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Nevermore, Vermont. November 03; 06h15 AM.
Narrator's Point of View
☀️
O SOL AINDA NÃO HAVIA SE ERGUIDO ALÉM DO HORIZONTE QUANDO MALIA DESPERTOU COM A suave respiração de Enid ao seu lado. O quarto estava imerso na penumbra matinal, iluminado apenas pelos tênues raios que tentavam penetrar pelas cortinas entreabertas. Com um cuidado meticuloso, Malia se desvencilhou dos lençóis e se recostou na cabeceira da cama, observando as cicatrizes que decoravam a pele de Enid.
Eram linhas de histórias, cada uma contando um momento vivido, testemunhas silenciosas de uma batalha travada no passado. Enid Sinclair, sua amada, trazia consigo as marcas de coragem e determinação, marcas que agora adornavam sua pele.
Malia traçou com os olhos as cicatrizes mais proeminentes, as lembranças da épica batalha contra o Hyde. Uma linha fina percorria o ombro esquerdo de Enid, resultado do embate com o monstro que tentara ameaçar a cidade. As lembranças daquela noite ainda ecoavam na mente de Malia, o medo que sentira ao ver Enid se arriscar para proteger a todos, arrancando-lhe um suspiro angustiado.
Mas ali estava ela, adormecida e serena, como se as cicatrizes fossem apenas parte de uma jornada que moldara quem ela era. Enid sempre fora assim, destemida e decidida, enfrentando desafios com a determinação de uma guerreira.
Malia não pôde evitar um sorriso amoroso ao notar como as cicatrizes, longe de serem marcas de fraqueza, eram testemunhos da força e bravura de Enid. Cada linha que cruzava sua pele era um lembrete do quanto Enid era corajosa e do quanto Malia a amava por isso.
Um sopro suave de brisa entrou pela janela, movendo levemente os fios dourados que caíam sobre o rosto tranquilo de Enid. Malia estendeu a mão e delicadamente afastou um pouco do cabelo, revelando uma cicatriz mais discreta, quase imperceptível, logo acima da sobrancelha.
Ela se inclinou e depositou um beijo suave sobre essa marca, uma carícia silenciosa, um gesto de amor e aceitação. Enid se moveu levemente, como se sentisse o toque, mas continuou adormecida, mergulhada em um sono tranquilo.
Com um olhar repleto de ternura, Malia sabia que as cicatrizes não definiam Enid, apenas contavam uma parte da história que as unia. Ela sabia que o amor entre elas era mais forte do que qualquer marca deixada pela batalha. Enid era sua guerreira, sua heroína, e suas cicatrizes eram testemunhas silenciosas do amor que as unia.
Enid despertou suavemente, sentindo o calor reconfortante do abraço de Malia. Seus olhos se abriram devagar, acostumados à penumbra da manhã que invadia o quarto. Ela virou-se delicadamente para encarar Malia, cujos olhos ainda estavam fixos em suas cicatrizes.
Com um sorriso sonolento, Enid acariciou o rosto de Malia, despertando-a de seus pensamentos profundos.
— Bom dia, amor. — Disse Enid suavemente.
Malia olhou nos olhos de Enid, transmitindo todo o amor que sentia por ela.
— Bom dia, meu amor.
Enid deslizou a mão para entrelaçar os dedos aos de Malia, apertando levemente.
— Ei, amor? Será que podemos ficar mais um pouco assim, só nós duas, abraçadas debaixo desses lençóis?
Um brilho de felicidade se acendeu nos olhos de Malia ao ouvir esse pedido. Ela abraçou Enid com mais força, como se quisesse protegê-la de qualquer coisa que pudesse perturbar aquele momento de paz.
— Claro, meu amor. Podemos ficar aqui o tempo que você quiser. — Respondeu Malia, depositando um beijo suave na testa de Enid.
Enid sorriu e fechou os olhos, sentindo-se segura nos braços de Malia. O mundo lá fora podia esperar; naquele momento, o que importava era a ternura do abraço, o conforto mútuo e a força silenciosa do amor que os unia. Juntas, elas permaneceram sob os lençóis amarrotados, compartilhando o calor e a conexão íntima que só o amor verdadeiro poderia proporcionar.
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