cap 1

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Já havia amanhecido, o dia parecia mais calmo depois de uma noite tempestuosa. Vemos uma linda menina, pele clara como a neve, cabelos loiros e olhos azuis como diamantes, ela esboçava um brilhante sorriso e andava rapidamente entre o campo de flores. Por um momento ela para sua caminhada e observa tudo ao seu entorno e finalmente fecha os olhos apreciando a calma brisa amanhecida.

O cheiro de chuva ainda estava presente assim como o cantar dos animais em sintonia. Ela se senta em seu balanço e sorri.

Alya.

Esse era seu nome.

Alya;

Acordei suando frio e me sentei na beira da cama velha de madeira, não é a primeira vez que tenho esse "sonho", ou melhor, essa lembrança.

Eu fui tirada da minha família aos 10 anos de idade, um grupo de homens invadiram meu quarto e me puxaram da cama onde acordei em desespero.Ainda me lembro dos gritos de meus pais e de como eu tentei lutar para que não me levassem. Me jogaram em uma carruagem onde em meio aos olhos marejados pude ver mais garotas, algumas em prantos, outras apenas aceitando o destino. Me sentei ao lado de uma linda menina ruiva, parecia ser mais velha, seus olhos estavam vermelhos e inchados, cansados de tanto chorar.

-Olá..- pude ouvir ela falando -Me chamo Erika-
Disse se apresentando com um leve sorriso empático.

-Oi..sou Alya- Disse depois de alguns segundos -Sabe para onde estão nos levando?- Falo de uma só vez e ela acena com a cabeça em negação.

Após um longo silêncio posso ouvir outra garota se manifestar, ela tinha longos cabelos pretos e olhos castanhos, ela era muito bonita, assim como Erika.

-Me chamo Nadia- Ela disse nos encarando, parecia a mais velha entre nós.- Tenho 14 anos, e vocês?- Pareceu quebrar o silêncio.

-Tenho 10 anos, vou fazer onze no início do outono- Disse dando um leve sorriso.

Olhei para Erika e ela pareceu hesitar
-Tenho 12 anos, prazer em conhecê-las- E novamente o silêncio passou a dominar.

Acabei dormindo durante o longo caminho,estava cansado de tando chorar, acordei com Nadia me acordando, parece que tínhamos chegado.

Algumas meninas ainda choravam, eu não conseguia derramar mais nenhuma lágrima.

Algum homem abriu a porta da carruagem bruscamente, deixando todas nos ainda mais assustadas.

-Calem a boca e não sofrerão tanto- Disse o homem com um sorriso diabólico estampado em seu rosto.

De repente todas se calaram. Ele fez um sinal para sairmos, houve resistência, mas no final acabamos todas saindo enfileiradas entrando em uma espécie de palácio.

Não olhei para nada nem ninguém por todo o percurso, fiquei com a cabeça baixa e encarando o chão até esbarrar em Erika, que estava na minha frente, e ela se assustar. Tínhamos chegado em uma sala enorme, detalhes em ouro por onde meus olhos passavam e joias por todo os lados. Uma mulher estava sentada no sofá, analisando cada uma de nós, como peças de roupa em uma vitrine de uma loja cara.

-Devem estar com muitas dúvidas, presumo eu- sua voz era áspera e cheia de ambições.- Não irei esclarecer nada para vocês, mais lembre-se que nunca mais sairão daqui, e a partir de hoje, irão servir ao meu senhor- Ela disse rispidamente.

𝐹𝑜𝓇𝑒𝓋𝑒𝓇Onde histórias criam vida. Descubra agora