- fala comigo viado. - acordo escutando Coimbra cumprimentar alguém.
Tínhamos saído do Vidigal e viemos pro morro do meu tio, o famoso complexo do alemão. Estava tão cansada que dormir o caminho todo.
Meu vô ao longo da sua vida conquistou vários morros, quando ele se foi deixou um testamento passando cada morro e alguns bens para os filhos, que eram três ao total.
Ouvi uma história que no início ouve uma briga séria entre eles, que fez o caçula abandonar tudo e ir morar fora do país, meu pai nunca quis falar dele... Diz que não considera mais como irmão.
Foi daí que meu tio e ele não se falam mais, cada um ficou pra um lado, cada um com seu morro... E ninguém fala sobre o terceiro irmão.
- tá fazendo o que aqui ze. - vejo o moreno falar e arrumar o fuzil nas costas.
- vim morar com a gata aqui po. - a atenção deles se voltam pra mim.
- oi. - sorrio simpática.
- eai mina. - sorri de volta. - calma aí, ce num é a filha do Grego do vidigas?
- eeh sou. - falo sem graça.
- patrão falou que tu ia chegar, vou mandar um salve pra ele aqui. - diz pegando o radinho que estava na cintura e se afastando um pouco.
- tá melhor? - sinto a mão de Coimbra em minha coxa.
- tô bem... Eu acho. - sorrio de lado.
O vapor voltou avisando que iria levar a gente até a casa do Tucano vulgo meu tio, com certeza amanhã ele vai me interrogar perguntando o que o irmão fez... De novo.
[...]
Acordo assustada com alguem me balançando desesperadamente, me sento na cama tentando raciocinar.
- Lulu, acorda. - escuto a voz de Mariza, mulher do meu tio.
- oi tia, acordei. - respondo sonolenta.
Encaro ela que me olhava preocupada, alguma coisa tinha acontecido.
- você precisa me contar o que tá acontecendo Luna. - senta na cama me encarando. - Tucano saiu daqui igual um furacão dizendo que seu pai estava ameaçando invadir o morro.
Não estava acreditando, congelei por alguns minutos tentando absorver.
- Luna você tá me escutando?. - balança a mão na frente do meu rosto me tirando do transe.
- e-eu não sei tia. - passo a mão no pescoço sentindo um nó se formar.
- me conta minha querida, o que te fez sai de lá? - segura minha mão.
Contei tudo pra ela, desde do início. O inferno que a minha vida se tornou quando o Sabiá o sub do meu pai sumiu do mapa. Observei que sua expressão mudou quando toquei no nome do Sabiá, ela pareceu esconder algo.
- vou avisar o Tucano. - ela caminha em direção a porta com o semblante sério.
- você viu o Coimbra? - pergunto pois ele não estava no quarto.
- ele saiu com o Tucano. - foi a única coisa que ela disse e saiu do quarto.
Fiquei pensando em tudo que estava acontecendo...
Por que o sumiço do Sabiá atingiu meu pai tanto?
O que eu e o Coimbra temos haver com isso tudo?
E por que Mariza ficou tão estranha?
Minha cabeça estava a mil por hora, levantei e resolvi tomar um banho gelado pra tentar resolver o surto do meu pai.
Peguei meu celular e vi 103 ligações de Grego, e várias e várias mensagens com ameaças e xingamentos.
*Chat on*
Grego: foi se esconder nesse morrinho do Tucano né? Vou invadir essa bomba e te buscar pelos cabelos. [02:36]
Grego: sua filha da puta ingrata, tudo que fiz pra você. Só pensa nesse seu namoradinho drogado. [07:15]
Grego: vou matar ele, vou fazer questão de fazer isso na sua frente. [07:18]
*Chat off*
Senti algumas lágrimas involuntárias caíram pelo meu rosto, não o reconhecia mais, ele nunca me tratou assim. Cada mensagem que eu lia algo em meu peito rasgava, sentia a dor de cada uma.
Observei as marcas dos machucados de ontem, roxos por todo meu corpo. Ele me machucou tanto fisicamente como emocionalmente, abriu uma ferida que jamais cicatrizará.
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NOTA↓
Oi amorecos
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