Vamos Celebrar

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Claus foi o maior príncipe cristão da história de seu reino. Cresceu amando Jesus e pregando suas palavras até se tornar o rei. E com esta responsabilidade veio o desejo de realizar um gesto que fizesse com que todo o povo se lembrasse da salvação pela graça, e para isto, nada melhor que a celebração do nascimento de Cristo, o Natal.

— Todos que creem em Jesus deverão receber lenha para a noite fria e alimentos para uma ceia na noite de Natal, para que glorifiquem ao Senhor em seu aniversário, pois Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores.

Claus ordenou aos seus conselheiros a preparação deste evento enquanto se preocupava com tantas outras necessidades de seu reino.

Os conselheiros ouviram ao seu pedido e de imediato se puseram a pensar em como determinar os merecedores daqueles presentes até a chegada do grande dia.

Distribuíram pinheiros por todo o reino, de forma que cada lar tivesse o próprio. O artesão do palácio se responsabilizou em criar milhares de enfeites junto à sua equipe, e súditos foram nomeados como os "fiscais de Jesus".

Faltando meses para o grande dia, o plano dos conselheiros foi inaugurado. Os moradores receberiam durante o ano alguns dos enfeites criados pelo artesão para que pendurassem em seus pinheiros.

Os que frequentavam a igreja receberiam um enfeite, dois, se fossem bem-vestidos, afinal, ali era a casa do Senhor. Os que contribuíssem com o dízimo, receberiam o terceiro. Aqueles que lessem à Bíblia ganhariam um, assim como os voluntários e os que pagassem seus impostos em dia.

Ações consideradas agradáveis ao Senhor seriam brindadas com os enfeites, do contrário, eles seriam recolhidos, para o azar dos fofoqueiros, infiéis, viciados, ladrões, prostitutas e por aí vai.

A desobediência aos Dez Mandamentos negaria o direito a qualquer enfeite, o pinheiro vazio evidenciando seus pecados.

Muitos enviavam cartas ao reino, suplicando por enfeites para completar a árvore, mas recebiam como resposta um sermão para que melhorassem suas atitudes.

Chegado o mês de dezembro, o rei Claus estava ansioso para o grande dia. Convocou seus conselheiros para que o atualizasse sobre a celebração, e foi informado de que os crentes em Jesus teriam o pinheiro em frente à casa todo enfeitado.

Animado, Claus montou seu cavalo. Imaginou o reino repleto de pinheiros coloridos alegrando a brancura da neve e aquecendo os corações naquele inverno congelante. E foi assim, por pouco tempo.

Próximo ao palácio moravam os mais abastados. Estes possuíam na entrada de suas casas belos pinheiros recheados de enfeites, resultado de suas idas à igreja em trajes impecáveis, e é claro, de todas as doações para causas nobres.

Conforme passeava por todo o reino e adentrava na região mais humilde, somente havia pinheiros capengas e até mesmo sem nenhum enfeite.

Sem compreender, retornou ao palácio, transtornado. Em sua experiência de vida e com o seu próprio povo, sabia que os mais humildes tendiam a seguir Jesus muito mais do que os dotados de riqueza. Em suas rondas mensais, apreciava as rodas de sábios anciãos pregando a palavra aos mais inexperientes e evangelizando às crianças. Como poderiam eles não crerem em Jesus?

Uma convocação emergencial foi feita aos seus conselheiros. Precisava compreender o fracasso de sua regência, pois sempre acreditou ter feito um bom trabalho para disseminar a palavra de Deus, mas não era o que indicava a falta de fé em mais da metade de seu reino.

Os conselheiros chegaram, orgulhosos de seu trabalho e esperando por uma recepção calorosa, afinal, agora ele poderia entregar os presentes com sabedoria, no entanto, foram surpreendidos pelo semblante angustiado do rei.

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⏰ Última atualização: Dec 09, 2023 ⏰

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