4- A carta

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Lucas deslizava pelas ruas da cidade, sua mente mergulhada em pensamentos turbilhonantes. Ele sentia a urgência de encontrar Max, então direcionou sua bicicleta na direção da casa da garota ruiva.

A cada pedalada, o ambiente ao redor ganhava uma aura mais gélida. Luzes vacilantes criavam uma atmosfera estranha e inquietante no bairro. O medo se aninhava em Lucas, mas seu desejo de ver Max suplantava qualquer receio.

Ao se aproximar da casa de Max, o som das sirenes aumentava, cercando o local com urgência. Lucas, compreendendo o que poderia ter acontecido, abandonou sua bicicleta na rua deserta e correu na direção do tumulto.

"O que está acontecendo? Por favor, eu preciso saber!" A ansiedade transbordava em sua voz, implorando por respostas.

"Sinto muito, rapaz, se você não é um parente direto da garota, ainda não podemos informar o que ocorreu. Por favor, deixe a polícia fazer seu trabalho", disse a mulher, tentando afastá-lo. Mas isso só alimentou a curiosidade de Lucas.

Determinado a descobrir o que acontecera, contornou a casa e avistou Max sendo levada por uma ambulância.

Desesperado, correu de volta, agarrou sua bicicleta e pedalou com o coração acelerado, temendo perder Max. Após alguns minutos, chegou à casa de Mike, batendo à porta freneticamente.

"Lucas, onde você estava?" perguntou Mike, visivelmente confuso.

"Fui pedalar, tentando dissipar esse pressentimento ruim. Mas encontrei algo que só aumentou isso..."

"Meu Deus, entre e me conte o que aconteceu."

Lucas adentrou a casa, sentando-se ao lado de Mike na sala, começando a explicar em meio à pressa e à angústia o que presenciara.

"Eu estava pedalando, como te disse, e decidi ir até a Max. Quando cheguei, vi vários policiais ao redor da casa dela. Falei com uma policial, mas ela só pediu para voltar para casa. Quando dei a volta, vi Max sendo levada por uma ambulância", contou Lucas, com a respiração agitada.

"Será que ela foi atacada novamente por aquele idiota? Mas agora você precisa descansar. Amanhã focaremos em resolver isso", disse Mike, indicando o caminho para o quarto.

Após Lucas se retirar, Mike notou a mochila e a bicicleta esquecidas e foi buscá-las. Ao pegar a mochila, avistou uma carta saindo de dentro. Curioso, a abriu.

"Infelizmente, vocês não seguiram as regras do meu jogo. Serão responsabilizados. A primeira foi a amiga de vocês. Mas se preparem, pois isso é só o começo."

Ao ler aquelas palavras ameaçadoras, uma mistura de medo e raiva percorreu Mike. Dúvidas sobre Lucas se misturavam ao choque da situação. Ele fotografou a carta, anotou os números e decidiu guardar tudo para confrontar Lucas no momento certo, preferindo não acordar os amigos naquela noite.

Ao amanhecer, a ligação do telefone de Joyce despertou Mike abruptamente. Sonolento, ele atendeu.

"Mãe? O que aconteceu?" perguntou, ainda meio sonolento.

"Mike, é a mãe da Jane. O médico de Max ligou. Ele pediu para avisar que vocês precisam ir ao Hospital Central de Hawkins", explicou Joyce.

Mike rapidamente se arrumou e apressou-se em alertar os demais na casa. Alguns, como Nancy e Jonathan, já haviam saído para o trabalho. Lucas, Mike e Dustin se apressaram em se preparar para acompanhar Jane até o hospital.

"O que houve, mãe?" perguntou Jane, visivelmente confusa.

"O médico de Max ligou, pedindo para vocês irem vê-la no hospital e conversarem com ela", explicou Joyce.

O grupo seguiu rapidamente para o quarto onde Max estava, encontrando a garota acordada, mas visivelmente abalada.

"Max, sinto muito por não ter vindo antes", disse Jane, abraçando a ruiva enquanto lágrimas rolavam por seu rosto ao ver o estado dela.

"Todos nós sentimos muito", concordou Dustin, tentando expressar sua solidariedade.

"Ele me atacou ontem... senti a morte ao meu lado. Ele disse coisas horríveis...", desabafou Max, entre soluços.

"Não fica assim, Max. Estou aqui e não vou mais te abandonar", disse Lucas, se aproximando e abraçando-a.

A tensão cresceu no quarto quando Mike, com olhar fixo em Lucas, rompeu o silêncio.

"Realmente, você estava com ela ontem, não é, Lucas?"

"Eu estava com você, cara", respondeu Lucas, com um tom defensivo.

"Então por que desapareceu? Por que Max foi atacada? E curiosamente encontrei algo nas suas coisas...", provocou Mike.

"Já disse para parar de mexer nas minhas coisas, cara", rebateu Lucas.

"Não muda o foco. Eu entreguei seu 'papelzinho' para a polícia", disse Mike, sua voz ecoando com uma mistura de nervosismo e raiva contida.

"Que papel? Não estou entendendo...", insistiu Lucas, confuso.

"Mike, pode explicar melhor? Ninguém aqui entende nada", pediu Dustin, visivelmente perplexo.

Sem dizer uma palavra, Mike mostrou as fotos da carta encontrada na mochila de Lucas na noite anterior, observando as expressões de cada um mudarem a cada palavra lida.

O clima ficou pesado no quarto quando Max, após ler a carta, explodiu de raiva.

"Lucas, saia daqui agora!", gritou ela, com os olhos cheios de fúria.

"Não será preciso. O senhor está preso!", anunciou um policial, abrindo a porta do quarto e colocando as algemas no braço de Lucas, levando-o em direção à saída do hospital.

A confusão, a incredulidade e a tristeza se misturavam na mente de todos, enquanto observavam Lucas ser levado. O silêncio angustiante preenchia o quarto após sua saída, deixando todos atordoados e sem palavras.

Notas do autor: Me desculpem pela demora do capítulo,eu realmente estava ocupado e por isso não consegui atualizar a fic,mas pretendo ser mais frequente a partir de agora,obrigado por quem continua lendo mesmo depois desse tempo ♥️

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⏰ Última atualização: Dec 10, 2023 ⏰

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