Sangue Dourado | Ver. Port.

Prólogo

À medida que o sol despontava no horizonte, seus raios penetravam através das cortinas, banhando o quarto em uma luminosidade suave que encontrava o rosto sereno do imperador, ainda adormecido. Com um resmungo, Nikolai, de olhos cerrados, virou-se, evitando a luz que irritantemente invadia o aposento. Enlaçando o braço na cintura de Damian Hernandez Romanov, seu esposo, o omega soltou um suspiro, acolhendo o toque quente e reconfortante.

Ao sentir os lábios do imperador traçando uma trilha de beijos desde o ombro até o pescoço e nuca, Damian se encolheu para mais perto, como se buscasse abrigo na proximidade do corpo de seu amado. Nikolai, em resposta, ronronou suavemente, dando eco à ternura do momento. O calor daquelas carícias matinais impregnou o ambiente, criando um refúgio íntimo para o casal.

A luz solar, agora gentilmente filtrada pela cortina, proporcionava uma aura dourada ao redor dos dois corpos entrelaçados. O rosto de Damian relaxou, vencido pela carícia amorosa, enquanto o sol continuava sua jornada diurna, testemunhando os primeiros momentos de despertar da realeza. O quarto, preenchido com a calma do início do dia, era palco do afeto silencioso que unia o imperador ao seu esposo.

- Bom dia, meu amor - sussurrou Nikolai rouco, seu sotaque mais pronunciado que o normal, enviando arrepios pela espinha de Damian.

- Bom dia... - sorriu sonolento - meu rei.

Damian reposicionou-se na cama, voltando-se para encarar o marido, e envolveu os ombros de Nikolai com seus braços. O ômega fechou os olhos, entregando-se à sensação reconfortante do corpo quente de seu marido tão próximo ao seu. Em breves minutos, precisariam ceder ao chamado de suas obrigações diárias, mas naquele momento, o casal desfrutava de preciosos instantes juntos, compartilhando a intimidade matinal sob os raios dourados que invadiam o quarto.

Como imperador, Nikolai era incumbido de participar regularmente de reuniões com seus conselheiros e ministros, deliberações que moldariam os rumos de seu reinado. Há cinco anos, antes de seu encontro com Damian, tais encontros eram por ele percebidos como monótonos, não obstante, não dispunha de opções mais atrativas em sua rotina diária. Contudo, desde o advento de seu relacionamento com Damian, esse cenário alterou-se significativamente. Agora, quando uma reunião era agendada, Nikolai ansiava pelo seu término, ansioso por buscar o aconchego dos braços de seu afetuoso esposo.

- Levantemo-nos, antes que Ivanov venha nos convocar para o café da manhã - Damian sugeriu, contudo, permaneceu inerte, apertando com maior firmeza os braços nos ombros do alfa.

- Apenas mais dez minutos, você está tão cheiroso - esfregou o nariz na pele macia do pescoço de Damian, arrancando risadas do mesmo.

- Querido, tens um reino a governar, e e se uma guerra eclodir enquanto permaneces deitado por esses dez minutos? - encarou o rei e arqueou a sobrancelha.

- Nada ocorrerá, descansa, minha imperatriz - fechou os olhos. - Deixemos para descansar mais um pouco e, após, visitaremos Yelena. Sinto saudades dela. - murmurou sonolento.

- Observamos-na ontem à noite, enquanto contávamos a ela uma história para fazê-la dormir. - riu suavemente.

- Mas isso foi há tantas horas... - fez um beicinho.

- Que dramático você é, meu rei. Tão dramático e manhoso.

- Você também cai na mesma armadilha por causa dela. - cutucou a cintura do ômega, provocando risos no mais novo.

- Não consigo resistir ao charme dela, mas você é ainda pior.

- Eu também não resisto. Somos fracos.

- Extremamente fracos...

Nikolai exalou suavemente no pescoço de Damian, que sorriu encantado. O imperador se afastou do corpo de seu marido com relutância, sentando-se na cama. Sua bochecha estava amassada de um lado pelo travesseiro, e seus cachos loiros dourados estavam desalinhados. Nikolai esfregou as mãos no rosto e bocejou.