Mais próximas - 02

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Continuamos caminhando em direção à minha casa. Sinceramente, eu ainda não havia raciocinado muito bem sobre o que eu fiz. Há pouco tempo, eu tinha dito que não confio em ninguém e que ninguém nesta ilha confia em mim... e bem, agora a Tina está vindo para minha casa.

- Bagi, eu não tinha te visto aqui antes... você é nova na ilha? -  Ela disse, interrompendo meus pensamentos. Levei meus olhos para a garota antes de responder. Dessa vez, Tina parecia mais calma. Consegui reparar o quão lindos eram seus olhos. Essa garota é de verdade mesmo? Ela é linda.

- Sim, sou nova... faz uns 3 dias que cheguei aqui - Respondi. Tina me olhou curiosa e logo questionou num tom de dúvida: - Entendi... estranho, ninguém me falou sobre você... de onde você veio, Bagi?.

Dei um sorriso meio cabisbaixo e respondi enquanto caminhávamos. - Ah... na verdade, eu não faço a mínima ideia. Eu perdi minhas memórias, só sei que aparentemente tenho um irmão na ilha e que meu nome é Bagi... - Tina me escutava enquanto andávamos, percebi que ela estava genuinamente observando minhas orelhas enquanto eu falava. (Hc da Bagi gatinha sim!!!).

- Você tem alguma ideia de quem seja seu irmão? - Ela disse, ainda mantendo os olhos em mim. Virei meu rosto um pouco tímida. - Não... falei com poucas pessoas até agora, você deve ser tipo... a quarta ou quinta? Não sei se aquele urso branco conta como pessoa. - Era possível ver minha casa na proximidade do lago.

- O Cucurucho? Não gosto muito dele. Enfim, acho que tenho uma sugestão de quem pode ser o seu irmão... você parece bastante com ele - Ela disse, interrompida por um grunhido de dor dela mesma, enquanto Tina colocava a mão sobre seu ferimento. Ver ela assim me fez sentir mal. Era possível eu me apegar tanto por uma pessoa que conheci quase agora? - Vem. A minha casa está logo aqui na frente... a gente precisa tratar esse seu machucado.

Caminhamos até minha casa, e ao chegarmos na porta, eu a abri. Minha casa estava ridiculamente bagunçada, mas não era o momento. Cheguei no meu quarto, tirei algumas peças de roupa de cima da cama e abri espaço para que Tina deitasse. - Desculpa pela bagunça... enfim, vou pegar os remédios!

Saí do quarto para buscar os remédios e outras coisas necessárias para tratar os ferimentos. Tina se deitou na minha cama e fechou os olhos, estava cansada do dia de hoje. Tina também sentia que era estranho estar aqui, deitada numa cama de uma estranha. Ela suspirou cansada, e logo eu voltei com as coisas em mãos e me ajoelhei no carpete do meu quarto.

Quando olhei na direção da Tina, ela estava me olhando... Eu tremi por dentro, o que tem de especial no olhar dessa garota? Eu nem conheço ela direito... e não é só o olhar, o rosto dela... eu não sei explicar essa sensação... ela parece tão certa...

- Ei, Bagi, você tá bem? Você parece meio perdida... - Corei imediatamente, estava olhando na direção dela igual uma boba por bastante tempo. Apenas balancei minha cabeça e neguei. - Não... estou bem! Enfim! Pode se aproximar aqui... você pode continuar deitada se quiser, mas preciso ver seu ombro!.

Ela concordou e se aproximou. Quando peguei o pano que estava molhado com álcool para que não causasse infecções, ela fechou os olhos, como se estivesse com medo de doer. - Relaxa, não vai doer - Eu assegurei. Ela abriu os olhos aos poucos e me respondeu: - Não gosto da sensação de queimação... é ruim.

Enfim, peguei o pano com álcool e passei no ombro dela. Ela soltou alguns gemidos de dor, mas a dor era tolerável. Quando terminei, apliquei um remédio no local e comecei a enfaixar o corte. - Bom... não sei se é o melhor, mas é o que eu consigo fazer - Disse, me levantando e olhando para a garota.

Não mais sozinha. - Teaduo.Onde histórias criam vida. Descubra agora