criam vida. Descubra agora