𝙂𝙀𝙏𝘼𝙒𝘼𝙔 𝘾𝘼𝙍 | 𝑻𝒂𝒚𝒍𝒐𝒓 𝑺𝒘𝒊𝒇𝒕

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Getaway Car
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Chapter 8

"Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis."

— Carlos Drummond de Andrade

S/n Antonelli

Oficialmente estamos no mês da melhor época do ano, o mês do Natal. O mês em que tudo parece como um filme mesmo você não estando em um lugar que neva. A casa cheirando a biscoitos recém saídos do forno, as luzes na árvore de natal e pela casa, o tempo mal equilibrado de São Paulo e os presentes que agora eu mal recebo.

Infelizmente está ideologia do Natal não passa de uma ideia irrelevante da minha cabeça. O cheiro incessante dos biscoitos nem sequer existia e a árvore de Natal que foi jogada fora por minha mãe, pois segundo ela "aquela árvore era feia, se me enrolar com o pisca-pisca eu consigo ficar mais bonita que aquela árvore sintética".

Agora eu estava tomando coragem pra ir atrás da decoração e dos presentes. Eu amo o Natal,mas não da parte em que eu saio do meu conforto,da minha casa para comprar os enfeites.

— Meus outros filhos e minha nora vão vir pra ceia? — Minha mãe pergunta sem tirar os olhos do seriado Friends que passava na Televisão.

— Desde quando eu tenho irmãos e uma namorada? — retruco a pergunta dela enquanto pegava a chave do carro.

— Desde sempre, e se reclamar eu coloco a Selena no meu testamento e tiro você. — ela se vira pra mim estreitando os olhos.

— Tô começando a achar que a senhora não gosta de mim, não entendo o porquê. — arquei a sombrancelha fingindo pensar.

— Eu amo você,meu amor. — ela levanta do sofá e vem até mim dando um abraço caloroso. — Mas eu adotei eles, então faça eles virem.

Solto uma risada acenando com a cabeça. Não posso negar que gosto da ideia,poderia passar um tempo a mais com os meus amigos e com Taylor. Por mais que eu esteja na zona da amizade, tento aproveitar ao máximo o tempo que temos de diálogo.

Deixo minha casa para trás com um último aviso de que iria voltar a algumas horas com todos os presentes e decorações. Como se já fosse uma rotina inevitável,os seguranças me esperavam em seus carros e eu vou para o meu, seguindo para o local e prosseguindo com os meus pensamentos.

Talvez,no final das contas,seja isso. A amizade prevalece e o amor envelhece. Talvez seja uma opção melhor do que não ter nada. Meu amor por ela aos poucos vai se cessar, acredito nisto,pois o amor sempre acaba no final. Relacionamentos acabam, paixonites de adolescência derrepente nem existem mais, amores eternos que foram jurados na frente do altar, as vezes na frente de mais de quatrocentas pessoas, acabam. Um amor nunca é sólido se ele tem explicação.

Essas pessoas que lançam promessas mal feitas no calor do momento, fazendo juras de amor, dizendo o quanto amam o seu amante, são rasas. Simplesmente porque uma hora ou outra esse amor vai acabar, com uma explicação fajuta do porque que chegou ao fim, desmentindo todas as promessas e argumentos de quando a declaração de amor foi falada ou escrita.

Meu amor por Taylor não é algo que consigo contemplar em palavras, posso facilmente gaguejar e argumentar as sensações que sinto ao olhar seus olhos ou ouvi-la cantar, mas não me peça pra explicar meu amor por ela, pois nem eu sei. O que eu sei, é que ela pode me odiar, namorar com quem ela quiser, me manter na linha da amizade, porém,mesmo que meu coração se parta no processo, vou continuar amando ela como pessoa e a cantora extraordinária que ela é. No final é sempre isso, eu serei a sua amiga até quando ela partir o meu coração.