Capítulo Oito

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Jessie Alcântara

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Jessie Alcântara

Como prometido, lá estava eu envolta entre presentes e enfeites para ajudar na decoração de Natal da associação.

O lugar era enorme e totalmente voltado para Atividades que geravam lazer, festas e temas culturais relacionados à região, para entretenimento dos habitantes da cidade. Conheci rapidamente as instalações e a senhora Amélia Coelho, que é a diretora do local, e foi ela quem me explicou rapidamente como era o funcionamento de tudo e que eles viviam basicamente de contribuições financeiras voluntárias. Pelo que percebi, era tudo muito bem organizado.

No enorme salão, me peguei pensando no tempo em que eu fazia aquilo junto com minha família, fazia tanto tempo... Eles continuaram mesmo sem mim e a cada ano que o convite chegava para me juntar a eles, eu arrumava uma bela desculpa. Até o último ano, quando me permiti tentar mais uma vez e decepção se fez presente. Fui tola, eu estava certa, nada daquilo tinha magia nenhuma, as pessoas são egoístas e só pensam em si mesmas. Eu sei, porque eu também tinha sido assim. Mas isso é passado, preciso me concentrar no agora, mesmo não acreditando, eu me comprometi e vou ajudar.

Gustavo veio todo o caminho tentando me convencer de que eu estava errada sobre o Natal, mas eu deixei claro que ele não me faria mudar de ideia.

— Onde coloco essas caixas — uma moça pergunta, me arrancando das minhas reflexões e eu olho em volta.

Na verdade eu não sabia nada dali, daquelas pessoas, nem sei como tinha me envolvido nisso. Vendo que ela esperava resposta, apontei para um canto.

— Coloque ali, por favor.

— Você é a nova juíza não é?

— Sou sim, mas pode me chamar de Jessie.

— Eu sou Bruna. Você é mais bonita do que falaram...

— Ah é? Falaram que sou bonita?

— Falaram sim e o delegado confirmou — sinto meu rosto esquentar com sua resposta. Ela continua puxando conversa. — Esse ano eu prestei vestibular para Direito, espero muito passar, tanto que foi esse o meu pedido para a árvore dos desejos, que está no centro da praça. Quero um dia ser juíza como você.

— Uau... Quantos anos têm? — ela não parecia ter idade para fazer vestibular ainda.

— Fiz dezesseis. Todos dizem que sou precoce e Direito foi minha escolha.

— É uma linda escolha. Desafiadora, mas muito gratificante.

— Você devia ir lá fazer o seu pedido — a olho, interrogativa, e ela completa. — Na árvore dos desejos...

— Ah, eu não sei não — falei quase fazendo uma careta. — Talvez eu vá sim — emendei ao ver sua carinha de decepção. Como dizer a uma garota que está cheia de esperança que a árvore dos desejos nada mais é do que um enorme enfeite para atrair tolos e iludir criancinhas?

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