Capítulo 6 - Confessionários

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Will acorda muito cedo e o dia só piora a partir daí.

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Will acordou com o telefone tocando e gemeu. Ele deu um tapinha na mesa de cabeceira até encontrá-la e piscou para a luz forte do telefone para descobrir quem ele mataria no minuto em que saísse daquela maldita ilha: era Jack.

"É melhor que alguém tenha morrido para você achar que tem um motivo para ligar a essa hora." Ele rosnou ao telefone.

Jack parecia perplexo. "É claro que alguém morreu, por que outro motivo eu ligaria para você?"

Will gemeu e esfregou os olhos cansados. Ele havia entrado direto nessa, não foi? "É bom ouvir o que você realmente pensa, Jack."

"Chega de bobagem, tenho três cadáveres mutilados aqui."

"E estou preso em uma ilha até deixar alguma porra de alfa entrar em mim." Will respondeu irritado. "Não tenho certeza de como devo ajudar com isso."

"Eu vi o que você pode fazer com algumas fotos." Jack apontou. "Vou mandar enviá-los hoje e você me diz o que consegue descobrir."

"Eu quero um cachorro."

"Com licença?"

Will deu um tapinha em Winston, que estava deitado ao lado dele na cama. O cachorro acordou com o toque alto e estava olhando para ele com olhos de adoração. "Se eu deveria resolver o seu crime para você novamente, quero que você consiga outro cachorro na ilha para mim."

"Há muita segurança." Jack protestou.

"Muita segurança para um cachorro, mas não o suficiente para pegar fotos de crimes?"

"Pessoas estão morrendo aqui, Graham."

"E só posso ter um cachorro." Will respondeu petulantemente. "Qual é a verdadeira tragédia aqui?"

Ele estava blefando completamente, se Jack de alguma forma entregasse as fotos a Will, ele faria o que pudesse para solucionar o crime e impedir que pessoas morressem. Mas se Jack também conseguisse outro cachorro para ele, isso também não faria mal, não é? Especialmente considerando que ele ligou para ele às quatro da manhã.

Como Will não adormeceu depois de sua dura chamada para acordar (literal e metaforicamente), ele se vestiu e saiu para passear com Winston. O cachorro adorava as ondas do mar que ele não tinha conseguido experimentar até que Will foi realocado e as gaivotas eram seu novo alvo favorito para perseguir. Will teve que admitir que ele próprio não se incomodava com o mar - se ao menos tivesse vindo aqui em circunstâncias mais felizes. Ele fechou os olhos e respirou fundo o ar salgado, tentando não pensar nos corpos ensanguentados que logo consumiriam seus pensamentos.

Pelo menos o dia dele não poderia ficar muito pior.

"O ar é muito mais fresco aqui, não é?"

Will pulou e se virou para ver o maldito Hannibal Lecter em seu maldito terno perfeito parado ao lado dele olhando para as ondas como se não fosse cedo o suficiente para que o sol mal tivesse nascido. O dia de Will tinha acabado de piorar.

"Juro por Deus, vou arrombar o seu armário e colocar um maldito sino em cada peça de roupa que você possui!" A paciência de Will já estava esgotada pela falta de sono.

O humor dançou nos olhos de Lecter. "Eu não sabia que você estava tão desesperado para ver minhas roupas íntimas."

Will revirou os olhos. "Só estou tentando descobrir o tamanho da vara que vocês, ricos, gostam de enfiar nos seus traseiros todos os dias."

Ilha do Acasalamento - Edição Vinhos FinosOnde histórias criam vida. Descubra agora